Em Sob Pressão, Carolina sofrerá ao reencontrar pai abusador: “Recurso da automutilação”

Publicado em 05/10/2018

Na segunda temporada de Sob Pressão, Carolina (Marjorie Estiano) terá que ser mais forte do que nunca. Além dos problemas que enfrenta com a precariedade estrutural e administrativa do Hospital Luis Carlos Macedo, a médica cirurgiã passará por dramas pessoais.

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Agora casada com Evandro (Julio Andrade), Carolina colocará a vida em risco após reencontrar o pai, homem que a abusava na infância. Ao Observatório da Televisão, a atriz Marjorie Estiano contou detalhes da nova fase de Sob Pressão. Com coprodução da Globo com a Conspiração Filmes, a série estreia na próxima terça-feira (09/10). Confira a entrevista a seguir:

Como será a segunda temporada da série?

Eu sou fã do Sob Pressão. Gosto muito! No hospital, vamos ficar mais focado na corrupção. Essa temporada vai explicar, de maneira bem clara, onde é que a corrupção mata dentro de um hospital, onde isso causa de morte. Esse é o tema principal dessa temporada, mais todos os casos médicos, que são basicamente sociais, e a trilha particular de cada personagem. Vamos ter muitos assuntos. Vamos falar de obesidade.

Como será a relação da Carolina com o Evandro, personagem do Julio Andrade?

Eles vão casar. Mas, os conflitos dele e os da Carolina vão seguir como em uma vida normal, com alto e baixos. Vai ter momentos em que eles vão se fragilizar mais. É um cotidiano muito intenso que eles vivem e isso tem reflexos emocionais.

Marjorie Estiano fala sobre os dramas de sua personagem em Sob Pressão

Carolina terminou a primeira fase da série descobrindo que a mãe sabia que ela era abusada pelo próprio pai. Como ficará essa situação agora?

Ela ainda vai se deparar com essa questão do abuso. Ela vai ter um reencontro com o agressor e isso vai desencadear, novamente, essa fuga dela para o recurso da automutilação.

O que mais de encanta nos personagens de Sob Pressão?

O que eu gosto muito desses personagens é que eles são falhos. Eles são heroicos, dentro do que uma pessoa boa ser, e são falhos como todo mundo pode ser também. Isso aproxima tanto no heroísmo, quanto na fragilidade, de não nos culparmos pelas nossas quedas. Eu acho lindo! Eles mostram de uma maneira, que não é glamourizada, o acesso ao outro, a generosidade, o cuidado e a atenção. Isso fica acessível para o espectador.

“O que eu gosto muito desses personagens é que eles são falhos”

Eu também sou espectadora de como você pode ser generoso, atencioso, cuidar e ajudar quem está próximo. E não, necessariamente, quem está num mais estágio drástico, exuberante numa cirurgia. Você não vai interferir num processo desse, mas você pode ajudar com essas informações que estão na série. Ela forma uma comunidade, e estamos falando sobre ela, sobre a grande parte da população.

Então os personagens vão continuar com uma figura de herói?

Eles continuam heróis porque é a profissão deles. Temos uma admiração muito grande porque o que eles fazem, na vida deles, é salvar vidas dos outros. Mas dentro do sistema que eles vivem, em que eles não têm suporte para poder se exercer, vai acontecer alguns óbitos. Algumas pessoas vão morrer em função disso.

Você citou a falta de condições para os personagens trabalharem no hospital. Essa situação pode atrapalhar a imagem heroica deles?

Inclusive, isso entra em discussão também porque esse papel do heroísmo, muitas vezes, se inverte para uma vilania, como se o profissional fosse responsável por aquela morte. E a gente vai mostrar dentro do hospital é que a intenção deles é realmente salvar, mas muitas vezes não têm recursos para fazer isso.

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