Eliane Giardini revela ter aprendido ler a borra do café para Órfãos da Terra: “Eu adorei!”

Publicado em 20/03/2019

Em Órfãos da Terra, próxima novela das seis da TV Globo, Eliane Giardini viverá a personagem Rania Nasser. Ela será mãe de três filhas, uma mulher alegre e divertida. Graças ao seu temperamento, ela é quem dá ordens na casa. Uma de suas maiores especialidades é ler a sorte das pessoas em borra de café.

Rania esconde um grande segredo do passado, ela teve um relacionamento com o sheik Aziz Abdallah, personagem do ator Herson Capri. Em entrevista ao Observatório da Televisão, Eliane falou sobre como está sendo gravar a novela. Confira:

A trama tem uma pegada de comédia, eu acho que está dando certo.

“Esse acho que é o quarto trabalho que eu faço de uma oriental. Fiz vários trabalhos com a Glória Peres, fiz também Dois Irmãos. Esse universo por alguma razão, que eu não sei qual é, porque eu não tenho nenhuma ascendência árabe na família, mas eu sou sempre escalada para fazer esse tipo de personagem. E eu gosto.”

Você já teve algum contato com o Kaysar?

“Eu ainda não contracenei com ele, a gente só se encontrou na preparação. Em algumas palestras, mas ainda não contracenamos.”

Personagem

A personagem é cheia de nuances e guarda um mistério. Ela teve um relacionamento com o personagem do Herson Capri. Como é criar essa mulher?

“Na novela a gente sempre deixa pontos abertos, porque não é uma obra fechada. A gente nunca sabe para onde o personagem vai caminhar, então tudo vai em uma linha onde deixamos pontos abertos para que isso possa se encaixar posteriormente. Nesse caso, eu já sei dessa história com o Aziz e a gente vai ter algumas cenas bem fortes, bem determinantes da história. Então isso já dá para incorporar desde o começo.”

Você teve contato com refugiados no workshop?

“Sim, tivemos várias palestras que eles participaram. Eles chegaram até me reconciliar com o Brasil (risos), porque o sofrimento que eles passam lá, eles tem loucura por esse país, eles se sentem muito bem recebidos aqui. Com todas as dificuldades. Porque na verdade não são pessoas despreparadas, muito pelo contrário, são pessoas de classe média, às vezes de classe média alta. Que perderam tudo o que tinham. Tem um caso na novela que é um engenheiro, que vai trabalhar como um mecânico, a única coisa que ele consegue enquanto não aprende a língua e não se adapta. É uma realidade bastante complicada.”

Sotaque

Sua personagem vai ter algum sotaque?

“No meu caso não, porque ela já está no Brasil há muito tempo, ela veio para cá muito mocinha. E os personagens que vem de lá estão usando um sotaque muito delicado, porque são muitos meses no ar. Então o sotaque pode ser uma coisa que ou dá muito certo, ou muito errado. São muitos meses no ar para arriscar um sotaque, tem pessoas de outros núcleos que estão fazendo, mas no nosso caso dos árabes é só uma palavra ou outra.”

Como está sendo contracenar com o Paulo Betti?

“É ótimo! A gente já fez um filme três anos atrás, que vai ser lançado esse ano. É muito fácil de trabalhar porque você conhece muito a pessoa, tem muita intimidade e a gente tem uma relação extraordinária, uma relação muito afetiva e amorosa.”

Como você vê a importância da trama?

“Eu adoro fazer novela, eu acho legal. Fazer entretenimento bem feito, mas quando além disso ainda trás essa abertura de consciência para uma questão como essa, que diminui um pouquinho as fronteiras e faz com que as pessoas se apeguem aos personagens e sintam o que eles estão vivendo. Que saia desse preconceito do refugiado, aí eu fico mais feliz ainda.”

Rania

Você está interpretando uma mulher que é a frente do tempo dela, isso te engrandece como atriz?

“Eu acho que sim, eu gosto dos meus personagens, sou bem fã deles. Eu acho que tenho feito belos personagens, eu me apaixono pelos meus personagens e a Rania vai ser uma delas. É uma mulher muito forte, muito dona do seu nariz, apesar de ter um casamento bastante tradicional. Mas ela mete os peitos, vai em frente, ela ajuda a quebrar um pouco os preconceitos e trazer essa família síria para essa realidade brasileira. No Brasil a gente não tem essa regras tão determinadas, onde a religião determina o comportamento e eu espero que a gente não venha ter.”

Você aprendeu a ler a borra de café?

“Já e adorei, não é difícil. Na verdade, é uma coisa muito lúdica é a mesma coisa da brincadeira de criança de ficar olhando para as nuvens tentando ver que forma aquilo tem, é um pouco disso. É impressionante você ver que o pó de café que sugere coisas mesmo. Eu achei bem interessante, mas não estou lendo profissionalmente.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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