“Ele é um delegado fogoso”, diz Milhem Cortaz sobre o seu personagem que usará calcinha em O Sétimo Guardião

Publicado em 10/10/2018

Milhem Cortaz foi escalado para O Sétimo Guardião, próxima novela das nove, de Aguinaldo Silva. Esse será seu primeiro personagem fixo em uma novela da TV Globo. Milhem será um dos sete guardiões, o Joubert Machado. Mas é conhecido por todos como Machado. Ele é o delegado de Serro Azul, cidade onde se passa a história, e casado com  Rita de Cássia, interpretada por Flávia Alessandra. Em entrevista, o ator revelou que na trama quase todo mundo tem um segredo e uma das coisas que Machado esconde é o hábito de usar calcinha. Confira o bate-papo completo:

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Conta um pouco sobre a novela?

“A história se passa em Serro Azul, uma das cidades fictícias do Aguinaldo Silva. É uma história de realismo fantástico, que tem sete guardiões. A grande vilã da novela é a Lilia Cabral. E um dos grandes segredos dessa trama é uma fonte, por outro lado, tudo meio que gira em torno dessa fonte e do segredo de algumas pessoas. A história que eu sei é essa”.

O personagem

E o seu personagem Joubert?

“Ele é um delegado fogoso, casado com a Rita de Cássia, uma mulher ainda mais fogosa. Eles são um casal moderno, dois sonhadores. Se você pegar essa história toda, dentro de uma cidade do interior, onde não tem internet e a informação chega por meio de cartas, eles são muito modernos. Um é super ousado e a outra tem o sonho de ser conhecida no mundo. Ela é uma aspirante a atriz e ele um delegado que gosta de usar calcinha. Me perguntaram se ele era um crossdresser, eu acho que é. Mas também acredito que ele é muito mais que isso, ele não consegue usar cueca e só se sente bem de calcinha”.

Como é fazer um personagem que tem esse gosto peculiar?

“Eu acho que é um grande barato poder fazer aquilo que não faz parte do nosso universo. Assim como eu já fiz um lutador de Jiu-Jitsu, policial, ladrão e agora estou envolvido com essa história da feminilidade no homem. Apesar de ter humor, é um tema que me enche de prazer e orgulho. Nos dias de hoje onde a gente está discutindo a diversidade, cair no meu colo um personagem tão complexo, mas com tantas camadas e ao mesmo tempo discutindo uma coisa tão atual, para mim é um presente. Agradeço ao Aguinaldo por me dar esse trabalho que eu tenho muito orgulho de carregar até o final de maio. Eu estou muito curioso para saber como vai ser o retorno desse personagem. Como vai ser quando as pessoas verem. Mas acho que passar essa sensibilidade para as pessoas que se encaixam nesse tema e ao mesmo tempo conseguir fazer o popular, as pessoas que curtem TV, se apaixonarem, gostarem e caminharem junto com ele”.

Casamento

E o casamento dele, é um casamento firme?

“Fidelíssimo, de muitos anos. Com muito amor, paixão e dedicação. Acho que esse tema vem no meio para se discutir tanto uma vontade dele, quanto uma vontade dela. E isso sacode o lado sexual do casal, anima, bota fogo nisso e consegue mostrar o quanto eles se amam depois de tantos anos. Eu estou cheio de vontade de falar sobre isso. E ele é um dos guardiões e é um dos responsáveis por sempre estar harmonizando as confusões de todo mundo entre esses sete. Eles são um casal hétero, em momento algum entram nessa discussão da sexualidade, é tranquilo para eles”.

Você chegou a fazer algum laboratório, conversou com alguma desses homens que usam calcinha?

“Conversei com muitas pessoas. Em específico conversei com duas pessoas, através de um amigo. Um deles é um cara super reprimido e que não se abre. Ele guarda esse segredo a sete chaves e tem dificuldade em abrir isso, não só para a mulher dele, como para os amigos, mas também tem muita dificuldade em falar sobre isso. O outro caso, é um cara que só é chamado pela esposa por um nome feminino. Ele só se veste de mulher, mas é um garanhão. Ele é casado com a mulher, muito bem-sucedido e de classe alta, tem filha e só transa com mulher. Eu fui num encontro só de homens que usam calcinha e é muito legal que quando eu fui perguntar as coisas para eles sobre o assunto, eles responderam exatamente a mesma coisa. Eles dizem quando eles colocam a calcinha, eles ficam de ‘pau duro’, mas o ‘pau duro’ é na cabeça. Isso dá um poder neles, uma força, que é muito maior do que o sexual”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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