Eduardo Sterblitch revela que exibiu nu frontal na nova temporada de Amor & Sexo e fala sobre o Pânico: “Quem participou do Pânico tem o nome sujo”

Publicado em 03/10/2018

Eduardo Sterblitch está prestes a voltar para a tela da TV Globo, na nova temporada de Amor & Sexo, que promete causar ainda mais discussões sobre temas importantes e quebrar tabus. Por falar em quebra de tabus, em entrevista durante a coletiva de imprensa da nova temporada do programa, Edu revelou que ficou completamente nu na frente das câmeras e da plateia, sem nenhum tipo de tarja e também sobre não fazer mais parte do programa Tá no Ar. Confira:

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Você mudou com esse programa?

Claro! Me tornei um cidadão muito melhor, quem é fã do programa eu não tenho dúvidas que também se tornou. É um programa que abre a cabeça da galera, eleva as questões e aprofunda um monte de tabu. Mas é legal estarmos em uma sociedade de gente ainda muito arcaica e poder falar de coisas muito novas. Poder propor uma sociedade trans moderna e não mais pós-moderna. Trans moderna é um termo que eu acabei de inventar (risos). Mas eu fiquei mais responsável com a vida.

Mente aberta

Você ficou com a mente mais aberta?

Eu acho que sempre fui muito aberto, acho que mais aberto do que sou seria muito difícil. Eu nunca tive pudor, sempre fui muito aberto. Eu tive uma boa faculdade também, o Pânico foi uma boa faculdade para você não ter pudor e se abrir, mas eu me tornei uma pessoa melhor. Ainda mais porque eu fiz trinta e um anos agora, então tem um ano que eu virei adulto de verdade. Eu estou me reaproximando da minha família, de coisas da minha infância, de questões da minha vida. É muito legal esse momento que a sociedade está repensando um monte de coisas, eu acho que eu mudei para muito melhor em relação a ter empatia e responsabilidade pelos outros, não só por mim. Não é que eu vou deixar de pensar em mim, mas comecei a pensar bastante nos outros.

O público do programa também recebe dicas para usar entre quatro paredes. Você acha que mudou também nas intimidades?

Eu no programa aprendi que grande parte da população e principalmente os homens, teve uma educação sexual baseada em filmes pornô. Isso não é o que representa o sexo real, então aprendemos a fazer um sexo para nós mesmos, usando a mulher como um objeto do nosso prazer final. Até porque tem pouquíssimos filmes pornográficos dirigidos por mulher. Mas a gente sempre levou o sexo como uma coisa proibida, né? Porém o programa mostra que o sexo é uma coisa normal, portanto temos que saber lidar com ele de uma forma normal. Acho que o programa liberta a nossa criatividade e a relação das pessoas que estão ali assistindo o programa. A gente inspira o telespectador, provoca e enfim, acho que é um programa muito importante.

Sucesso do programa

O que você acha que faz o sucesso do programa?

Acho que é isso, provocar essas questões que são tabus ainda, questões que são até óbvias. A gente mergulha em muitos assuntos que não conversamos com a família, com os nossos amigos e a gente consegue falar em todo tipo de pessoa. Normalmente quando a gente conversa sobre sexo, é com nossos amigos, as pessoas que são parecidas com a gente e o programa da um lugar de fala para todo mundo. Todas as pessoas levantando as suas bandeiras e falando suas questões. Você percebe na verdade, que um homem branco e hétero não tem muito o que falar nesse momento. Tem que mais aprender, ouvir e prestar a atenção.

É um programa muito importante para a gente colocar essas coisas em discussão. Até mesmo se as pessoas ficarem nervosas. Essa temporada estreia dois dias depois da eleição, então a gente vem encerrando a eleição com muita verdade, muita liberdade e muito amor, para tentar dar um respiro ao povo brasileiro.

Eduardo Sterblitch Quebrando tabus

Que tabu você quebrou no programa?

De nudez. Eu fiquei pelado no programa, de um jeito bem pelado mesmo. Já havia acontecido no Pânico, mas foi diferente, eu nunca tinha ficado pelado lá sem blur e o Pânico era um programa totalmente masculino. Eu sempre tive problemas de nudez, até com a minha mulher. Demorou muito para eu ficar pelado com muita luz, eu sempre preferia o escuro.

Eu sempre tive problemas e muito pudor com a minha própria nudez e no programa eu tive essa oportunidade de ficar pelado. Não só ficar pelado, mas eu acho que ninguém nunca ficou tão pelado quanto eu dentro da Globo. Tinham muitas câmeras e plateia, eu fiz “pirocoptero” na cara do Juliano Cazarré e foi ótimo inclusive, nós dois adoramos. Não foi tão na cara assim. Na verdade foi o meu Erê, não foi eu que fiz aquilo, mas foi libertador. A gente tem essa questão de erotizar a nudez, de achar que a nudez é uma coisa erótica, mas a gente que acha que tudo que é pelado é pornográfico. Porque a gente tem uma mente pornográfica. Mas o corpo não é erótico, o corpo é o nosso corpo.

Você pretende ficar mais pelado daqui para frente?

Não tem muito mais porque, porque eu não sou bonito pelado. Só é realmente revelador.

A gente sente um pudor seu de falar sobre o Pânico, existe isso?

Claro, porque meu nome está sujo. Quem participou do Pânico tem o nome sujo. Como eu disse, a gente sangra a piada, mas eu não sou o Pânico. Eu participei do Pânico e quando eu entrei já era um grande sucesso. Já existia o vou, não vou, a sandália da humildade, a dança do siri e eu fiz parte do Pânico, mas eu não me sinto empoderado o suficiente para falar de um programa que não sou eu. Eu não represento exatamente aquilo. É como se eu pegasse uma novela que eu fiz e falasse que eu era aquela novela. Eles são muito meus amigos, mas eu não concordo com questões politicas de muita gente do pânico, porém concordo com muitas outras coisas. Lá tem desde comunista, até o mais coxinha, mas eu sou amigo de todos.

Eu sai do Pânico porque eu achei que estava fazendo mais do mesmo, queria me colocar em outros lugares para agregar um público diferente e isso é muito difícil realmente. Era mais confortável eu ficar, me ofereceram mais para ficar e eu sai para ficar desempregado, as pessoas acharam que eu fui para a Globo para ganhar mais dinheiro. Eu sempre quis fazer sentido, eu nunca quis fazer sucesso.

Você sentiu uma resistência dos seus colegas de casa, aqui da Globo?

Não, nenhuma. Eu acho que eu entrei em uma turma muito aberta, eu me senti muito bem recebido. É impressionante como eles ensinam, porque eu tenho muitas piadas pesadas na minha cabeça e fico me perguntando se eu posso colocar aquilo, pergunto se é muito racista ou machista, mas às vezes é até o contrário.

Você vai continuar no Tá no Ar?

Não. Infelizmente eu tive que sair do Tá no Ar, porque eu vou fazer uma série com a Tatá Werneck, chamada “Shippados”. Saiu na internet que seria um remake, mas não é.

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