Drica Moraes fala sobre histórias retratadas em Sob Pressão: “A gente fica mais do que indignada”

Publicado em 18/04/2019

Drica Moraes está chegando na terceira temporada de Sob Pressão, que tem estreia marcada para o próximo dia 2 de maio. A nova temporada se passa em um novo hospital, onde a atriz interpreta Vera, uma infectologista truculenta e mal humorada. Ela irá trabalhar ao lado da Dra. Carolina (Marjorie Estiano) e Dr. Evandro (Julio Andrade).

Em entrevista ao Observatório da Televisão, Drica contou um pouco sobre seu papel e ainda revelou detalhes da nova temporada do seriado. Confira:

A Vera é uma mulher cheia de nuances, ela começa de um jeito e vem se transformando, não é?

“Ela vem se transformando, vai se humanizando. Vem com uma história de muitas dores, com um passado muito pesado e ela vai se limpando, se depurando ao longo da série pelo contato que ela vai tendo com os médicos.”

Amizade

Ela e a Carolina se tornam grandes amigas, né?

“Sim, se tornam grandes amigas. Eu posso dizer que essa questão do filho, é uma questão que vai unindo as personagens.”

A Carolina não quer ter filhos e o Evandro quer, né?

“O Evandro quer, a Carolina não quer e a Vera tem um passado sombrio que ninguém sabe se ela tem ou não tem. Mas tem coisas relacionadas a maternidade.”

Você teve laboratório?

“Tivemos laboratório, mas eu tenho médicos em casa. Meu marido é médico, minha irmã é médica, meu cunhado é médico e eu fui paciente por muitos anos. Eu tenho isso de conhecer os dois lados das coisas. Então foi um presente poder contar um pouco dessa história, por mais dolorosa que ela seja.”

Histórias

Não tem como contar essas histórias e não sair tocada, né?

“Não tem. A gente fica mais do que indignada, do que perturbada, do que chocada. É de perceber como a saúde pública é tratada pelas políticas públicas do país, acho que esse é o grande dedo na ferida.”

A sua personagem é uma médica muito truculenta. Você acha que isso é compreensível?

“Eu acho que a rotina acaba te dando uma carranca, você começa a ficar frio pela própria rotina, você se habitua com as situações. Isso não quer dizer que elas não sintam, isso quer dizer que elas tem uma mascara, uma postura. A Vera é uma mulher que vai embrutecendo pelo contato diário com atrocidades, com injustiças e arbitrariedades em relação a saúde. Mas ela é uma super médica, super competente e prioriza o paciente, a vida alheia e tudo.”

Você chegou a assistir as outras duas temporadas, era uma produção que você acompanhava?

“Eu não acompanhava. Mas quando eu fui chamada, vi de um tiro só e chorei uma noite inteira.”

E como foi tudo isso?

“Eu acho que é essa dureza, a gente não está tendo refresco. A vida está muito dura, muito perigosa, nós estamos muito desamparados e quando a gente entra em contato com séries que mostram, revelam esse abandono e se a gente deixar emburaca.”

Teve uma sequência que te exigiu mais fisicamente?

“Olha, empurrar maca correndo quando chegava uma ambulância, a maca sempre passava por cima do meu pé, porque você tem que puxar correndo. Então chegada de ambulância e puxar maca pelos corredores. Eu perdi unha e sempre tinha um momento de estresse.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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