Diretor Pedro Vasconselos fala sobre Espelho da Vida: “Eu acho que acima de tudo é uma história de amor”

Publicado em 02/10/2018

Pedro Vasconcelos é atualmente diretor de novelas da TV Globo, mas também já atuou na teledramaturgia da emissora. Ele fez sucesso em Vamp, exibida no horário às 19h, entre 15 de julho de 1991 e 7 de fevereiro de 1992. Aos 44 anos de idade, Pedro dirige Espelho da Vida, novo folhetim de Elizabeth Jhin. Esse é seu quarto trabalho junto com a autora e em entrevista ao Observatório da Televisão, ele comentou sobre os desafios de fazer uma novela que se passa em dois tempos diferentes. Confira:

Leia também: Margot decide ajudar Cris a enfrentar medo

As novelas da Elizabeth são sempre muito delicadas, sempre tratam dessa questão do espiritismo, volta no tempo e outras coisas parecidas. Como foi para você ter que lidar com essa dinâmica ainda maior dessa vez?

É um desafio. Porém, para a gente que faz novela é muito mais legal você ter uma coisa que realmente te desafie. Que não seja só uma novela diferente, mas que seja uma novela com uma outra novela dentro. Uma novela com uma terceira camada, que se sobrepõe a isso tudo. Eu não vou mentir, é trabalhoso, é desafiador, mas é muito mais legal do que você estar numa novela mais reta e comum.

Cenografia

Nessa novela da Elizabeth Jhin, existem duas quebras temporais que aparecem o tempo todo. Vocês estão desmontando os cenários ou mantém os principais?

A gente teve que na verdade construir cenários duplos, os antigos e os novos. Os de 1930 e os de 2018. Os mesmos cenários às vezes iguaizinhos, mas um detonado pelo tempo e outro intacto. A casa onde ocorreu o assassinato na história, é um casarão abandonado. Quando ela consegue retornar ao passado, esse casarão está lá inteiro, intacto. É muito interessante.

Como foi receber essa novela?

Eu já fiz três novelas da Elizabeth Jhin, mas como diretor geral do Papinha (diretor Rogério Gomes). Eu fiz Escrito nas Estrelas, Amor Eterno Amor e Além do Tempo. Com Espelho da Vida, aconteceu de o Papinha não conseguir assumir, porque ele está fazendo O Sétimo Guardião. Recomendaram que eu fizesse, a Beth aceitou e a principio está dando tudo certo.

Público

Qual você acha que é o papel social dessa novela, o que vai tocar o público e a mensagem que essa novela vai trazer?

Eu acho que acima de tudo é uma história de amor. Logo nos primeiros capítulos a gente entende que é uma novela que fala de compaixão, amor e união. Que as pessoas tem que se unir, ter mais cuidado com o que fazem, as atitudes que tomam. Inclusive, que isso repercute de uma forma muito ruim, não só na vida daquela pessoa, mas como um todo. Então eu acho que a mensagem é muito oportuna para os dias de hoje, de entender que se a gente não mudar o nosso comportamento interno, se não olhar para dentro de nós e ver de que forma estamos agindo perante os outros, não mudamos a situação que estamos vendo hoje por aí, de tanta violência, tanta tragédia. É uma coisa que cabe iniciarmos em nós mesmos e a novela fala muito bem disso.

O que você acha que vai chamar a atenção ou qual personagem o público vai se interessar mais?

Eu acho legal porque a novela é para muita gente, então tem vários nichos que vão se sentir agraciados nesse caso. Tem a turma mais antiga, mais tradicional de novela. Tem uma turma nova e uma turma inédita. Acho que o núcleo do cinema que é a Vera Fischer, o Evandro Mesquita, a Kéfera, o Robson Nunes e outros, é um núcleo muito rico de humor e eu acho que as pessoas vão se divertir muito assistindo. A história principal da novela que é levada pela Vitória Strada, essa realmente é uma história de suspense que eu acho que vai prender o telespectador.

Youtubers

De onde surgiu a ideia de trazer alguns Youtubers? É uma tentativa de tornar a novela mais jovial?

Antes de pensar na estratégia, a gente enxergou os atores. Eu conheço a Tati do Porta dos Fundos, porque já trabalhei com ela no teatro. A Kéfera a gente já se viu pelo cinema. O João Vicente a mesma coisa. Então primeiro a gente foi encaixando pelo perfil dos personagens e depois a gente entendeu que isso poderia gerar um oxigênio diferente no público tradicional da novela das seis, que a gente poderia de alguma forma também servir a espectadores mais jovens, mas que não estão acostumados a assistir novelas das seis da TV Globo.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade