Bom Sucesso

“Dava pra fazer um longa”, afirma Diego Montez sobre testes na Globo antes de Bom Sucesso

Ator também é visto na reprise de Cúmplices de um Resgate

Publicado em 29/10/2019

É impossível assistir à novela Bom Sucesso, da Globo, sem se ater à figura de William, papel do talentosíssimo Diego Montez. Trata-se da primeira novela na Globo do jovem intérprete, que já acumula outros trabalhos na Record TV e no SBT – onde também está no ar na reprise de Cúmplices de um Resgate.

Herdeiro de Sônia Lima e do saudoso Wagner Montes – além de ser, de quebra, afilhado de Silvio Santos -, ele garante que a árvore genealógica nunca o favoreceu na carreira. “O meu público, infanto-juvenil, é um público que não teve acesso a Wagner Montes e Sônia Lima. Diversas vezes, a minha mãe ficava frustradíssima, porque falavam pra ela: ‘ah, você é a mãe do Diego Montez?’“, conta, aos risos.

Confira a seguir nossa entrevista completa com esse novo grande talento global.

OBSERVATÓRIO DA TELEVISÃO – Como você define o seu personagem, o William?

DIEGO MONTEZ – Ele tem um humor ácido, mas um bom coração. Ele é uma pessoa verdadeiramente do bem, mas ele não perde uma piada para ‘chochar’ a Gisele (Sheron Menezzes). Por outro lado, é super em cima do muro. É uma junção de muita gente que eu conheço. Fui juntando. No teste já foi meio que assim, quando eu li o texto, falei: ‘conheço muita gente assim’. E é muito gostoso quando você se identifica de cara.

Bom Sucesso é sua primeira novela na Globo. Como está sendo para você fazer essa estreia?

Está sendo muito legal! É o meu primeiro personagem adulto, onde eu não estou num colégio e tal. Já fiz muitos vilões, e William tem uma índole duvidosa… Quando fui provar roupa aqui, disseram: ‘nossa, você está com cara de nojento, hein?!’ [risos] Ele tem uma índole duvidosa. Ele sabe onde pode pisar. Não posso falar que estou fazendo um mocinho pela primeira vez ainda. [risos] Mas estou muito feliz. Eu nunca tinha trabalhado aqui, fiz dezenas de testes. Muitos para Malhação e não rolou. Fiz alguns para novelas das 6, 7… Fiz três vezes [o teste para o William], mas, quando peguei minha bolsa, eu falei: ‘é a primeira vez que eu tenho certeza que o personagem foi escrito para mim’. Aí, eu estava no metrô da Carioca, me ligaram dizendo que eu havia sido aprovado. Fiquei muito feliz.

Você acha que demorou ou foi no momento certo?

Foi no momento mais do que certo! Acho que não era para ser antes. Eu tive uma trajetória muito legal na televisão, onde todo trabalho que eu fiz foi me agregando algo. Desde o SBT, a Record, depois o Disney Channel, foi tudo me dando estofo para eu chegar onde estou agora. Também tenho um canal no YouTube [Topa Tudo por Diego], e os musicais é onde eu mais trafego, né?

Você é de onde?

Sou de Cotia, interior de São Paulo.

Com você enxerga a relação que existe entre o William e a Gisele?

Ele termina se moldando com a personagem da Gisele, às vezes, eles se confundem, acho que é por isso que tem tanta rixa. Ele é a única pessoa que bate de frente com ela, que fala a verdade e a Gisele é muito quietinha no trabalho, mas fora é um dragão. Então, alguém para domar a Gisele… tinha que ser o William. E a Sheron… é incrível!

Você estreou nessa novela pouco depois da perda do seu pai, o apresentador Wagner Montes, que faleceu em janeiro deste ano…

Meu pai queria muito me ver aqui. Ele dizia: ‘Você já fez todas [as emissoras], falta a Globo’. E foi muito doido, porque foi pouquíssimo tempo depois que aconteceu, recebi a ligação uma semana depois. Então, tudo meio que fez sentido, sabe? Não senti em momento nenhum “ah, queria que ele tivesse visto”; não. Acho que foi algo por ele.

Você disse que vê muito do William em várias pessoas. Mas tem algum outro personagem em quem você tenha se inspirado para compô-lo?

Eu converso muito com o Felipe Cabral, que é um dos colaboradores da novela. Eu assisti a uma peça dele, Quarenta Anos em Uma Noite. Ele é ator também, então tem muita coisa que eu peguei dele. Tem um personagem da série Orphan Black, que se chama Felix (Jordan Gavaris), em quem também me inspirei. Uma série que eu amo de paixão, que é a Ugly Betty, a versão norte-americana de Betty, a Feia, também tem um personagem muito similar. Então, eu fui bebericando de várias fontes assim… Batendo no liquidificador e deixando orgânico em mim o que ficava legal.

Sua mãe – a também atriz Sônia Lima – fez recentemente Haja Coração (2016), no mesmo horário em que você está agora. Como ela recebeu isso?

Muito feliz! [risos] Eu sentei ela no sofá e falei: ‘Mãe, eu preciso te contar uma novidade.’ E ela já começou a pensar, sei lá, que eu tinha batido com o carro. [risos] Ela é muito dramática. Aí eu contei e ela disse: ‘ah, você está brincando…’ Eu não contei que havia feito o teste, porque eu levo à minha mãe só o resultado final das coisas, pra ela não ficar maluca. Ela é muito ansiosa.

Como foi pra você construir sua própria trajetória, sendo filho do Wagner Montes e da Sônia Lima?

Cara, eu tive muita sorte. Em musical, por exemplo, isso [favorecimento por conta dos pais] nunca aconteceu. Eu fiz o meu nome no teatro musical e as pessoas meio que não sabendo de quem eu era filho. E, graças a Deus, em televisão isso também me acompanhou de certa forma. Quando eu estava na Record, meu pai trabalhava lá, na época, mas o meu público, infanto-juvenil, é um público que não teve acesso a Wagner Montes e Sônia Lima. Diversas vezes, a minha mãe ficava frustradíssima, porque falavam pra ela: ‘ah, você é a mãe do Diego Montez?’ [risos] Então, isso nunca foi uma coisa que me pegou. Nunca achei que cheguei em algum lugar por ser filho deles. Sempre fiz teste pra tudo.

E ainda por cima é afilhado do Silvio Santos…

Também tem isso. Mas eu fiz teste pra tudo. Eu nunca fui convidado, principalmente em TV. Em musical tudo bem, que eu tenho uma carreira. Fiz oito testes para entrar em Rebelde, não passei; fiz mais dois, passei para a segunda temporada. Aqui, se vocês pegarem todos os meus testes na Globo, dá para fazer um longa! [risos]

(entrevista realizada pelo jornalista André Romano)

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