Daniel Rangel declara sobre Malhação, Vidas Brasileiras: “A gente tem que ter muita responsabilidade”

Publicado em 02/03/2018

Em Malhação: Vidas Brasileiras, nova temporada da novela que estreia no próximo dia 7 de março, Daniel Rangel dá vida a Alex, filho da protagonista Gabriela (Camila Morgado). O ator, de 22, anos, que já passou por Novo Mundo, por exemplo, encara um novo personagem, com uma história voltada para o público jovem. Para ele, o desafio está superável porque a Globo tem oferecido toda uma preparação. Ele revelou que o elenco já está trabalhando na nova temporada desde agosto de 2017.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, ele também contou que ficou emocionando ao ver o trailer da novela porque trouxe exatamente o mote principal de Vidas Brasileiras, muitos personagens sem oportunidades, passando pelos mais diversos problemas. E, então, surge uma personagem como a Gabriela para apoiar jovens, que precisam apenas de uma oportunidade.

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Quem é o Alex? Ele será um dos protagonistas dessa temporada?

Temos várias histórias que vão sendo contadas ao longo da trama e as tramas que tem o arco longo. E aí o meu triângulo com a Maria Alice (Alice Milagres) e a Pérola (Rayssa Bratillieri) é uma das histórias de arco longo. Eu faço o filho da Gabriela (Camila Morgado) e do Paulo (Felipe Rocha). O Alex é um cara do bem, que está sempre tentando ajudar todo mundo, sempre abraçar o mundo, mas ele também tem as questões dele. Ele namora com a Pérola, mas de repente surge a Maria Alice, e ele se vê apaixonado e encantado por ela. A Pérola está passando por um momento muito difícil, então ela mudou muito e acabou descarregando essa mágoa no relacionamento deles. A Maria Alice surge como um respiro para ele. Ele vai ficando muito na dúvida entre as duas, isso vai deixando ele angustiado.

Você já passou uma situação parecida com a do seu personagem na vida real?

Não. Pior que não porque eu sou muito intenso. Quando eu amo, eu amo. Não consigo nem ter espaço para olhar para uma outra pessoa.

Você já passou por muitos testes até chegar no elenco de Malhação – Vidas Brasileiras?

Muitos testes. Antes de Malhação, teve o Novo Mundo, onde fiz o Dom Miguel. Foi também um trabalho incrível. Já tinha feito vários testes aqui na Globo. Enfim, a gente vai sempre tentando e uma hora vai. Quando o papel tem que ser nosso acontece. E eu estou muito feliz porque o Alex é um personagem que eu fiquei muito encantado.

Participar de Malhação é uma vitrine de exposição muito grande. Como você faz fazer para manter os pés no chão e lidar com o assédio?

Eu acho que é isso. É manter os pés no chão porque sucesso é uma coisa muito relativa, o fracasso também, e continuar fazendo o meu trabalho. Eu venho do teatro, já fiz mais de doze peças. Sou formado na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Já fiz cinema com o filme Fala Comigo do Felipe Sholl, a gente até ganhou o Festival do Rio como melhor filme. O Tom é o protagonista desse filme, que está no elenco (de Malhação) fazendo o Tito, meu cunhado.

Malhação é uma novela voltada para o público teen. Como é a preparação para dar vida aos personagens que vão falar para esse grupo?

A gente teve uma preparação de dois meses na Globo, bem intensa. E a Cris Moura, nossa preparadora, ajudou muito a recuperar essa levada, esse frescor, essa jovialidade que é uma coisa recente para a gente. Eu tenho 22 anos, mas estava na escola seis anos atrás, não é tão difícil de resgatar.

É grande a responsabilidade de ter que comunicar com essa turma mais jovem?

Com certeza, porque são pessoas que vão ter o produto Malhação como referência. Então a gente tem que ter muita responsabilidade com tudo, mas eu acho que é um trabalho que exige dedicação como qualquer outro. Eu não acho que é mais difícil ou mais fácil.

Você acredita que Malhação vai ser vitrine para o seu trabalho como ator?

Eu espero seja um trabalho maravilhoso porque, assim, já está sendo no antes. Estamos gravando e fazendo preparação há dois meses, então estamos no processo todo desde agosto do ano passado. E está sendo uma delícia, o feedback interno está sendo ótimo. Eu espero que o público consiga sentir isso que a gente está sentindo. Eu pretendo continuar fazendo os meus trabalhos cada vez com mais diversidade nos papéis. Em Novo Mundo eu fazia um vilãozinho, agora estou fazendo um cara do bem. Eu gosto de fazer personagens diferentes.

Alguns atores do elenco, como a Pally Siqueira, tiveram que trancar a faculdade para se dedicar na atuação. Você também estava estudando e precisou fazer o mesmo processo?

Eu sou formado pela CAL como ator. Me formei em 2015.

A Gabriela, mãe do seu personagem, busca dar atenção para jovens que são muitas vezes excluídos pela sociedade. Qual a importância de ter esse contexto abordado em Malhação?

Eu acho fundamental. Fiquei emocionado vendo o clipe porque eu acho muito importante a gente falar disso. São tantos jovens maravilhosos que não tem oportunidade e aí você tem uma personagem, que é a Gabriela, que tenta lutar por esses jovens. É o que a nossa sociedade deve fazer. Lutar pela inclusão de todas as pessoas para que todo mundo tenha acesso a educação, cultura, esporte, lazer.

O Eduardo Mantovani, interpretado pelo Edson Celulari, também vai trazer um tema polêmico às telas ao ser preso por corrupção pela Lava Jato. Como você analisa isso?

Eu acho importantíssimo porque o nosso país está cada vez mais com essas questões mais inflamadas. Eu acho importante a gente tocar nesse assunto também.

Você é ativo nessas questões políticas?

Eu procuro sempre estar sempre ligado no que está acontecendo para poder votar de forma consciente. A gente tem que estar cada vez mais ligado, mais engajado politicamente para a gente conseguir dar um voto consciente e não se arrepender depois.

Como começou a sua carreira?

Eu comecei a minha carreira aqui no Rio de Janeiro. Eu sou de Campos dos Goytacazes, interior do Rio. Vim para cá aos 17 anos para morar sozinho. Eu comecei a fazer CAL e me apaixonei pelo teatro. Eu comecei a fazer umas peças profissionais antes de me formar. Fui convidado para fazer cinema. Fiz e amei. Comecei a fazer alguns projetos de desenvolvimento artísticos da Globo, como uma peça da Trupe Cena com o Ary Coslov. Fiz o workshop do Lewinsky (00:58). Iniciei testes também aqui na Globo, fiz Novo Mundo e agora estou aqui (em Malhação).

E como os seus pais reagiram com essa decisão de morar sozinho no Rio de Janeiro aos 17 anos?

Eu sempre quis ser ator, mas em Campos não tinha muitas oportunidades. Eles piraram no começo, mas quando viram que era isso mesmo, eles me apoiaram cegamente. Me apoiam até hoje. São os meus maiores fãs, estavam em todas as minhas peças, assistiam mais de uma vez.

* Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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