Como Simão em Jesus, Rafael Sardão comenta experiência: “Sou um dos caras que mais fez novelas bíblicas”

Publicado em 25/07/2018

Em Jesus, nova novela da Record que estreou na última terça (24), Rafael Sardão é Simão. Casado com Laila (Manuela do Monte), será um comerciante que abdica de sua família em prol do trabalho. Tal negligência terá consequências para o casal. O ator conversou com nossa reportagem e falou sobre a expectativa em torno do personagem e sobre sua trajetória de oito anos na emissora. Confira:

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Fale um pouquinho sobre seu personagem, o Simão, seu primeiro vilão.

É, oito anos na Record. Oito trabalhos e agora a oportunidade de fazer um vilão. Um cara que não se considera vilão, mas pela própria atitude dele de uma certa falsidade, hipocrisia, e falta de empatia com o outro, sobretudo com a esposa, ele acaba se tornando um vilão. Ele vai ter uma relação de um casal que não se encontra de fato. Ele não dá importância para a mulher, vivida pela Manuela do Monte e isso desencadeia uma série de coisas que vamos acompanhar.

Conduta do personagem

O que ele faz com ela?

São acusações. Ele vai acusa-la de coisas gerando uma consequência bem trágica para a personagem. E vamos ter a intervenção de Jesus (Dudu Azevedo) na situação, que entrará nisso para sabermos se ele terá redenção. Também quero descobrir porque ainda não sei (risos). Acho que ele é um cara que fala de uma coisa importante sobretudo hoje, que é o uso de regras para a manutenção da hipocrisia, o famoso falso moralismo. É um cara que é um exemplo de moralista hipócrita, que mantem seus privilégios mesmo sabendo que está errado, coisa que a gente vê muito por aí. Falta de empatia pelo outro, e levar isso para a época de Jesus é o grande barato do Simão.

Você imaginava participar de uma novela chamada Jesus?

Olha, trabalhando na Record há 8 anos… Há 10 anos eu não imaginava fazer guerreiro como fiz o Salmon, ou joalheiro como fiz o Uri em Os Dez Mandamentos, então estou aberto a qualquer possibilidade. É um privilégio porque é a história de onde medimos nosso tempo, nossos anos, a partir da história de um cara que transformou o mundo. É um orgulho, um prazer sempre, emendando.

Quantas novelas bíblicas você já fez?

São sete bíblicas… Acho que sou um dos caras que mais fez novelas bíblicas (risos).

Relação com a religião

Tem atores que com os textos acabam sendo tocados. Você também sente isso?

Sim. A gente acaba tendo que estudar. Estudar a bíblia, referências e isso te traz conhecimentos. E todo esse percurso me despertou um interesse natural nesses assuntos. Jesus é um cara amplamente falado em todos os campos, como na filosofia por exemplo, e se meu interesse já era grande, agora fazendo a novela é quase uma obrigação. Mas sem deixar de ser um prazer.

Qual sua relação com religião?

Jesus fala de tolerância, ele não fala de religião, de institucionalização. Pelo contrário, ele luta contra isso. E ele fala de fé, do seu contato com seu Deus, da forma que for, e é muito do que acredito hoje na minha vida. Que o contato com Deus é pessoal, intransferível e ele só acontece nesses termos, quando você fecha os olhos se conecta, e conversa com ele. Esse é o momento que a religião se apresenta de fato, o resto é balela, bla bla bla, conversa… Cada um buscar seu Deus dentro de si é o caminho.

Você acha que sua caminhada aqui está sendo bacana?

Eu estou muito feliz. Não posso reclamar de nada nos meus 20 anos de carreira. É um percurso de muita luta, tijolinho por tijolinho. Jesus é mais um tijolo, uma história linda que já começa arrebatadora e só posso agradecer. Hoje em dia é difícil até pensar no que pedir, eu só agradeço mesmo, e o resto que está vindo tem sido muito positivo e gostoso.

Novidades

Alguma novidade de teatro?

Agora estou mais focado na novela, mas morrendo de saudade do teatro já que é uma pulguinha que fica coçando atrás da orelha. Acho que ano que vem já começo a trazer um trabalho bacana de um clássico, que é uma parceria que estou fechando com o diretor Renato Rocha.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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