Protagonista das 18h

Com Éramos Seis, entrando em sua reta final, Gloria Pires revela: “sofrendo com esse fim”

Atriz falou da emoção de interpretar personagem icônica

Publicado em 09/01/2020

Gloria Pires dá vida à protagonista Lola na nova versão de Éramos Seis, da Globo. A trama assinada por Ângela Chaves se aproxima de sua reta final, chegando quase no capítulo 100, e promete ainda levar muitas emoções ao público, sobretudo no que diz respeito à trajetória da dona de casa.

Em entrevista ao Observatório da Televisão nesta quinta-feira (09), a atriz falou sobre a emoção de viver uma personagem icônica como Lola, e sobre o carinho que recebe do público, além da torcida crescente para que ela reencontre a felicidade nos braços de Afonso (Cássio Gabus Mendes). Confira o bate-papo completo:

Como foi sua passagem de ano novo?

Família reunida, toda junta, é o melhor quadro, não importa onde aconteça. Espero que ano seja mais equilibrado, que possamos ter essa força para perseverar, porque os obstáculos ainda estão aí. Muita coisa foi plantada no passado, e o que espero é esse ano realizar, colher o que foi plantado.

Conversamos com você quando a novela ainda não tinha estreado. Agora a trama se encaminha para a reta final, você vai ficar com saudades?

Já estou com saudades, sofrendo com esse fim (risos). O que está acontecendo aqui desde o início, é um ambiente de tanto respeito, prazer, felicidade de vir fazer esse dia a dia que não é fácil, mas um convívio muito sadio. Isso realmente dá um gás para seguir, e o que está no ar, a gente se orgulha muito. Já falei algumas vezes, mas me sinto presenteada, e homenageada aos 50 anos de carreira, receber uma personagem como a Lola, e estar em um produto como Éramos Seis. É muito especial. As cenas são lindas, tudo tão cuidadoso, especial, parece uma filigrana mesmo.

Como é a resposta do público?

As pessoas amam a novela. A Lola é uma personagem que fala com todo mundo. Todas as pessoas que conversam comigo sobre, ou se lembram da avó, da mãe, mas sempre com histórias da infância, e com essa memória do afeto. Acho lindo, estamos precisados disso.

A gente quer sabe desse romance da Lola com Afonso…

Nessa altura em que estamos gravando ainda não aconteceu o beijo, mas existe essa expectativa. Estamos fazendo cenas construindo esse envolvimento, virando a chavinha da amizade para o amor.

E que parceria hein?

Sim, o Cassinho é parceirão, tão querido. Estou tão feliz que não tenho como expressar. Contracenamos juntos em alguns trabalhos. Fizemos Vale Tudo, Desejos de Mulher, teve uma do Gilberto Braga também que fizemos, mas estávamos em núcleos separados (Insensato Coração), mas sempre foi tão bom, e com o tempo fica melhor porque você conhece mais a pessoa, a confiança e a admiração crescem. Trabalhar com Cássio é ótimo porque ele é um companheirão, parceiro mesmo.

O seu nome se tornou unanimidade porque as pessoas te amam, conheceram seu pai, e acompanharam sua carreira desde sempre. Você recebe só amor do público, não é?

É interessante, e que coisa boa. Não acredito que eu só receba amor, mas me sintonizo com o amor das pessoas, que hoje em dia estão sofridas, machucadas. Essa realidade que a gente vive hoje é muito assustadora.

A Lola é muito amada, mas ao mesmo tempo que ela é muito simples, ela é muito forte. O que você tem aprendido com ela?

Cada cena que faço me transporto para a época da minha avó que viveu um pouco isso que a Lola vive: perdeu um filho jovem, ficou viúva com dois filhos para criar, e passou por várias dificuldades. É para essa realidade que me transporto ao interpretar. Me encho de orgulho porque estou aqui graças a ela. Essa coisa com os antepassados, é muito forte nessa novela. Eu ando na cidade cenográfica e lembro do meu pai o tempo todo, das histórias que ele contava. Era uma aula passear no centro da cidade com o meu pai. Ele contava como aconteciam as coisas, fazia encenação, então o passado ficava muito bonito e enfeitado, e é nisso o que me pego para fazer essa personagem. Procuro trazer essa realidade.

De todas as cenas, qual foi a que mais te emocionou?

Tem várias! Cada semana da Lola é uma nova emoção. O período todo da doença e morte do Júlio me emocionaram. Aquilo foi um processo muito dolorido, dela tendo que lidar com a perda e arranjar forças até para superar os problemas financeiros. Tudo me toca e me emociona muito. Não seria capaz de escolher um momento, acho que toda a trajetória da personagem é cheia de desafios e emoção.

Você lida muito com atores jovens, que são os seus filhos na trama. Eles chegam muito preparados?

Muito. É uma coisa linda de ver. Muitos começaram crianças e têm muita experiência. E não posso deixar de falar do trabalho dos preparadores, a Mariliz, que cuida as crianças, é maravilhosa, e o Antônio Karnewale. Que pessoas incríveis, que delicadeza. É um trabalho difícil, mas eles são muito atentos e muito delicados, sutis, muito bonito o trabalho que eles estão fazendo.

Como foi para você receber essa personagem? Porque a Lola é quase um personagem shakespeariano do Brasil, que os diretores dão somente a uma atriz que tem uma carreira, e que sabe que ela vai incorporar. Você sente que foi uma validação?

Eu disse que me sinto homenageada por isso, porque ela é icônica. Não sei se houve tantos remakes de uma novela como Éramos Seis. Me sinto homenageada por isso, por ter recebido do Silvio (de Abreu) que me fez o convite, essa incumbência, e também um presente.

Você teve emoção ao receber a personagem ou ficou insegura?

Sempre. Ninguém encara um trabalho sem querer dar o melhor, a questão é que eu não tinha assistido outras versões, mas eu fiquei intrigada em entender como eles iriam dar uma cara nova à personagem e à trama toda, mas acho que os autores estão arrasando. Ângela Chaves e sua equipe estão fazendo lindamente. Adoro assistir a novela.

A Lola é uma mulher à frente de seu tempo…

Ela é devido a luta pela sobrevivência, e o aprendizado com a dor. É só assim que a gente vai adiante. Se ficar tudo certinho, a gente não tem porque se mexer. Ela é um exemplo lindo.

As pessoas torcem para que a Lola nessa versão seja feliz. O que você acha sobre?

Eu acho que todo mundo quer um final feliz e como estamos vivendo tempos muito difíceis, ninguém quer ver essa mãe padecer. As pessoas esperam que seja uma coisa diferente das outras (versões) e que seja para cima, que ela se realize, que tenha felicidade. Eu adoro, acho lindo. Estamos trabalhando nesse sentido.

Esse novo amor que ela vai viver, vai ser como uma luz no fim do túnel para ela. Você acha que o amor salva?

Sempre. Mesmo que não seja o amor romântico, o amor é o remédio para tudo, para a alma, para a vida.

A aceitação do casal Lola e Afonso está enorme. A globo fez a pesquisa e as pessoas disseram que queriam os dois juntos. Isso te surpreendeu?

Eu não esperava, mas fui percebendo conforme lia os capítulos que isso iria acontecer em algum momento. Não pensava que eles realmente fossem ter algum tipo de relação nesse sentido, mas aquela amizade muito profunda. Um apoiando o outro o tempo todo. Essa proximidade que o sofrimento traz, o apoio é muito forte, então me pareceu natural que as pessoas estejam torcendo hoje.

50 anos de carreira, e as pessoas viram você crescer, e agora estão vendo suas filhas. O que você acha disso?

É lindo. A Lola fala assim ‘a gente quer que os filhos fiquem sempre junto da gente’, mas eu acho, minha percepção de felicidade é que os filhos encontrem seus caminhos e a maneira com que querem viver, se expressar, ganhar seu dinheiro. Meu pai iniciou na nossa família essa trajetória artística, e Orlando que é quem iniciou na família dele, também tem as meninas trabalhando com música. É muito lindo. Cada coisa que elas apresentam, a gente torce, apoia, vibra e reza.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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