Carlos Bonow comemora repercussão de seu personagem e revela importância de Gloria Pires em sua carreira

Publicado em 25/02/2018

Interpretando Helder, o ator Carlos Bonow já está comemorando o sucesso e a repercussão de seu personagem em O Outro Lado do Paraíso. Na história de Walcyr Carrasco, o obstetra e colega de hospital de Samuel (Eriberto Leão), é apaixonado pelos pés de Susy, personagem de Ellen Rocche. Em conversa com o Observatório da Televisão, ele falou sobre a trama, sua participação no Dancing Brasil, e revelou a importância de Gloria Pires na construção de sua carreira. Confira:

Leia também: Bruno Ferrari é o grande protagonista de Tempo de Amar

A novela está fazendo grande sucesso entre o público. Como é o clima do elenco por trás das câmeras?

“A gente está muito feliz. O clima é de festa e alegria. O encontro é sempre de alegria com outros núcleos, com pessoas muito queridas e importantes na minha vida, sobretudo a Glorinha (Gloria Pires). Ela é uma fada! Outro dia no meu Instagram, eu fiz uma homenagem para a Glorinha muito bacana, porque ela foi muito importante para a minha vida.”

E como está sendo a repercussão do Helder, o médico ginecologista e podólatra?

“É a primeira vez que eu faço uma novela das nove com um personagem fixo, e é incrível! Que repercussão bacana! Volto a falar que o sucesso é sempre muito bem-vindo, e é impressionante o reconhecimento imediato. Todo muito vê, a novela tem um índice de audiência incrível. As gracinhas nas ruas são inevitáveis com relação ao pé, com as pessoas querendo marcar um horário com o ginecologista, um monte  de gente dizendo:’a Susy precisa de alguém que resolve os problemas’. A gente ouve de tudo! Sou um cara que gosta de praticar exercícios ao ar livre, gosto de correr na areia, então, eu ouço de tudo que você possa imaginar.”

O Helder chegou para confrontar o Samuel (Eriberto Leão) e o público está torcendo muito pela Susy (Ellen Rocche). Como você acha que essa história será desenrolada?

“Eu não sei se é o que eu acho, ou se é o que eu torço, mas eu acho que o doutor Helder e a enfermeira Susy tem tudo para ter o final feliz, formar uma família, independente de ela estar grávida no momento. Não tem o menor problema, as famílias hoje estão muito modernas, então, eu acho que seria um grande barato ela terminar feliz com um cara do lado dela e que supre as necessidades dela. É isso que eu torço, mas acima de tudo, eu torço para que a gente contracene muito, porque aquele núcleo está muito divertido, muito gostoso de fazer. Eu acho que o doutor Helder e a Susy têm um crush, como se fala hoje em dia.”

A Ana Lúcia Torres, que interpreta a mãe do Samuel, já falou que a Adinéia vai batalhar para que o filho reconstruía o casamento com a Susy. Como fica o Helder no meio disso?

“Na verdade, a personagem da Ana Lúcia existe, vamos dizer, o tradicionalismo, uma coisa até machista no sentido de que tem que voltar para a mulher. Mas assim, eu acho que tem que respeitar a opinião de cada um. O Samuel quer o Cido, é uma opção, uma preferência dele. Ninguém tem que se meter nesse tipo de coisa. Vamos ver o que o Walcyr reserva para a gente.”

E como está sendo contracenar com a Ellen Rocche?

“Ela é uma querida! Está num momento maravilhoso, surpreendendo muita gente, porque ela está, realmente, tendo uma oportunidade de ouro, e ela está agarrando com louvor, ela está mandando muito bem. Não é à toa que ela está sendo considerada uma das grandes revelações da novela, com uma personagem que ela está tendo oportunidade numa novela das nove, complexa, não é fácil fazer aquele personagem, é bem difícil. E ela está colocando todo o talento dela para fora e as pessoas reconhecendo isso, sendo sucesso de críticas, as pessoas falam muito bem nas mídias sociais. E é uma diversão! A gente não se conhecia tanto e agora trabalhando, está sendo uma delícia.”

A Ellen está na estrada já há muito tempo, né? A novela foi presente para ela…

“Sim! E está fazendo a ‘Escolinha do Professor Raimundo’, que tem aquela situação de piadas curtas e, às vezes, não dá para mostrar tudo que a gente quer num determinado trabalho. E esse está sendo perfeito para ela, e ela está arrebentando. É uma alegria entrar numa novela com produto de sucesso, com um núcleo de sucesso, com pessoas que deram tão bem. É sempre uma satisfação.”

Você tem algum fetiche, alguma característica parecida com a do seu personagem?

“Não! Nesse nível não (risos). Na verdade, eu sempre fui um cara que gosta de apreciar tudo que a mulher tem de bonito. Então, se ela tem o pé lindo, eu vou aproveitar, se tem a mão, seja o que for, eu sempre olhei num todo, nada específico. Minha esposa, por exemplo, tem pés lindos (risos). Eu nunca fui um cara necessariamente de uma determinada parte do corpo. Eu costumo brincar, que a Ellen tem vários atributos e ele (Helder) vai ficar encantado no pé, falando só do pé (risos).”

Conta para gente como é você com a sua família. Seu filho tem uma veia artística, né?

“Ah, o meu filhote… Nossa, faltam palavras! Ele realmente é uma luz, um tesouro, uma benção que apareceu nas nossas vidas. Gerado com muito amor, e é uma criança que não dá trabalho, uma criança muito feliz, cheia de luz, com um brilho nos olhos incrível. Ele é muito artístico, eu costumo dizer que se puder ele é mais do que eu. Ele tem um olho grande, um olhar grande de diretor, de ator demais. A gente teve uma grande experiência ano passado, porque eu, e a Carla Araújo damos aulas aqui no condomínio todo sábado de manhã, então, montamos uma turma linda cheia de crianças e outra com adolescentes e adultos. A gente montou um grupo de teatro chamado ‘Gratos’, e hoje, claro, meu filho faz o curso. Aí, ano passado, a gente teve a ideia de pegar esse grupo e montar ‘O Pequeno Príncipe’, e foi genial. As coisas foram acontecendo aos poucos e eu falei: ‘caramba, tem tudo aí para ser a estreia do meu filho Conrado no palco’. Porque a gente já estava vendo a capacidade dele, vendo que ele estava bastante preparado, com uma técnica natural muito legal e, claro, com talento. Eu não sou suspeito não, porque assim como eu sei avaliar as coisas que eu levo jeito e as coisas que não levo, eu sou muito frio para avaliar o meu filho no que ele levar e no que ele não leva jeito. Eu jamais iria expor o meu filho se ele não tivesse condições de fazer ‘O Pequeno Príncipe’, com um protagonismo gigantesco de um livro que é o mais lido no mundo, na verdade, o terceiro, os dois primeiros são livros religiosos, e com mensagens tão importantes. Com o meu nome, eu não poderia colocar isso a perder, então, eu estava muito seguro e a gente montou um espetáculo lindo e que ficou seis meses em cartaz. Foi uma experiência incrível! E acabou que eu fazia o espetáculo também, eu fazia o aviador, que o autor Saint-Exupery se colocou no personagem do aviador para contar aquela história. Então, eu contracenei com o meu filho e isso é algo que, realmente, é uma magia que não dá para explicar. Não tem como passar o que a gente sente no palco ao contracenar com o próprio filho. Foi uma peça muito emocionante, a gente colocava 27 atores no palco, 18 menores de idades. Foi um sucesso e já estamos preparando outros, quem sabe ‘O Pequeno Príncipe’, não volta. A gente tem alguns planos de trabalhar para criança e com criança. Eu tenho certeza que a gente está preparando pessoas melhores para o futuro, para o mundo, porque as pessoas falam muito de deixar um mundo melhor para os filhos, mas a gente tem que deixar filhos melhores para o mundo, e o teatro tem essa função. O teatro é vida, o teatro é transformador, o teatro revigora, o teatro prepara.”

Então, em breve, o Conrado poderá estrear nas telinhas?

“Sim. Há pouco tempo ele foi chamado para fazer uma participação na Record, em ‘Apocalipse’. A Globo volta e meia já dá uns toquezinhos, ele vai fazer um vídeo lá de registro como todo mundo faz. E vamos ver, eu não forço nada. Ele que quer, ele que movimenta essa energia e o cara lá de cima que sabe o que vai acontecer.”

Depois queremos bater um papo com o Conrado. Tudo bem?

“Com certeza! E vou te falar, vai ser um papo melhor que o meu, porque ele é sensacional (risos).”

Recentemente, você participou do ‘Dancing Brasil’, na RecordTV. Como foi essa experiência com o universo da dança?

“Essa viagem foi uma das melhores da minha carreira. Eu canto, tenho muitos anos de teatro, que é a minha segunda casa, o meu ninho. Eu sou um cara que não me acomodo, estou sempre me reinventando e me completando, então, eu canto e tenho muito tempo de teatro, mas me faltava a dança. Eu falava que nesses realities que tem aí pelo mundo afora, os que eu achava bacanas eram os de dança, tanto o ‘Dancing Brasil’, quanto o ‘Dança dos Famosos’, e se eu fosse chamado para algum desses, eu toparia. E eu fui chamado! Eu gosto de me expor, gosto de desafio, mas acima de tudo, eu tenho que estar muito seguro, eu sou muito caxias. Eu e a Dani ensaiamos todos os horários,  porque eu gosto de tentar buscar a perfeição, de fazer o meu melhor sempre, e eu queria entrar num programa desse para aprender a dançar profissionalmente, tecnicamente falando. Eu já tinha feito o musical ‘Estúpido Cupido’, com a  Françoise Forton, onde eu fazia o protagonista junto com ela, cantava e tínhamos 13 coreografias, só que elas não exigiam um nível técnico altíssimo, até porque eu fazia o galã, tinha um jeito mais solto. Fiz ‘Se Eu Fosse Você 2’, onde eu era um professor de hip hop. Eu, a minha fada Glorinha, e o Tony Ramos, ficamos ensaiando durante um mês com o Caio, que é um coreógrafo amigo e que faz milhões de trabalhos na Rede Globo. Então, eu peguei a coreografia toda e na hora de filmar a gente tinha um auxílio de uma câmera. Agora, entrar numa pista de dança com aquele júri fantástico, três pessoas que entendem muito de música, exposto para o Brasil inteiro e para o mundo, porque é um programa que acontece em 52 países e quando acaba a apresentação, já vai para o Youtube, e a gente sabe da exposição, a gente sabe que tem que se jogar. Eu queria isso! Eu dancei Foxtrot, Quickstep, Cha Cha Cha, danças que eu jamais imaginaria que fosse dançar um dia. Eu sair bastante realizado, fiquei triste, arrasado quando sai, porque sou um cara competitivo, não que eu achasse que fosse ganhar. Mas quando acabou a experiência, eu sai muito feliz, tão feliz que continuo dançando. A minha vida está bastante corrida, graças a Deus, mas eu continuo dançando na academia que a gente ensaiava. Os meus sapatos de dança continuam no carro (risos).”

Você fala da Glória Pires de uma forma muito especial. Conta para a gente como é a sua relação com ela. Você tem alguma história interessante?

“Saindo da minha adolescência, eu não sabia o que ia fazer da vida, mas sentia que eu queria era ser artista, ser ator, subir no palco. Eu não tinha ninguém da minha família que tivesse aberto esse caminho, e eu não tinha noção de por onde ir. Fazia faculdade de engenharia, meu pai era engenheiro, e eu não era um cara feliz ali. Então, os meus pais com muita sensibilidade perceberam que eu não estava sendo feliz. Um dia, meu pai me chamou na sala e falou: ‘filho, você não está feliz’. Daí, eu me arrepiei inteiro, fiquei emocionado e imaginando o que ele iria falar, e ele continuou: ‘você não quer ser artista?; Então você vai ser. Não é porque eu sou engenheiro que você tem que ser. Você só tem que ser feliz. Só não quero você acomodado em casa, eu vou te ajudar, você vai estudar para ser artista’. E assim eu fiz! Desde aquele dia, eu nunca mais parei. Eu estou sempre me movimentando, a palavra comodismo não faz parte do meu vocabulário. Então, o tempo foi passado, estava com meus 19 anos, a minha mãe trabalhava na Secretaria de Educação, e ela tem uma amiga, que também virou minha queridíssima amiga, que é tia da Glorinha. Como ela trabalhava com a minha mãe, ela falava que ia nos apresentar. Uma vez em casa, a minha mãe falou comigo que a Vera iria me apresentar para a Glorinha, mas eu disse: ‘ah, para! Isso não existe. Como eu vou na casa da Glória Pires?’. Dez dias depois, estava eu, e a Vera batendo na casa da Glorinha, porque tínhamos combinado, e a Gloria nos recebeu com um sorriso de fada, como se já me conhecesse há duzentos anos. Entramos e depois de cinco minutos, a Vera foi embora e nos deixou lá conversando. Daí veio o Orlando, queridíssimo, na época, ele estava compondo músicas, que logo depois viraram sucessos em novelas. Ele me mostrou essas músicas, eu ficava timbrando com eles dois, a Cléo ainda uma criança. Depois, ela (Glória) colocou todo mundo para fora e como eu tinha feito uma peça, uma parte produção, eu transformei em um monólogo e mostrei para ela, e a Glorinha começou a me dirigir. Ou seja, eu posso dizer que o meu primeiro e único coach da vida foi Glória Pires. Na época, eu estava com convite para fazer a oficina de atores da Globo, mas precisava fazer um teste para passar e ela me preparou. Depois desse dia, eu voltei na casa mais umas três vezes, ela me falou coisas que eu jamais esqueci, que eu falo para os meus alunos e falo que veio dela esse aprendizado. É uma alegria! A gente se encontrou trabalhando em ‘Se Eu Fosse Você 2’, e agora na novela. Eu tenho ela com muito carinho, as palavras que ela me falou naquelas tardes não saíram da minha cabeça nunca mais. É uma gratidão a ela e a vida por ter me proporcionado esse encontro.”

A Gloria Pires é uma atriz extraordinária, né?

“Ela é fantástica! A gente gravou em baile de carnaval, então, estava grande parte do elenco e foi uma delícia. Quando a gente grava casamento, festa, seja lá o que for, a gente sabe que vai ser um dia puxado. São muitas cenas, muita cobertura, mas quando o elenco está em alto astral, se divertindo, com um produto de sucesso tudo fica mais fácil. Estava a Glorinha, a Marieta também. que é uma figura, a Eliane Giardini, então, o clima fica mais engraçado, mais divertido, mas de sucesso. Às vezes a gente até esquece que está trabalhando.”

* Entrevista feita pelo jornalista André Romano

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade