Bruna Thedy estreia na TNT como apresentadora do Golden Globe: “Premiação marcada por manifestações a favor das minorias”

Publicado em 06/01/2019

Em 2019 os desafios bateram literalmente à porta da atriz, jornalista, apresentadora e locutora Bruna Thedy. Rosto conhecido dos fãs do seriado Sandy & Jr, onde interpretou entre 1999 e 2003 a personagem Ritinha, a moça marca presença a partir deste domingo, 06/01, no SBT e na TNT.

Pelo canal de Silvio Santos, Bruna segue à frente do Sempre Bem, atração voltada ao universo feminino, já pela TNT integra o time de apresentadores das mais importantes premiações da TV, streaming e do cinema: Golden Globe, Critic’s Choice Awards, Screen Actors Guild Awards, Grammy Awards e o Oscar.

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Em entrevista ao Observatório da Televisão, Bruna fala sobre as suas expectativas em relação à sua estreia no canal dedicado à sétima arte e também às séries, além, é claro, das suas apostas para o Golden Globe, que será exibido a partir das 22h com Phelipe Cruz, Carol Ribeiro e Didi Effe.

Teatro

Conta a favor da atriz suas experiências nos palcos. No texto de Franz Keppler e a direção de Fábio Ock encenado em 2016, Bruna deu vida a uma das maiores estrelas do cinema mundial, Brigitte Bardot. Nos anos 60, a diva passou uma temporada no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, mote da história encenada por Bruna.

Thedy faz algumas observações sobre as novas formas como os atores são escalados para determinados trabalhos na TV: “Ter uma conta bombada no Instagram aumenta sua chance de fazer uma novela, filme”, mas a artista ressalta que ler e assistir de tudo, repertório plural, dá estofo e amplia nossos horizontes.

Já em relação à cerimônia desta noite, Thedy acredita que será marcada por manifestações a favor das minorias com diversidade, representatividade: “É uma consequência do caminho que uma parte da indústria cinematográfica e televisiva tem percorrido no mundo”. Confira!

Como surgiu o convite para integrar o time de comentaristas da TNT?

“Me chamaram principalmente por causa do meu trabalho na rádio. Fiquei até o fim de 2018 na 89FM, a Rádio Rock, onde inclusive eu tinha um quadro em que dava dicas de séries”.

Está ansiosa? 

“Muito! É um trabalho minucioso, ao vivo,  quase um híbrido de TV com rádio, e apesar de já ter trabalhado com esses dois meios, nunca fiz nada parecido”.

Comentarista

Por ser atriz fica mais fácil compreender e comentar os trabalhos dos seus colegas? Como está se preparando para fazer os comentários? 

“Acredito que sim, porque essa análise acaba fazendo parte da vida do ator. Analisamos e nos inspiramos muito no trabalho dos colegas, sejam eles atores de teatro alternativo de São Paulo ou astros de Hollywood. Um bom trabalho inspira sempre”.

Uma maratona de estudos? 

“Sim! Durante minha vida toda estive ligada a esse universo, minha família é assim. Então ir ao cinema, ver séries, sempre fizeram parte do meu dia a dia. Agora pras premiações tive que focar mais, abdicar até de coisas que eu queria ver mas que não estavam indicadas, pra priorizar o que preciso de fato saber”.

Viu todos os indicados? Quais mais gostou?

“Vi quase todos! Tem algumas coisas que ainda não chegaram por aqui, então assisti a trailers, li críticas, curiosidades, porque sou contra baixar na internet. Mas de série as que eu mais me encantei foram o Método Kominsky – que apesar de não ter um nome muito convidativo à primeira vista, é de uma simplicidade e de uma grandeza linda. Fala do ofício do ator, de envelhecer, de amizade e é emocionante ver em cena Michael Douglas e Alan Arkin juntos. Chorei e ri muito com Marvelous Mrs Maisel, que é uma obra-prima em termos de fotografia, figurino, roteiro e a Rachel Brosnahan é minha atriz favorita no momento”.

Brigitte Bardot

“A Brigitte tinha, nos anos 60, características que as mulheres buscam até hoje. Sem dúvidas a Brigitte foi uma artista muito livre, num tempo em que as mulheres viviam à sombra dos homens e eram criadas pra se casar e ter filhos, ela rompeu com tudo que era esperado, desde ter se casado várias vezes até a nudez”.

Feminista e ativista

“Ela foi um ícone da libertação feminina e despertou essa liberdade nas mulheres. Porque não foi só discurso mas o modo como ela viveu a vida que foram e são inspiradores. Lembrando que levo em consideração a Brigitte de outros tempos. Hoje ela faz um lindo trabalho com os animais mas sua postura em relação à muita coisa me parece equivocada”.

Celebridades x artistas

“E em relação à fama x arte, é uma questão quase clichê que permeia nossa profissão há muito tempo e parece que de tempos em tempos ela se renova”.

Artistas x influenciadores

“Hoje em dia ter uma conta bombada no Instagram aumenta sua chance de fazer uma novela ou filme, por exemplo. É um cenário em que você só existe se está lá, se você viveu e não postou é como se não tivesse vivido. E as redes sociais também trouxeram essa vida de celebridade para pessoas anônimas”.

Exposição

“Elas postam o que vestem, pra onde viajam, o que comem, se expõe como os famosos. Ficar conhecido, nem que seja num microcosmo, é muito tentador. E no caso do ator, a fama tem que ter algo por baixo calçando e sustentando, sendo uma reação natural à uma exposição bem sucedida. O problema é quando a ordem se inverte”.

Palpites

Quais as suas expectativas?

“Temos concorrendo em algumas categorias, por exemplo, a série Pose, com o maior elenco LGBTQ da história da TV. Tem o Girl, o concorrente a melhor filme estrangeiro pela Bélgica, que mostra um adolescente transgênero querendo ser bailarina, o Podres de Ricos, um filme de Hollywood feito totalmente com atores asiáticos, muitas séries e filmes com elenco majoritariamente negro, Sandra Oh apresentando”.

Diversidade e representatividade

Quais as suas apostas?

“Acho que Roma leva algo, Nasce uma estrela e Pantera Negra também. Não vi Vice, mas só pelos trailers aposto no Sam Rockerll e no Christian Bale como melhores atores e por ser o último ano e ter terminado muito bem, The Americans deve levar melhor série dramática”.

Telespectadora

O que passa na sua TV? 

“Vejo vários tipos de séries, até as mais descomprometidas, pra relaxar, como Unbreakable Kimmy Schimdt e Jane the Virgin, até as mais profundas como recentemente vi Wanderlust – por sinal pra mim a maior injustiça desse Globo de Ouro foi a Tony Collete não ter sido indicada por essa minissérie. Novela não assisto, não. Já assisti, entendo que faz parte da nossa cultura, tem seu valor e sua importância, mas pra mim na maioria das vezes é óbvia e chata”.

Estudos

O que indica para o público que gosta de cinema, teatro e quer aprender mais sobre dramaturgia? 

“Acho importante ler e assistir de tudo porque um repertório plural dá estofo e amplia nossos horizontes, traz referências. Assistir aos filmes do Bergman, mas também aos do Spielberg. Buscar a beleza e os insights em cada linha e a cada take”.

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