Ator lamenta reta final de O Outro Lado do Paraíso: “Difícil pensar que vou ficar desempregado de novo”

Publicado em 27/03/2018

Famoso pelo personagem Buscapé no filme Cidade de Deus, Alexandre Rodrigues falou em entrevista ao Observatório da Televisão sobre a repercussão de Valdo, trabalho que marca sua estreia em uma novela das 21h em O Outro Lado do Paraíso.

Confira:

Como está sendo a repercussão desse trabalho?

“A gente nunca sabe o que vai ser escrito, então cada capítulo que chega é uma surpresa diferente. A repercussão está sendo muito boa, principalmente por causa do Buscapé, do ‘Cidade de Deus’, que vocês não esquecem. Nas redes sociais, então, nem se fala. Eu estava com 700 seguidores e já estou quase chegando nos 10 mil. Está sendo interessante, nas ruas acontecem coisas engraçadas, tem gente que confunde o Buscapé com o garimpeiro, é bem interessante.”

O que você acha do namoro do Valdo com a Ivanilda (Telma Souza)?

“Eu espero que vá para frente. Nós temos gravado cenas que eu ainda não posso contar, mas são bem interessantes. O namoro vai dar certo.”

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O que as pessoas falam para você sobre o casal?

“Ah, o casal está indo de vento em popa, o Walcyr (Carrasco) escreveu cenas maravilhosas para a gente. Tem cenas ali saindo do salão, ele (Valdo) se cuidando, saidinhas, pedido de casamento, tem tudo. Eu acho que o casal vai rolar. Eu e a Telma Souza estamos torcendo muito, a gente fica procurando as cenas dos personagens e se comunicando. As próximas cenas, em que ele pede para ela juntar os trapos, a gente já vai gravar essa semana. Estamos com uma expectativa muito grande em cima desses personagens.”

O Valdo é muito tímido e ficou com uma mulher toda solta, que gosta de uma fofoca, que é do “pronto falei”…

“Na verdade, ele se faz de tímido, ele não é tão tímido assim (risos). Ele fica tímido do lado dela por conta de ela ter esse poder de mulherão, ser pra frente. Ele também é um cara do interior, tem uma certa inocência. Acho que é mais uma inocência por estar o tempo inteiro no bordel, com as pessoas ali… mas ele é muito carinhoso, está apaixonado. Eu procuro fazer o Valdo de um jeito mais misterioso porque a gente nunca sabe para onde vai, o que o autor (Walcyr Carrasco) vai fazer, já pensou se o Walcyr coloca ele pegando uma tesoura ou esfaqueando alguém? Eu não sei… A gente nunca sabe para onde os personagens vão. Eu tenho muito respeito pelas escrituras do Walcyr, que é um cara cheio de prêmios e todas as suas obras são um sucesso. Eu sempre quis trabalhar com ele. Está sendo muito gostoso fazer esse personagem.”

Como você se preparou para fazer as cenas do garimpo?

“Nós tivemos um intensivão de mais ou menos duas semanas de preparação de elenco com o Eduardo Milewicz e foi algo maravilhoso, algo inovador nas novelas. Isso não tinha antigamente e é ótimo, a gente conhece nossos colegas de trabalho antes e ajuda em cena. Dentro dessas duas semanas, nós tivemos um encontro de dois dias com um garimpeiro de verdade, que ensinou para a gente como era, falou o que era perita, explicou todo esse vocabulário dos garimpeiros e a gente tentou extrair o máximo possível dele porque é um universo totalmente diferente.”

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Como está sendo contracenar com a Marieta Severo e o Juliano Cazarré?

“O Juliano Cazzaré, para mim, é o melhor ator da nossa época, o melhor do Brasil. Quando eu fui convidado e me disseram que eu ia trabalhar com o Juliano Cazarré, eu parei. Eu não acreditava que ia contracenar com ele, que tem uma presença muito forte, que joga junto. A Marieta Severo nem se fala! A Marieta é um amor de pessoa, alguém que eu quero levar para a minha vida. O elenco todo passou ali na mina, só faltou o juiz (Luis Melo) e o médico (Eriberto Leão).”

Como é que foi ter gravado a cena da explosão, que o Valdo ficou preso?

“Foi uma sequência bem intensa, todos ficaram completamente soterrados. Ficamos sete dias praticamente trabalhando. Eu tenho que parabenizar toda a equipe e os atores que participaram, tanto que ficou uma sequência eletrizante. Ficou aquela poeirada toda, até hoje a cama está suja (risos). É de mentirinha, mas a gente ficou o tempo todo sentado em pedras de verdade. É um local claustrofóbico, não é uma sensação muito boa, mas traz verdade para a cena. Todo ator que se propõe a trabalhar com esse tipo de arte, tem que entrar mesmo nessas experiências.”

Quanto tempo você tem de carreira?

“Sou um cara jovem, 34 anos, casado, tenho um filho também. São 34 anos de vida bem vividos e acho que estou entrando em 17 anos de carreira. É pouco, mas é muito (risos).”

Cidade de Deus é o seu trabalho mais marcante…

“É. Não tenho nem o que falar, é um filme em que eu era ainda muito inexperiente, mas foi o que abriu portas para todos os outros trabalhos.”

O que vem pela frente agora?

“Estou orando muito porque é difícil pensar que vou ficar desempregado de novo. Fiz alguns testes e pode ser que venha alguma série, estou falando com alguns amigos que eu não falo há muito tempo, estou vendo se estão precisando de alguém. Não quero mais ficar tanto tempo sem atuar, estou focado na carreira de ator.”

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