Após ficar 4 anos longe da teledramaturgia, Micael fala sobre estar de volta em O Tempo Não Para: “Eu acho que esse é o momento certo”

Publicado em 15/08/2018

O ator, cantor e modelo Micael, decidiu dar um espaço entre a correria da sua carreira musical para voltar a atuar, dessa vez como dando vida ao vilão Laércio em ‘O Tempo Não Para‘. Em entrevista ao Observatório da Televisão, Micael revelou que se sente um pouco inseguro em sua volta, devido ao tempo em que ficou sem atuar, mas que pede dicas e toques aos seus colegas de elenco.

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Você tem acompanhado a novela? Como é que está sendo a resposta do público?

Tenho acompanhado. A novela está um sucesso, superamos todas as expectativas possíveis. A gente estreou com números de ibope altos em comparação com as outras novelas, isso é muito bom, começar já com os dois pés na porta. A repercussão está linda e eu estou muito feliz em poder voltar depois de muito tempo me dedicando a música, poder voltar num time desse, uma equipe maravilhosa, todo mundo muito empenhado e a resposta do público está sendo incrível.

As cenas dos congelados também são sensacionais, não?

As cenas dos congelados são incríveis, o momento em que eles acordam da gosto de ver as atuações dos meus amigos. Tudo está muito bem feito, graças a uma preparação ótima de cerca de três semanas, a galera do século passado e a galera dos dias atuais ficaram separados durante esse processo, então quando a gente se encontrava tinha que haver uma surpresa, para quando chegar na cena isso ser verdadeiro, ser orgânico. A Juliana Paiva é incrível e a gente embarca nessa viagem, não fica uma coisa falsa.

E a batata do Lalá está assando, né? Porque o congelado já está de olho na Carmen.

Sim, está assando. Mas a gente não pode concluir que a batata dele vai queimar, porque a gente não pode afirmar que o Lalá vai ficar sem a sua queridíssima Carmen. Ele apronta bastante e vai aprontar muito aí com a Carmen.

Como está sendo trabalhar com a Christiane Torloni?

Eu nunca havia trabalhado com ela, voltar para as novelas e poder trabalhar com alguém como a Christine Torloni, para mim é sensacional. Às vezes a gente esquece que está atuando porque ela é muito natural, às vezes tem cena que é para ser distraída e ela me deixa muito descontraído e claro, a generosidade e a experiência dela. Eu sou muito grato, agradeço todos os dias.

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Quanto tempo você ficou sem fazer novela?

Eu acredito que uns 4 anos. Meu último trabalho foi na Record, se eu não me engano foi Milagres de Jesus.

Sua volta agora foi um convite ou você simplesmente resolveu voltar?

Foi um convite. Há bastante tempo eu venho trabalhando nessa carreira musical e depois que eu conheci a Anitta, que a gente firmou essa parceria, o trabalho foi tendo cada vez mais consistência. Eu lancei mais músicas, a música rodou mais nas rádios. Tiveram outros convites para fazer novelas e com toda humildade do mundo eu falei que não dava ainda, eu não me sentia preparado para uma novela, estava me dedicando a música. De repente eu poderia fazer algum trabalho sem conseguir me dedicar cem por cento e aí quando surgiu esse convite, eu fiz uma reunião com a Anitta, com a galera e eles falaram que achavam que agora seria um bom momento. A gente acabou de lançar um clipe e uma música nova, tem mais uma música para lançar, a gente já tem bastante coisa gravada para lançar, então eu acho que esse é o momento certo, porque enquanto eu me dedico a carreira de ator, eles vão preparando os lançamentos. A gente deixou tudo preparado e encontramos o momento certo de dizer sim.

Você se acha mais preparado?

Eu posso dizer um pouco mais seguro, mas eu falei para todo mundo, para os diretores, para o autor e para os amigos de cena, que eu estava há muito tempo sem praticar e que eu queria que eles chegassem e me dessem toques, porque eu quero aprender, é uma troca e estou no barco para o que vier e aí claro que com tudo engatilhado.

O seu personagem vai mostrar uma outra faceta de maldade e vai bater de frente com o Dom Sabino. Você está preparado para a reação do público nas ruas?

Eu já tomei umas cutucadas, foi ao ar a cena em que eu telefonava para a Vera Lucia, porque a Carmen não dormia em casa e falei que ela poderia ir para lá. Dormir na cama da mulher, usar a casa dela… E aí eu tomo café da manhã ao lado da minha casa em uma padaria e tem bastante senhoras que me dão uns beliscões, falam que sou um mal caráter (risos). Ele vai fazer de tudo, colocar os pés pelas mãos, escolher caminhos que não são muito bem-vindos, mas eu estou preparado, se isso acontecer é por causa de um trabalho bem desenvolvido.

A Carmen pode estar usando-o também, você não acha?

A Carmen dá corda para ver quem vai se enforcar, porque ela é uma mulher experiente, ela já foi abandonada grávida, então ela já sabe e não vai ser um garoto que vai enganar ela.

Você acha que ele realmente gosta dela, só está afim ou vai se apaixonar?

Ainda é muito cedo dizer, viu? Mas eu acho que ele curte o momento com ela, pode ser que vire uma paixão real, mas ele tem um carinho muito grande pelo cuidado que ela tem com ele, mas pode ser que vire uma paixão.

E o contraponto? Porque ele é preconceituoso, é arrogante, ele tem vergonha do pai, fala que o pai é engenheiro e a Carmen vai descobrir que não é. Como é para você essa troca, junto com o seu Eliseu, que é o Milton Gonçalves?

Ele não é tão arrogante. Ele é uma criação do sistema, eu sei que ele tem uns motivos, é um cara que não teve muitas oportunidades, acho que o fato de não ter a mãe presente acaba deixando-o sem ter um certo cuidado com o lado da mulher. Eu acho que ele tem admiração pelo pai, só que não sabe expressar esses sentimentos, ele tem por ele que pode conquistar as coisas de outra forma, eu acho que falta um pouco do exemplo feminino.

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Falando um pouco de representatividade, a gente vê que você foi criado no morro, você tem noção de que hoje você é exemplo para muitos lá?

Sim, tenho noção que muitas crianças se espelham, não em mim, mas sim na trajetória e eu acho que é um fato de acreditarem. Eu digo isso porque sempre que eu posso eu visito lá, visito o Nós do Morro e vejo os alunos lá, eles me perguntam se eu fui de lá mesmo e eu sempre fico muito feliz quando eu encontro uma criança, eles me perguntam essas coisas e eu tenho a oportunidade de falar, mas mais exemplo ainda para o meu filho que não viveu e eu vou fazer de tudo para que ele não viva a realidade que eu vivi. Eu fico muito feliz de poder ser exemplo, de poder mostrar que através da dedicação, disciplina, de respeitar os pais, de respeitar o espaço de cada um, você pode chegar onde você quer.

E qual a importância da dança para você, depois de ter participado do Dancing Brasil?

Foi de grande aprendizado, eu dou graças a Deus de poder ter feito parte do primeiro que foi um experimento para todo mundo e não tinha colher de chá para ninguém. Na segunda temporada que a galera já sabia o que podia e o que não podia, porque realmente a gente se machucava na dança, aí eles deram uma colher de chá, mas eu vou levar esse aprendizado para a minha vida inteira.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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