Alexandre Nero elogia diretor de Onde Nascem os Fortes: “É difícil encontrar isso na TV”

Publicado em 17/04/2018

Depois de interpretar Geraldo Bulhosa na série Filhos da Pátria, Alexandre Nero será Pedro Gouveia, um poderoso empresário na supersérie Onde Nascem os Fortes. Considerado rei do sertão, seu personagem será o principal suspeito pelo desaparecimento de Nonato (Marco Pigossi). Em conversa com nossa reportagem ele falou sobre a nova experiência, elogiou os métodos de trabalho do diretor da atração, José Luiz Villamarim e fez um pequeno balanço de sua carreira. Confira:

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Você já fez grandes papéis e a maioria dos atores diz que o último trabalho é o que mais está gostando. Você também pensa dessa forma?

“Não, isso não significa que eu não goste do Pedro, mas não é só porque é o último que eu gosto mais. Tem personagens que eu gostei demais e tem personagens que eu não gostei. Estou apaixonado pelo que está acontecendo aqui e isso não tem nada a ver com o Pedro, tem a ver com o que o José Luiz Villamarim (diretor) está fazendo. Ele filma de um jeito muito peculiar, não gosta que a gente revise, é muito brincalhão e as coisas dele são muito densas. Eu nunca imaginei que ele fosse um cara fanfarrão, da zoeira. Por isso a gente fica emocionado ao ver o clipe, o resultado é muito diferente do que a gente imagina. O Zé consegue ter um olhar muito diferente, deixa o silêncio acontecer, o personagem respirar. É difícil encontrar isso na TV. Eu já queria trabalhar com ele há muito tempo.”

Que balanço você faz da sua carreira? Em algum momento, você teve receio por ter começado na TV já com uma certa idade?

“Não, muito pelo contrário. Acho que isso me deu até uma certa tranquilidade porque a vida não se resume à televisão. Um artista estar na Rede Globo é motivo de orgulho, mas a tranquilidade da idade, de saber que a sua vida não se resume ao filme ou à novela, é bom. Se deu certo deu e se não deu, a gente vai para outra coisa. Fracassos fazem parte da vida o tempo inteiro e sucessos também. Isso me deu muita calma, por isso foi bom começar mais tarde. Isso me privou de interpretar personagens mais jovens porque eu não tenho registros de garotão, mas me deu a tranquilidade de fazer personagens que não me fizessem buscar o sucesso, alcançar um resultado. É claro que a gente torce para fazer sucesso, mas quando não acontece a gente vai adiante, para o próximo trabalho.”

Você fica triste quando o personagem não atinge o resultado que você espera?

“É triste, mas todo mundo tem que saber lidar. Já tive vários personagens que foram um porre, principalmente no teatro, mas não vou falar (risos).”

Você diz muito “não” para convites?

“Esses dias aconteceu. Me convidaram para um filme que tinha um personagem extremamente machista e, só pelas piadinhas, eu não aceitei. Eu não vejo problema em fazer personagem machista se houver uma crítica na história. Mas ali tinha um personagem machista só pelas piadinhas e eu disse que aquilo eu não vou fazer. É muito sem graça, as piadinhas já estão ultrapassadas, isso não me interessa. Agora eu sou um cara conhecido, que tem bastante trabalho, um olhar diferente. Mas também entendo quem vai lá e faz porque tem que pagar o aluguel.”

E a música, como é que está na sua vida?

“Eu continuo fazendo, tenho projetos, mas não sou um neurótico com isso. Vai rolar, mas não tenho essa neurose.”

Sentiram muito a sua falta nas novelas?

“Sim, as pessoas sempre falam, perguntam quando eu vou voltar. Mas para mim foi tudo ontem, nem faz muito tempo que eu fiz o Comendador. Eu fiz ‘A Regra do Jogo’ (2015), teve ‘Filhos da Pátria’ (2017), eu estou trabalhando direto. É que tem uma diferença fazer novela das 21h, com personagem de sucesso.”

Você tem aquele tempo sem celular, em casa, para ficar com o filho?

“Tenho, acho que a gente precisa ter. Eu sou um pai babão, e eu nunca pensei que seria. Achava que isso era bobagem, que eu seria um pai durão, mas agora sou um bunda mole, faço tudo que meu filho quer (risos). Tem hora que eu quero postar foto minha e não tenho, só tenho foto dele.”

Pensa em ter mais um filho?

“Sim, vamos ter. Quero mais um menino! (risos).”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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