“A gente já tem intimidade”, diz Letícia Spiller sobre cena de beijo com Marcello Novaes em Sol Nascente

Publicado em 23/10/2016

Letícia Spiller está muito contente com o resultado de seu trabalho na novela Sol Nascente. A atriz interpreta a personagem Lenita na trama das 18 horas da Globo e tem a oportunidade de contracenar novamente com seu ex-marido e pai de seus filhos, Marcelo Novaes, que faz o pael de Vittorio.

Ela conversou com nossa reportagem e falou um pouco sobre a experiência de viver o mesmo par romântico que protagonizou nos anos 90 em Quatro Por Quatro, quando deu vida a Babalu e Marcello interpretou Raí.

“Fico muito feliz com o casal (Lenita e Vittorio) e a gente já tem intimidade de amizade, então é muito mais fácil de trabalhar e, é bom que a gente esteja se encontrando mais, porque com a vida corrida, a gente se encontra pouco”, celebra Letícia.

Reviver o casal que marcou história tem repercutido muito bem junto ao público e a atriz avalia essa recepção do telespectador. “O pessoal gosta da gente porque nós temos uma imagem bacana da nossa família, as pessoas se identificam e torcem porque está no inconsciente coletivo de quem acompanhou aquela história em ‘Quatro por Quatro’, a nossa história de vida, temos um lindo filho juntos.”

Confira na íntegra o papo com Letícia Spiller:

O público está torcendo pelo casal Lenita e Vittorio. Como você vê esse interesse do público?

“O pessoal gosta da gente porque nós temos uma imagem bacana da nossa família, as pessoas se identificam e torcem porque está no inconsciente coletivo de quem acompanhou aquela história em ‘Quatro por Quatro’, a nossa história de vida, temos um lindo filho juntos. Somos uma família que todo mundo se ama muito, todo mundo se respeita, tanto o Diogo, que é o outro filho mais velho do Marcello, como o Pedro. Eles cresceram e moram juntos. Somos todos amigos, a mãe do Diogo, eu, nossos pais, todo mundo. Enfim.”

Como está sendo contracenar com o Marcello Novaes em ‘Sol Nascente’?

“Fico muito feliz com o casal (Lenita e Vittorio) e a gente já tem intimidade de amizade, então é muito mais fácil de trabalhar e, é bom que a gente esteja se encontrando mais, porque com a vida corrida, a gente se encontra pouco.”

Você postou uma foto da cena do beijo com o Marcelo, e o público subiu a hashtag: ‘Quero Essa Maturidade!’. Como você avalia isso?

“Fico muito feliz principalmente quando a gente vê caso de alienação parental. Até fiz uma novela (Salve Jorge) que o tema era esse. A gente não é alienado, pelo contrário, a gente sempre fez questão de preservar essa relação de amizade, de amor em prol dos nossos filhos. Depois que a gente tem filhos, quem é um ser minimamente bom vai preservar e pensar no seu filho, não em você mesmo. Quando a gente tem filhos, o ego fica de lado, isso é evolução. A gente tem filho para evoluir e também para a gente se tornar um ser humano melhor. Depois disso, a gente começa a ver também os nossos defeitos nos nossos filhos. A gente também evolui e cresce com eles. Fico muito feliz quando a nossa imagem pode ajudar neste sentido, da maturidade espiritual, nessa evolução humana porque a vida é muito curta para gente ficar perdendo tempo com orgulho, com rancor.”

Você citou que uma personagem sua ajudou a esclarecer o que é alienação parental. Como você avalia esse trabalho social das novelas em prol de temas tão delicados?

“Acho que a dramaturgia brasileira, principalmente as telenovelas têm muita influência, tem essa função de educar, o que é ético, o que não é. Acho muito importante.”

O visual da Lenita está entre os mais pedidos da CAT (Central de Atendimento ao Telespectador). Como você recebe essa noticia?

“Acho ótimo. O pessoal do figurino fica mais feliz que eu. Sempre rola essa referência. Em geral, tenho feito trabalhos que fazem sucesso. Em ‘I Love Paraisópolis’ também foi assim.”

Como está sendo para manter esse cabelo ‘escândalo’?

“O cabelo tem um pouco de aplique e a cor mexeu um pouco, ficou mais para o tom ruivo, principalmente na raiz e de mês em mês tem que fazer. Sem muito mistério.”

Você surpreendeu cantando. Esperava esse sucesso?

“Está bacana! Estou muito feliz. Teve uma moça que veio falar comigo na rua que não sabia que eu cantava, disse que canto muito bem. É um lado meu que venho explorando de seis anos para cá, mais por causa do teatro. Fiz dois musicais rock and roll e isso se aflorou dentro de mim. Tenho um projeto com uma amiga minha que canta e que me chamou para cantar e fazer um show falando sobre o amor incondicional. Não tem nada a ver com rock, mas tem uma banda maravilhosa que a gente chama de ‘Cosa Linda’, que é um pessoal de São Paulo. E agora vou fazer um show em Americana, no próximo dia 27 de novembro. Estou bem feliz!”

Seu filho fez um show com você. Como foi a experiência?

“Meu filho fez uma participação no show na percussão. Pedro é mais da batera, mas ela toca percussão intuitivamente desde pequenininho. Ele toca sem nunca ter feito aula.”

Recentemente, você foi elogiada por sua atuação na peça ‘Doroteia’, de Nelson Rodrigues. Percebo que você é muito determinada e vai sempre atrás de seus sonhos, é isso mesmo?

“Nasci para lutar porque nunca escolho as coisas fáceis, sempre escolho as mais difíceis pela minha inquietude, pelo aprendizado. Eu nunca tinha feito Nelson Rodrigues, ‘Doroteia’ é uma obra de uma grandeza que eu não sabia, só fui saber quando me aprofundei neste universo. Essa ‘Doroteia’ é uma peça atemporal, que tem uma mensagem universal. Fala da condição humana. É difícil. No início eu chorava toda hora. Aquele texto me provocava uma emoção muito forte. Vamos voltar com esse espetáculo em breve.”

Sua passagem como Paquita na década de 80, ajudou na Leticia, atriz, que brilha na TV hoje?

“Foi meu primeiro contato com o trabalho profissional. Tive que ter muita disciplina muito cedo, muito jovem. Foi um choque de realidade na época, mas foi muito bom, com certeza. Hoje em dia devo muito a esse trabalho, ao aprendizado que eu tive. É isso.”

Saiu recentemente uma noticia falando que após a novela, você vai passar uma temporada em Portugal, para se dedicar a novos trabalhos. Isso precede?

“Tenho projetos em Portugal e adoraria ficar um tempo na Espanha para aprender flamenco, que é um desejo que eu já tinha há muito tempo e foi aflorado agora com ‘Doroteia’. Eu amo a dança. Nos meus 15 anos eu quase fui para o lado da dança, eu tinha muita paixão e aí o teatro me pegou. Aqui eu posso dançar, cantar, fazer tudo. Ele tem essa amplitude de poder circular em novas áreas diferentes. Estamos tentando levar ‘Doroteia’ para lá.”

Você é multifacetada, né?

“Sou geminiana. Acho que nunca vou me contentar com uma coisa só. E ainda tem as produções de cinema. Tenho parceria com amigos. Eu coproduzi um filme, que é um drama romanceado, que conta a história de um jogador de futebol e provavelmente vai ser protagonizado pelo Caio Castro, que também é sócio deste filme. Também estou numa comédia romântica como produtora e atriz. O Lucas Loureiro, que é o pai da Stella (ex-marido da atriz) também vai fotografar. Temos essa parceria em cinema. Isso foi uma coisa que se aflorou de dez anos para cá e é difícil. Cinema demora, mas está rolando. É uma comédia romântica leva, para toda a família, vai. O filme do jogador de futebol chama ‘Eu sou Brasileiro’. A maioria dos brasileiros vai se identificar. A comédia romântica se chama ‘Clube da Saudade’. Enfim.”

A gente percebe que você faz amigos por onde passa. É verdade que a equipe de ‘I Love Paraisópolis’ marcou muito você também?

“Dependendo da produção acaba acontecendo. ‘I Love Paraisópolis’ foi muito especial para mim porque por ter tanta gente jovem, teve uma união da equipe. Eu chorei quando acabou porque a gente não vai se vir tanto mais.”

Do que você tem certeza?

“A única certeza da vida é a morte. A gente tem que encarar a realidade. É o que fala ‘Dorotéia’. Essa é a única certeza.”

Sua personagem na trama é toda tatuada. Muitas mulheres se identificam com a personagem por isso também. Como você avalia esse carinho em relação a isso?

“Todas as coisas positivas que estão vindo com a personagem acho ótimo. Ela pode ter sido um pouco rebelde. Porque ela teve que se virar muito cedo, ela é muito sozinha. Ela sofreu várias perdas, os pais morreram, o marido abandonou ela na lua de mel e o irmão ficou preso por dois anos. Ela tem que ter defesa, por isso ela difícil de se entregar. Mas aí ela encontra um cara que também tem uma dor, que pode transformar isso em alegria também.”

Sua personagem transformou a dor em amor. É isso mesmo?

“Com a ajuda do Tanaka (Luis Melo) ela lutou e conseguiu. ele acreditou no potencial dela de empresária.”

A novela ‘Quatro por Quatro’ é um sucesso até hoje. Se fosse realizado um remake dessa trama, que você gostaria que interpretasse a Babalu?

“Acho que a Monique Alfradique, porque a gente se parece ou a Isabella Santoni, mas acho que a Monique tem mais esse perfil. Parece mais fisicamente. Seria engraçado se tivesse um remake. Eu poderia ser a Abigail ou a Auxiliadora. A Babalu mais velha, dona de salão com netos também seria legal. Enfim.”

André RomanoENTREVISTA REALIZADA PELO JORNALISTA ANDRÉ ROMANO

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