Éramos Seis

“Não adianta se internar numa clínica, fazer mil plásticas, e sair triste e mal amada”, diz Ellen Rocche sobre mulheres que exageram nas plásticas

Atriz revela detalhes de sua personagem no remake

Publicado em 11/10/2019

De dubladora do Qual é a Música para uma das atrizes mais belas do Brasil, Ellen Rocche é a prova viva de que o talento se adapta em qualquer situação na televisão.

Nas novelas há mais de 15 anos, a atriz se prepara para interpretar Marion, no remake de Éramos Seis, da TV Globo.

Em conversa exclusiva com o Observatório da Televisão, Ellen fala sobre os preparativos de sua personagem, comenta sobre o feminismo e conversa sobre os cuidados com o corpo e uma alimentação saudável.

Confira a entrevista completa:

Éramos Seis é uma novela feminina no ponto de vista da Lola. Você se considera uma mulher feminista?

Eu tenho um senso de justiça muito forte. Mas eu não visto nenhuma camisa absurda do tipo ‘Sou radical, é isso e tem que ser assim’. Eu procuro ter a ótica de ver o lado do outro, e tentar entender a situação, o contexto, porque não é só o preto e branco. Existem outras visões, então é óbvio que eu defendo a mulher com unhas e dentes. Não sei se sou uma feminista, mas eu defendo a mulher.

A mudança no seu visual foi para a personagem?

Eu achei que ninguém fosse me reconhecer. Saí do salão e logo falaram: ‘Oi, Ellen. Pode tirar uma foto?’. Eu tirei e perguntei: ‘Gente, vocês não viram nada de diferente?’ (risos).

O Rogério, seu noivo, é nutricionista. Ele te ajuda a manter a forma?

Ele ajuda. Ele é maravilhoso, um parceiro incrível. Mas eu acho que quando a gente ama, a gente fica bem. Pode até parecer clichê, mas quando as pessoas falam sobre o segredo de beleza, eu digo: ‘É se amar!’. Se amar em primeiro lugar, depois começar amar os outros, amar o seu trabalho, independente do que você faça. Seja você um gari, uma faxineira ou uma atriz, porque a gente tem que amar o que a gente faz.

Você tem uma alimentação equilibrada e faz exercícios também?

Faço! Eu faço três vezes por semana musculação, mas agora eu parei um pouco porque a Marion, minha personagem, é forte mas nem tanto. Estou dando prioridade para aeróbio, só pra dar uma desestressada, e para realmente estar fazendo alguma atividade física.

Você gosta de fazer atividade física?

Eu gosto. Eu acho importante, não existe milagre. A dieta, uma alimentação saúdavel, exercícios e bem estar.

Você brincou no começo que sempre te escalam pra esses tipos de papéis sensuais, por que?

Olha isso não é uma crítica, podem me escalar (risos). Podem me escalar sim pra fazer a gostosa, porque eu estou gostosa. Eu não sei por que, mas eu falei que sou recatada e do lar e me chamam pra fazer a destruidora de lares (risos), eu devo fazer bem, né. Mas só na ficção.

Você está se sentindo gostosa então?

Eu estou! Eu estou me sentindo bem, feliz com meu corpo, com a minha vida, com o meu momento profissional afetivo, e estou ótima!

O que é uma mulher bonita para você?

É uma mulher que tem educação. Quando falam da Clarice Lispector que ela lista toda as qualidades, que fala que os olhos tem que ser bonitos porque eles exalam amor e não o que tem a sombra tal, então eu acho que a mulher bonita é aquela que está feliz com quem ela é. Beleza é algo muito relativo. Às vezes você vê uma mulher não é tão bonita, mas ela tem um negócio que você fala ‘Gente, o que essa mulher tem’, é um borogodó. A Gisele quando entra na passarela por exemplo, não tem para mais ninguém, ela é maravilhosa! Mas se ela não tivesse aquela força interior, aquela estrela que ela tem, nada adiantaria. Então eu acho que a mulher tem que se amar.

Você acha que vale tudo pela beleza como colocar silicone, aplicar Botox e outros procedimentos?

Não, não vale! (risos). Como eu disse, beleza é bem estar, é estar se sentindo bonita. Se o seu nariz incomoda, por exemplo, é uma coisa que você não se sente bonita, faz a plástica e sente melhor, se for melhorar sua autoestima, é válido. Agora não adianta se internar numa clínica, fazer mil plásticas, e sair triste e mal amada, com a mesma energia que entrou. Aí vai estar a mulher mais linda do mundo assim, você vai dar duas palavras e você fala ‘Ai que vontade de chorar’. Assim não dá.

Você teve que fazer aula de burlesco para sua personagem? Como você se preparou?

Faz dois meses que estou fazendo. Antes de gravar uma cena a gente faz uma coreografia específica, mas eu fiz alguns ensaios. Eu ensaiei mais maxixe e samba com os meus parceiros, que são o Ricardo Pereira, o Antonio Calloni e o Nicolas Prattes.

Você é madrinha de bateria, então entende muito de samba, mas como é lidar com esse novos ritmos na trama? A Dança dos Famosos te ajudou nisso?

Ajudou, porque meu deu uma consciência corporal, o que é o mais importante. Mas foi difícil segurar o meu quadril. Até dei uma entrevista falando que ele tem vida própria, porque eu estava rebolando quando não podia (risos). É mais difícil desaprender e voltar no tempo, porque eu danço gafieira e a gafieira evoluiu com o tempo, quando ele [professor] vai fazer um passo eu já vou querer rodopiar e não pode. Mas é muito gostoso.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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