Mel Lisboa fala sobre voltar a interpretar Rita Lee na minissérie Elis: “Mantive a Rita dentro de mim por muito tempo”

Publicado em 11/12/2018

Mel Lisboa está de volta para mais um trabalho na TV Globo, dessa vez, a atriz voltará a dar vida à cantora Rita Lee, na série Elis – Viver é Melhor que Sonhar. Mel viveu a cantora no teatro por três anos e agora ganhará novas cenas na produção para a TV. Em entrevista ao Observatório da Televisão, ela contou novidades da produção e da sua carreira.

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Deve ter sido muito emocionante voltar a interpretar a Rita Lee, não é? Faz quanto tempo desde o teatro? 

“Acho que a última vez que eu interpretei a Rita foi em 2016.” 

A Andreia Horta disse que pensou se aceitaria ou não viver novamente a Elis. Você também pensou nisso?

“É que o teatro é tão diferente do cinema… Eu coloco como coisas completamente opostas. O cinema é como se fosse uma fotografia, aquilo vai ser captado e vai ficar para sempre. O teatro é vivo, é um organismo. Nenhum espetáculo vai ser igual ao outro e ele nasce e morre no mesmo dia. Então como eu fiquei fazendo o espetáculo há quase três anos. Eu mantive a Rita dentro de mim por muito tempo. De algum jeito ela nunca saiu, ela está aqui. Só que a questão era justamente o meio, o veículo e a situação em si. Fazer o filme Elis, uma participação em uma cena onde ela está grávida, assustada, com medo e dor, o tamanho e o registro é outro. É a minha Rita em uma situação completamente diferente.”

Contato com a Rita Lee

Você continuou mantendo contato com a Rita? 

“A gente mantém um contato meio distante, porque a Rita é muito reservada. Ela fica muito em casa, a gente se fala muito via Guilherme ou a Silvia, que são pessoas que eu tenho muito contato e estão sempre com ela. Acaba que a gente sempre se fala por via deles, mas eu nunca quis incomodar a Rita. Tudo o que eu não precisava é que ela não gostasse de mim, que achasse que eu estava invadindo ou incomodando. Então sempre deixei a Rita muito na dela.”  

O que você mais aprendeu vivendo a Rita Lee? 

“O aprendizado é geral, ele não é só uma coisa. Desde o estudo que você faz, que você passa a conhecer a história, não só daquela artista, mas de vários que estão em torno dela, inclusive a Elis. Mas o fazer teatral vai te ensinando muitas coisas e uma coisa que eu fiz que foi muito nova, foi fazer uma personagem que existe e eu não podia simplesmente criar da minha cabeça. Claro que é do meu jeito, mas há uma referência que você não pode fugir e ela está aí, ela foi nos assistir. Isso foi um grande desafio e um aprendizado, nesse sentido de como você constrói um personagem que existe.”

Carreira

Essa personagem no teatro foi um divisor de águas na sua carreira? 

“Sem dúvidas! Eu faço bastante teatro em São Paulo, mas houve o momento Rita Lee que foi muito importante, porque foi um desafio muito grande. Nem cantar eu cantava e de repente eu estava no palco, cantando vinte músicas, pretendendo ser Rita Lee e foi muito bem aceito. Isso foi realmente um divisor de águas e fez até com que as pessoas confiassem mais no meu trabalho no teatro.” 

E as novidades para a sua carreira? 

“Olha, vai estrear o Coisa Mais Linda que eu fiz para a Netflix, acho que lança em março. Foi aí que eu conheci o diretor Hugo. O Dogville que vai estrear em São Paulo em janeiro e eu devo filmar a segunda temporada do Coisa Mais Linda também”.

Mudanças no mercado  

Você acha que essa coisa das séries mudou o mercado para os atores? 

“Sem dúvidas, mudou tudo. O mercado, a forma de consumo, o audiovisual, o telespectador e o que ele procura. O trabalho em si e as produtoras também”.  

É o seu primeiro trabalho com a Netflix? 

“Sim. Tem uma outra série que eu fiz e está lá, mas não é original. Coisa Mais Linda é original e abriu o mercado né? Faz muito tempo que não tenho contrato. Eu estou fazendo freela e vou me virando”.

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