“Inadequada, louca, quase uma vilã”, define Claudia Raia sobre personagem em Verão 90

Publicado em 06/12/2018

Claudia Raia marca seu retorno às novelas da Rede Globo após A Lei do Amor (2016). A estrela será a intérprete de Lidiane em Verão 90, trama escrita por Izabel de Oliveira e Paula Amaral, com direção artística de Jorge Fernando.

Lidiane é uma ex-atriz de pornochanchada que vai causar muito na história. Ela deixa a carreira no auge após engravidar de . Em entrevista ao Observatório da Televisão, a atriz revela mais detalhes da personagem, que terá, também, o seu lado vilã. Confira:

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Como você enxerga essa aproximação maior da imprensa com os artistas, em tempos de internet?

Eu adoro esse novo jeito que a Globo está fazendo com a imprensa, para participar dos bastidores, do início da nossa história. É uma maneira de introduzir ao publico a história, de uma maneira amorosa, afetiva, recebendo a imprensa aqui para um café da manhã, informalmente. Naquela época tinha esse contato físico, olho no olho, uma pergunta ao vivo. E acho que isso a gente trouxe de volta nessa nova visão da Globo em lançar novelas.

“Essa ingenuidade que tinha no Rio se perdeu”

O que podemos esperar de Verão 90?

A novela traz esse Rio de Janeiro que a gente morre de saudades. Todo mundo andava na rua, andava de biquíni, de maiô, e marcava encontros na praia. Encontros que acabavam no Baixo Leblon e eram 4 da manhã e toda a classe artística estava ali reunida. Era como se fosse a pracinha de uma cidade do interior. Essa ingenuidade que tinha no Rio se perdeu, mas que bom que a gente pode viver isso de novo e, quem sabe, resgatar isso.

Como você define essa relação de mãe e filha na novela?

Ela (Manuzita) é uma vitima dessa mãe. Ela não tem culpa de nada. Ma verdade as duas são bem loucas. Nenhuma filha sobrevive a uma mãe louca. Não há como. E ela era uma estrela da pornochanchada. De repente ela engravida e tem que interromper a carreira dela para poder ter essa filha. Em nenhum momento ela culpa  – em hora nenhuma isso – e nem coloca a sua frustração em cima da sua filha, ela é apaixonada pela filha. Elas são uma dupla.

“As pessoas tem que ter alguém para falar quando não está bom”

Duas doidas andando pelo Rio de Janeiro e ela acha graça na mãe, o que é pior. Elas passam pelos anos dourados dos anos 80 e os piores momentos dos anos 90. Estão ferradas, sem dinheiro, elas não tem nada. Então é muito bacana ver o que uma mãe é capaz de fazer por uma filha, porque ao mesmo tempo ela é muito amorosa, apaixonada pela filha, porém, essa mãe que fala sempre: “Você está linda. Maravilhosa”, isso pode acabar com uma criança. Eu acho que tem que ter uma mãe que coloque limites.

Você é essa mãe que impõe limites na vida real?

Sou. Super atenta, Talvez um pouco crítica demais. As pessoas tem que ter alguém para falar quando não está bom.

“É uma pessoa que eu tenho carinho”, afirma a atriz sobre Alexandre Frota

Você já era uma estrela nos anos 90. Seu casamento foi um acontecimento. Como você vê isso hoje?

Foi um casamento insano num grau. Imagina? … um casamento com Alexandre Frota já é uma coisa inacreditável. É uma pessoa que eu tenho carinho, lógico. Mas assim, na candelária, numa segunda, às 7 da noite, onde ele foi convidar o Rio de Janeiro inteiro no Chacrinha. Uma loucura! … eu acho que é um exemplo meio estranho das pessoas quererem.

Claudia Raia e Alexandre Frota
Claudia Raia e Alexandre Frota Reprodução

Mas eu entendo quando as pessoas falam isso. Eu tinha um vestido de noiva e um resplendor, era quase um destaque de escola de samba. Cabelo que não cabia dentro do carro. Anos 80, tudo muito! … é bacana falar sobre isso. Meu cabelo na novela é todo crespo, de permanente. Quando eu me olho, eu falo: ‘”Meu Deus do céu!”, quantas vezes eu usei esse cabelo crespo.

Você está feliz com essa nova novela?

Muito! É um personagem que vai de A a Z , a personagem é maravilhosa, é tudo ao mesmo tempo, vive todas as nuances. Ela é mãe, mulher, vai ter um caso com um cara mais jovem. Depois vai casar com um homem mais velho, dá aula de Jazz numa pindaíba enorme numa academia, ‘pobrinha’. Ela cuida dessa filha como se fosse o grande ouro da vida dela, e ao mesmo tempo ela é inadequada. Ela é quase uma vilã nos anos 80/90 empresariando essa filha. Ela é de A a Z. É uma ‘puta’ personagem.

***Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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