“É uma maravilha isso ter acontecido na minha vida”, afirma Daniel de Oliveira sobre convite para estrelar a série 10 Segundos para Vencer

Publicado em 11/12/2018

O ator Daniel de Oliveira se prepara para entrar no ar na grade da Rede Globo com a série 10 Segundos para Vencer. Agendada para o dia 8 de janeiro, a produção é um longa coproduzido com a Globo Filmes e que acabou sendo adaptada para exibição na TV em quatro episódios.

Em entrevista concedida pelo ator ao Observatório da Televisão, ele falou do seu personagem, Éder Jofre, e também fez uma analise deste trabalho e um balanço de sua carreira no cinema. Confira:

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Como foi representar este homem vencedor ?

“Para mim foi um prazer, um privilégio fazer. É uma maravilha isso me acontecer e eu ter a idade certa para fazer. Eu acho que foi um presente, recebi o convite e comecei a rodar no dia do meu aniversário. Há 10 anos, eu estava fazendo um filme em São Paulo chamado Boca, com Flávio Frederico. Eu estava no hotel e tive uma viagem que soquei o azulejo, eu tava tomando banho: ‘Opa, eu vou fazer Éder Jofre no cinema’… Tive esse insight vamos dizer assim e eu cheguei a ligar pra ele. O Éder respondeu: ‘Ó meu, já tem um cara que estava fazendo esse negócio de filme e cinema…meu’. Pedi desculpas, desliguei o telefone e esqueci. O mundo girou e oito anos depois me chamaram para fazer este filme”.

10 Segundos para Vencer tem direção de José Alvarenga Jr e roteiro de Thomas Stavros

Você chegou a conhecê-lo?

‘Sim, foi maravilhoso. Fomos visitá-lo em São Paulo, almoçamos com ele. Mas eu vi que era pouco. Eu precisava ter mais encontros com ele. Me mudei para São Paulo por uma semana, fiquei lá trocando ideia. Passei dias bem intensos com ele, conhecemos lugares de boxe, e ele falando da família, mostrando fotos antigas. Eles foram bem carinhosos comigo. Fomos até no Parque Peruche que é onde ele nasceu em São Paulo. E ele me mostrou uma casa, lugar em que ele conheceu a esposa. Foi bem bacana”.

Você sempre está envolvido em desafios na sua vida, né?

“Os desafios vão aparecendo, e eu gosto muito. Interpretar personagens reais é uma coisa que está sempre presente na minha carreira. Se eu olho para trás eu vejo Cazuza, foi o primeiro personagem real e muito importante. Depois eu fiz o Stuart Angel, o filho da Zuzu Angel. Fiz o Frei Beto (Batismo de Sangue), fiz o Santos Dumont em um curta, William da Silva Lima em 400 contra 1. Fiz personagens da história do Brasil. E agora o Éder”.

“Interpretar personagens reais é uma coisa que está sempre presente na minha carreira”

Vem novela em 2019?

“Por enquanto não. Vou fazer uma participação na série da Hebe. Vai ser em São Paulo. Não sei se ele [personagem] é marido ou namorado dela. Eles ficaram juntos por 8 anos, é uma pequena participação. Mostra a situação da Hebe naquele momento. Como é uma série, tem que enxugar demais. Era um longa, agora virou série. Imagina a Hebe, quantas histórias ela não tem? Mas me surpreendeu esse personagem. Se chama Luiz Ramos”.

E para o fim de ano, o que você vai fazer e quais os seus desejos para 2019?

“É família né, ir para o lar. Ficar no aconchego, viajar um pouco. Ficar um tempo maior com todos. Olha, tudo que me vem na cabeça é saúde. Tendo isso a gente corre atrás das outras coisas. Tomara que o Brasil siga um caminho bom, está difícil, mas torcemos e trabalhamos para isso. Temos que estar firmes esperando o melhor”.

Você se sente um cara agraciado por ter pego personagens de peso?

“Ter feito Aos Teus Olhos da Carol Jabor, foi um privilégio. É muito de instinto de escolher esses personagens. Jamais que vou negar um filme da Carol Jabor. São personagens irrecusáveis e ao mesmo tempo temos que estar no lugar certo”.

“O brasil está começando a esquentar esse nicho de terror”

O brasileiro costuma ver filmes de comédia e você está indo para um lado diferente. Você gravou o filme Morto Não Fala, um terror nacional. Como foi isso?

“Sim, aqui no Brasil se assiste terror, mas é terror de fora. Para mim foi um prazer, eu estava bem curioso de saber como é fazer um filme de terror, tem muito pouco, vira um nicho. Daí chegou o Dennison Ramalho, que é um craque, eu vi os curtas dele, o cara é muito bom e reconhecido. Eu fui no festival de Austin, no Texas, e quando falaram o nome dele, tiveram muitas reações positivas. O Brasil está começando a esquentar esse nicho aí”.

Você se machucou fazendo a série 10 Segundos para Vencer ?

“Um filme de boxe não dá para não se machucar. Eu pratico boxe há onze anos, então já estou acostumado com soco e tal. Eu comecei a viciar em soco, olha só que onda (risos)! Eu falei até para o meu mestre de boxe: ‘Pô, eu levo pancadas e tô gostando’…ele respondeu que é natural”.

O seu corpo mudou muito?

“É sofrimento. Regime mesmo, malhar pra caramba, intensificar mais. Tomava aqueles shakes malucos, aqueles produtos doidos. Foi difícil porque tem que ter uma disciplina. O filme começou no dia do meu aniversário. Eu com 39 anos fazer um filme de um boxeador que passa por várias fases, tem que estar preparado. Saber trabalhar o corpo em prol do personagem. É interessante brincar com isso para você poder entrar em outro universo”.

Qual personagem biográfico você escolheria para interpretar?

“Tenho um nome mas não posso falar para não estragar a ideia”.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

Confira nossa vídeo crítica:

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