Ativista em Malhação, Jennifer Dias afirma que emprestou força para a personagem: “Vem das mulheres da minha família”

Publicado em 17/09/2018

Aos 27 anos, a atriz Jennifer Dias vive sua primeira protagonista na TV. No ar em “Malhação – Vidas Brasileiras” (Globo), ela dá vida à estudante Dandara – uma jovem questionadora, centrada, mas que muitas vezes extrapola na hora de se posicionar. Na trama, ela é filha de Marcelo (Bukassa Kabengele), diretor do colégio Sapiência, onde estuda.

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Na atual fase da novela teen, Dandara concorre à presidência do grêmio estudantil. Ela disputa o posto com Fabiana (Giovanna Rangel) e Hugo (Leonardo Bittencourt), com quem vive um affair.

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Em entrevista ao Observatório da Televisão, Jennifer diz que admira a forma como sua personagem luta pelas causas em que acredita, mas reconhece que Dandara é um pouco explosiva. Ela também revela o que emprestou de si para o atual trabalho na novela teen: “Minha força, que vem muito das mulheres da minha família”.

Projeto da atriz de Malhação

A atriz, que criou um projeto cultural com duas amigas, fala sobre o seu ativismo na vida real: “O projeto 111 começa de uma vontade de movimentar os circuitos artísticos com pluralidade de culturas e experiências de troca. Se consolida no encontro de artistas com diferentes formações e lugares de fala-escuta. Entendemos a arte como agente transformador, sendo indispensável numa construção social que pretende ser inclusiva”.

Leia na íntegra:

Como a Dandara chegou até você?

A Gabi Medeiros, produtora de elenco, me convidou para um teste. Ela me convidou numa sexta feira e o teste já era na segunda. Na terça, saiu o resultado que eu tinha passado e na outra segunda eu já estava gravando. Foi tudo bem rápido.

O que você emprestou de si para Dandara e o que aprendeu com ela?

Emprestei minha força, que vem muito das mulheres da minha família. Admiro muito a maneira como a Dandara luta pelas coisas que ela acredita. Por mais que possa parecer um pouco explosivo – e isso se justifica pela idade da personagem -, tudo o que ela fala tem muita coerência.

Dandara é questionadora… Até onde isso pode ser considerado uma qualidade e até onde pode ser considerado defeito? Quais são os limites saudáveis, na sua opinião, para se questionar aquilo com o que você discorda?

Quando se questiona com coerência nos argumentos, está tudo certo. O que não pode é querer falar por falar. E tem que ter respeito sempre. Se minha opinião, de alguma forma, for agredir o outro, não cabe!

Dandara X Marcelo

A relação de Dandara e Marcelo é conflituosa, muitas vezes. Como é a sua relação com seu pai?

Minha relação com meu pai é maravilhosa. Ele é super aberto ao diálogo. Eu sou questionadora na vida. Não milito tanto quanto a Dandarinha [risos], mas milito em casa. Sempre respeitando muito a opinião do meu pai e levando em conta de que ele é o meu pai. E é preciso ter um cuidado e um respeito um pouco maior. Outro dia ele me ligou para dizer que tinha assistido uma cena da Dandara e que ela foi muito malvada e abusada com o pai dela, que isso não se faz. Eu caí na gargalhada e pensei que se meu pai foi atingido é porque o trabalho tá dando certo.

Dandara e Hugo vão viver um romance. Você acha que é verdadeira a máxima que diz que os opostos se atraem?

Acho que os opostos podem sim se atrair, mas nem sempre [risos]. Não acho uma verdade absoluta, Pode acontecer, assim como também pode ser um desastre.

Shippados?

Existe torcida pelo casal?

Super! As pessoas gostam de conflito… Recebo muita mensagem dizendo que a Dandara devia ser menos durona e ficar logo com o Hugo.

Já se apaixonou por alguém muito diferente de você?

Já.

Acha possível namorar alguém que tenha ideias e posicionamentos políticos diferentes dos seus?

Acho possível, desde que a pessoa seja aberta ao diálogo e respeite minha opinião.

Projeto

Você encabeça junto com amigas um projeto cultural, né? Me conta mais sobre ele.

O projeto 111 começa de uma vontade de movimentar os circuitos artísticos com pluralidade de culturas e experiências de troca. Se consolida no encontro de artistas com diferentes formações e lugares de fala-escuta. Entendemos a arte como agente transformador, sendo indispensável numa construção social que pretende ser inclusiva. Aconteceu em suas três edições na casa Front, conhecido também como Território Inventivo. Localizado em uma laje de um cowork na Praça 11, no Rio de Janeiro. O evento inicia com a exibição de uma obra artística seguida de debate, logo após começam os shows, que são entremeados por poesias faladas e durante todo o evento, um artista plástico convidado pinta uma obra ao vivo.

Artistas já conhecidos do público como Serjão Loroza e Vilma Melo, artistas em evidência como Luellem Castro, Maicon Rodrigues, Luthuli Ayodele, Francisco Gil, Tom Karabachian, Jaffar Bambirra, Cadu Libonati, Babi Guinle, Julia Mestre, Brenno Ferreira, Yas Werneck, Yasmin Gomlevsky e novos nomes da MPB como Luciane Dom, Késia Estácio, André Muato, Federico Puppi já deram as caras nos palcos do projeto 111.

Ainda exibimos produções de coletivos marginais da cidade tais como o Mulheres de Pedra e a Confraria do Impossível e o filme Kbela de Yasmin Thayná, premiado em diversos festivais de cinema ao redor do mundo. Os poetas parceiros foram Brenda Lima e Carol Dall Farras vencedoras do Slam das Minas RJ 2017, Lucas Koka Penteado vencedor do Slam Resistência SP 2016, WJOTA, Drica Vieira, Gustavo Luz e Dudu Neves do nós da rua. Pally Siqueira e Juliana Barbosa coloriram telas e paredes durante todo o evento.

Novo Mundo

Você interpretou Luana “Novo Mundo” (Globo, 2017), mas a Dandara de “Malhação” é sua primeira protagonista. O que mudou na sua vida desde que você estreou em na novela teen?

A minha rotina mudou totalmente. Primeiro porque eu moro muito longe dos Estúdios Globo e tudo aconteceu muito de repente. Então nas primeiras semanas de gravação eu tive que correr muito atrás, anotar tudo numa agenda, prestar atenção nos horários pra não embolar as tarefas. […] ‘Malhação’ é sem dúvidas uma vitrine. Estou tendo a oportunidade de mostrar para um monte de gente o meu trabalho. Torço para que [a novela] me abra muitas portas.

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