“Amo viagens no tempo”, diz Elizabeth Jhin sobre temática de Espelho da Vida, sua nova novela

Publicado em 16/09/2018

Autora de sucesso em novelas das 18h, Elizabeth Jhin está de volta com Espelho da Vida, próxima trama do horário. Com um quê de espiritualidade, o folhetim contará a história de Cris (Vitória Strada), uma atriz que descobre por acaso um portal que dá acesso à sua vida passada.

Em entrevista ao Observatório da Televisão durante o evento de lançamento da trama, a autora falou sobre suas inspirações, e sobre como sente-se confortável tratando de temas como reencarnações. Confira:

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Você é a rainha das novelas espíritas e todo mundo gosta. Por que esse acabou se tornando o seu ramo?

“Foi uma coisa repentina. Nunca tinha planejado isso, mas sempre gostei do tema. Tenho fascinação por essa coisa de reencarnação, e vidas passadas. Eu não sou espírita, mas tenho uma simpatia muito grande pelo espiritismo. Respeito demais, mas não posso dizer que sou por não seguir a doutrina. Eu estava começando a escrever Escrito Nas Estrelas, me veio a ideia de fazer o triângulo amoroso entre um casal e o ex-namorado que já tinha partido, que foi o foco da trama. Nessa época comecei a escrever mais sobre isso e gostei. Amo escrever sobre esse tema, é algo que me dá um prazer enorme”.

E te dá uma liberdade também, não é? Porque imaginar a vida passada do personagem, quer dizer que você pode brincar com isso de várias formas.

“Exatamente. É muito bom. A gente que escreve adora criar, e dá margem a bastante situações, como brincar com passado e presente”.

Elizabeth Jhin fala sobre a viagem no tempo através do espelho

Nessa novela, a Cris brinca com o espelho porque ela vai e volta dessas vidas através do espelho, não é? Como surgiu isso de usar um espelho?

“É um portal. Amo viagens no tempo. Adoro essa possibilidade de poder visitar um momento da sua vida que você foi feliz ou quer rever, e resolvi colocar isso. Em outras novelas usei o recurso da regressão a vidas passadas, mas nessa eu queria que fosse diferente e coloquei esse portal através do espelho”.

Mais gente além da Cris vai usar esse portal?

“Não. Só ela é quem vai usar, mas ela encontra no passado coisas surpreendentes. Ela vai descobrindo coisas sobre muita gente”.

Quando ela está no presente, ela consegue se lembrar do que aconteceu no passado?

“Ela lembra do que aconteceu com ela, enquanto ela visitou o passado”.

As suas novelas são delicadas, e tem um quê mais romântico sem perder a força. Como vai ser a construção dessa vez?

“Sempre procuro fazer com que minhas personagens mulheres sejam mulheres fortes, sábias. Dessa vez temos várias personagens na terceira idade, e não só acho que essas atrizes precisam ser maravilhosamente aproveitadas, mas acho que quanto mais velha a pessoa fica, mais sábia e mais capaz de pensar nos outros se torna. Inclusive capaz de ter uma vida menos leviana, mais voltada para o próprio interior. É muito importante a gente ouvir essas pessoas”.

Espelho da Vida terá mais comédia

Com qual núcleo você acha que o telespectador vai se identificar mais?

“Eu não sei. Além do núcleo da Cris que é fortíssimo, e espero que encante as pessoas, temos vários núcleos de comédia. Como o núcleo dos atores do filme, o núcleo da pensão da Dona Gentil. Eu gosto muito de misturar comédia, porque todo mundo precisa rir, e está funcionando muito bem”.

Você disse que adora ver coisas sobre o passado. Teve alguma inspiração em algum filme ou livro?

“Não. Depois que tive a ideia da novela, comecei a ver e rever muitos filmes como Algum Lugar no Passado, que é um filme que adorei. Se você abrir alguns sites de cinema e pesquisar ‘viagem no tempo’, aparece uma lista de filmes. Vi todos (risos)”.

Estamos discutindo muito empoderamento feminino. Vai ter alguma personagem que chegue até este lugar?

“Eu não falo diretamente sobre isso, mas as mulheres são naturalmente fortes. Eu não gosto de rótulos e acho que as mulheres sempre foram fortes. Agora elas podem se mostrar mais, mas gosto de escrever mulheres de atitude, que fazem diferença no dia a dia das pessoas”.

Tem algum papel social na novela ou algum questionamento que você quer levantar?

“Meu questionamento é para que as pessoas pensem mais nas outras. Como você pode fazer a diferença no seu dia a dia não sendo tão autocentrado e amando mais? É principalmente isso. Teve uma fala que coloquei no Vicente, que ele diz ‘Tudo se resume ao amor’. É uma mensagem muito importante para as pessoas pensarem e lembrarem, porque estão muito desligadas da parte espiritual. Vivem como se ela não existisse, como se fossemos apenas corpo, mas somos principalmente espírito. Nossa parte espiritual precisa ser bem cuidada”.

Vilã de Alinne Moraes

O João Vicente de Castro contou que a relação do personagem dele com a personagem da Alinne Moraes é catastrófica. Que ela mexe com ele de um jeito que é quase inexplicável. Como você construiu isso?

“Não posso entrar em detalhes para não contar a história deles. Eles têm uma coisa bem forte, e ele é apaixonado pela Cris, mas essa mulher, sabe aquela coisa que ele não consegue esquecer totalmente? É como acontece na vida. Você sabe que a pessoa ideal para você é outra, mas tem aquela criatura ali que fica do seu lado incomodando”.

É a sua segunda parceria com a Alinne Moraes também. Como é a sua relação com ela?

“Amo a Alinne. Eu fico felicíssima em trabalhar com ela, porque a acho uma atriz brilhante. A personagem era para ser dela, e acho que ela dá um brilho a qualquer personagem, em qualquer novela”.

A Vera foi a senhora quem escolheu também?

“Eu e Pedro Vasconcellos (diretor). Acho que Pedro pensou primeiro, mas há muito tempo encontrei com ela num evento, no prêmio Extra, e pensei que seria interessante tê-la em minha novela. Ela sentou em minha mesa, ficamos conversando e pensei ‘que mulher interessante, quero trabalhar com ela’”.

 *Entrevista feita pelo jornalista André Romano  

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