Segundo Sol, a nova novela das 21h da Globo estreia no próximo dia 14 de maio, e contará a história de Beto Falcão (Emilio Dantas), um cantor de axé fracassado, que acaba reencontrando o sucesso ao ser dado como morto após um acidente aéreo. Para permanecer em alta, e ajudar sua família financeiramente, o rapaz resolve continuar fingindo-se de morto.
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O autor da novela, João Emanuel Carneiro bateu um papo com nossa reportagem durante o evento de lançamento da trama que aconteceu na última semana nos Estúdios Globo e contou sobre suas inspirações, suas pesquisas sobre axé music, e revelou as diferenças entre Laureta (Adriana Esteves) e Carminha, interpretada pela mesma atriz em Avenida Brasil, novela de sua autoria exibida em 2012:
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Como foi pensar numa história que se passa na Bahia? De onde surgiu esta ideia?
“Eu sempre fui para a Bahia, sempre gostei muito de lá e sempre quis contar uma história localizada no estado. Daí me surgiu a ideia de fazer um personagem músico, e fiz dele um cantor de axé.”
Como foi a pesquisa para a época, e sobre os temas abordados na trama?
“O axé é uma coisa dos anos 90, ainda existe, mas naquela época era o auge. Pensei numa passagem de tempo que começasse nos anos 90 e viesse até os dias de hoje. Durante minha pesquisa li muito sobre o tema, e vi muitos documentários sobre axé. Eu já gostava de axé, porque na adolescência nos carnavais, eu dançava também.”
E como é ter duas vilãs principais? Você buscou alguma inspiração em algum lugar?
“Existem vários exemplos de parceria em que uma pessoa é mentora da outra, e de certa forma elas têm uma relação de amor e ódio, de gato e rato.”
Ter que dividir essa vilania fica mais fácil para o autor e para as atrizes?
“Não. É apenas uma maneira de se fazer, teriam outras. Essa é uma dupla que se ama e se odeia.”
A internet é muito rápida. Em um trailer de 2 minutos que foi exibido da trama, os internautas foram à loucura com uma cena da Laureta, interpretada pela Adriana Esteves, e disseram: ‘Carminha está de volta’..
“Eu não sou muito da internet, leio sites, mas não vou em rede social. Somos apenas o mesmo autor e a mesma atriz trabalhando juntos. Eu acho que a Carminha era uma pessoa essencialmente dissimulada, louca, quase psicopata, mas fazia cena para todos em volta como a mãe de família tradicional. O que mais marca na Laureta é ser uma pessoa amoral, que gosta de afrontar. Ela é livre. Justamente essa coisa desaforada, e livre que marca ela, um pé na porta ao contrário da outra.”
Como é a forma de liberdade dela?
“Ela é livre porque tem uma conduta sexual da cabeça dela, não dá satisfações a ninguém, uma pessoa totalmente original. Diferente da Carminha, totalmente contrária, porque dava satisfações a todo mundo.”
E a Caminha gostava só do Max, né?
“Ela gostava um pouco do Tufão também, era meio dividida.”
Você chegou num lugar como autor em que o público já espera pelas suas obras. Elas geralmente fazem muito sucesso. Como você lida com esse tipo de cobrança ao começar a escrever uma novela nova?
“Eu tenho que esquecer essa expectativa toda em cima de mim, porque é uma coisa muito opressiva. No caso dessa novela, ela é muito singela, emotiva, de fácil compreensão, um canal direto de emoção com o público. Acho que ela vai emplacar por causa disso. A novela tem uma leveza, e é muito bem-humorada.”
* Entrevista feita pelo jornalista André Romano