Com papel importante em Orgulho e Paixão, Bruna Griphao define sua personagem: “Lidia é a doidinha”

Publicado em 15/03/2018

Com quatro novelas e uma série no currículo, desde 2009, Bruna Griphao já vai encarar seu próximo desafio na televisão. Ela viverá a Lídia em Orgulho e Paixão, nova novela das 18h, da Globo. Na trama, ela será parte do grupo de protagonistas filhas da personagem de Vera Holtz.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, a atriz definiu Lídia como “doidinha” e “muito mimada”, contou um pouco sobre como se preparou para a personagem e a importância de ter mulheres protagonizando novelas. Confira:

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As mulheres de época eram livres, né? 

“Elas eram assim. Elas traziam vida, no contexto que elas estavam, sabe? Um contexto muito de machismo e tudo isso. E elas eram elas, independente do que fossem falar. Elas viviam a vida como elas queriam, claro que para a época, mas assim. Botavam o pé na porta mesmo.”

A sua personagem é a mais mimada, a da Elisabeta é a que mais quer ir embora e as outras três, como elas são?

“Então, a Elisabeta, ela não almeja casar, né? Tanto quanto as outras irmãs, ela é uma personagem forte, decidida, e ela sabe que não precisa de casamento para ser feliz. Ela sabe que ela pode conhecer o mundo, pode fazer o que ela quiser, e é incrível. As outras irmãs são umas apaixonadas. A Anaju que faz a Cecília, é uma menina que vive no mundo dela, ela gosta muito de ler, então, ela cria as histórias fantasiosas na cabeça dela, ela se apaixona com aquilo. A Mariana, que é a Chandelly, ela quer uma paixão intensa, ela quer uma coisa forte, uma coisa que tire ela do rumo dela, ela quer o coração dela batendo forte. Então, ela sempre procura uma aventura, uma coisa assim. A Pâmela que é a Jane, é a mais doce, aquela menina mais princesa, ela acredita no amor verdadeiro, ela acredita no olhar e essas coisas, ela é sensível. E a Lídia, é a doidinha. Acho que é isso, defini bem todas elas.”

Ela vai ter algum embate com a Elisabeta?

“Não, por enquanto não. Embate acho que por enquanto não.”

Elas não concordam com a postura da sua personagem, né?

“Eu acho que ela é a caçulinha, ela é querida pelas irmãs. Não acho que é não concordar, acho que é: ‘olha minha irmã mais nova, olha, ela aí de novo aprontando’. Então, é mais um carinho mesmo.”

Mas qual você acha que é o conflito da sua personagem?

“O conflito da minha personagem é amadurecer. Ela começar a entender que as coisas são reais. Assim, não amadurecer em si, mas ela é muito mimada. Na verdade, acho que ela não tem nenhum conflito interno. Ela é uma personagem muito engraçada, ela é muito pra cima, ela é muito feliz. Eu acho que os conflitos vão aparecer ao longo da trama. Eu acho que ela vai precisar amadurecer, vai acontecer alguma coisa na vida dela que ela vai falar: ‘E agora? Não, minha mãe não tem como me salvar’. É isso!”

Você estava falando agora sobre a potência das mulheres daquela época, a força delas. A gente está vendo uma novela (O Outro Lado do Paraíso), que tem uma presença feminina muito forte. E agora, Orgulho e Paixão trazendo também personagens femininas muito fortes. Você acha que isso pode cansar um pouco as pessoas ou você acha necessário trazer esse tema?

“Não, eu acho super necessário. Eu acho muito necessário, a mulher tem que ser representada. A gente tem que mostrar nas novelas a força que as mulheres têm na vida.”

E você não acha que fica forçado?

“Não, não acho que fica forçado não, porque existe, é uma coisa real. Uma família de cinco filhas, assim… Uma mulherada. Óbvio que existe. Tinha que mostrar a realidade, a gente não pode mais esconder as mulheres, botar elas atrás, temos que igualar. Fazer ser igual. Porque gente, é incrível, eu acho que não tem como não se apaixonar por essas cinco mulheres, acho que não tem como ficar forçado. Porque é tudo muito bem composto, elas se desenham muito bem.  Eu acho que vai ser incrível, eu tenho uma perspectiva muito grande.”

Você está fazendo uma personagem que já foi representada em várias adaptações. Como é que foi colocar as suas impressões.

“Então, o livro eu li, mas o filme eu decidi não assistir para não ser a Lídia de lá.”

Você não viu nada, sei lá, uma peça?

“Não. Eu já devo ter visto alguma coisa assim, mas não vi de novo. Eu falei: ‘cara, deixa eu construir minha Lídia’. Mas eu acho que por conta disso, foi tranquilo para mim. Mas se eu tivesse assistido uma semana antes, eu iria ficar com aquilo na cabeça: ‘Meu Deus, estou fazendo igualzinho’. É isso.”

Você se identifica com ela? Você também é assim, espevitada?

“Eu acho que ela é muito extrovertida, me identifico nisso, e ela tem uma personalidade muito forte. Todas as personagens têm a personalidade muito forte, cada uma para o seu lado. E, é uma pessoa feliz, sabe aquele personagem que você lê e fala: ‘Nossa, que personagem pra cima!’. Ela tá sempre feliz e eu quero pegar isso dela para a minha vida também. Eu gostaria de ser um pouquinho Lídia, também.”

E a importância de trazer uma literatura inglesa para o Brasil, qual a importância você vê nisso?

“Eu acho que acrescenta culturalmente às pessoas. Você trazendo novas coisas, você apresentando novas literaturas, um romance tão legal, a Jane Austen é incrível. Eu acho legal fazer as pessoas pesquisarem, fazer as pessoas quererem ver a novela, quem já conhece… Eu acho que é uma ótima sacada. Eu mesma já vi adaptações, porque vinha de tal lugar e eu queria conhecer.”

E para você, o que te passou Orgulho e Preconceito? Qual foi a lição ou a coisa que você quis pegar para a vida?

“É um romance, né? Acho que você aprender a olhas as coisas menos com um olhar de dia a dia, menos bruto. Você aprende respirar e olhar as coisas com mais carinho. É que por ser um romance de época, naquela época, as pessoas refletiam mais, viam o tempo passar. Hoje em dia é correria.”

Os tempos são outros, né?

“É, tinham um tempo. Não é essa coisa de manda mensagem e resolve. Não, era antigo, né? Era uma coisa romântica, linda.”

Qual sua expectativa?

“Para a novela? Assim, não estou sabendo lidar. Às vezes eu sonho com a estreia. Já aconteceu de acordar e falar: ‘Estreou? Não’. É isso!”

Você teve que mudar alguma coisa em você?

“Não. Eu iria no início pintar o cabelo de preto, mas acabou que não precisou e aí eu fiquei assim. Adoro ficar loira ou morena, então, tanto faz.”

Você não liga, você é desapegada ao visual? Se tiver que mudar, vai mudar.

“Eu sempre fui desapegada. Quando eu era mais nova, era pior, eu ligava um pouco mais, hoje em dia, eu sou total desapegada.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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