Sucesso com seu personagem em Pega Pega, Marcos Caruso revela: “Sou chamado de Pedrinho nas ruas”

Publicado em 28/11/2017

Na reta final da novela Pega Pega, Marcos Caruso comemora o sucesso de seu personagem, Pedrinho Guimarães. O bon vivant que passou por altos e baixos ao longo da trama escrita por Claudia Souto é um dos personagens mais queridos pelo público, que inveja seu estilo de vida. Em entrevista ao Observatório da Televisão, o ator comenta sua relação com a arte, e dá palpites sobre o final da história.

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Tem algo do Pedrinho que você está levando pra sua vida?

Eu queria levar o dinheiro (risos). Enquanto ele ainda tem, né? Porque cada vez mais ele só perde, então aguarde os próximos capítulos. Mas essa elegância, bom humor, essa resiliência e vontade de conhecer o mundo, essa coisa de você receber uma pancada e continuar firme com pensamento positivo achando que o mundo está lhe devendo e você tem que dá a volta por cima. É isso.

O Pedrinho sofre várias transformações. Fale um pouco das mudanças que seu personagem passou.

O povo brasileiro está passando por mudanças, não é só o Pedrinho. Ele é aquele cara que perdeu viagens internacionais e está podendo ficar no Brasil, mas tem gente que não está podendo nem ir a Niterói, porque a situação não está boa pra ninguém, todo mundo está perdendo. A gente está vivendo num país que infelizmente você sobe sete degraus e desce cinco. Somos um povo de perdedores ultimamente. Eu acho que temos que aprender que a vida continua e que é da necessidade que surge a criatividade.

Pedrinho vem com lojas e novos projetos?

Ele vai pegar um pedaço da entrada do Carioca Palace e vai montar uma loja de malas e artigos masculinos chiquérrimo, e vai servir champanhe pra quem passar por ali. Ele está com tudo!

E os grandes amores do Pedrinho?

Ele ficou completamente apaixonado por esta mulher [Arlete]. Ela é simples, mulher decidida que manda um pouco mais do que normalmente as outras mandariam nele. Não é uma mulher que obedece ordens, tem poder de decisão e sabe o que quer. Ela é motorista e dirige a própria vida, não precisa dele. Ele sente e acha que não está acostumada com mulheres que não precisam dele, é uma paixão à primeira vista, é evidentemente mãe do ladrão que o roubou; isso só o aproxima mais do Júlio e espero que ele seja legal com esse menino, porque ele não é tão mal assim.

Como tá sendo a relação com o público?

As pessoas adoram o Pedrinho. Eu acho que todo mundo quer morar em hotel, quer viagens e tomar champanhe, ter uma vida boa. Então, o Pedrinho é um ícone bem-humorado, alegre, se veste com paletós vermelhos, amarelos, calças extravagantes; ele é um cara que exala bom humor! É querido e muito popular. Sou chamado de Pedrinho na rua e estou muito feliz com esse trabalho que é mais um de grande qualidade que a TV Globo está apresentando.

Você tem um arcabouço cultural muito grande. Como é pra você mostrar a sua arte?

Nós atores temos uma função social muito importante, porque através de nossos personagens interpretamos uma parcela da população que absolutamente existe. Esses personagens não são pensados por nada, eles vem de um poder de observação do autor de uma novela que está pondo no ar reflexo de uma sociedade que existe. Então, quando nós interpretamos um personagem qualquer que seja, na televisão, temos uma responsabilidade social muito grande. Em qualquer lugar do Brasil que seja: Rio, São Paulo, ou num casebre mais distante que a televisão chega, estarei feliz por ter escolhido essa profissão.

A que você atribui o sucesso de ‘Pega Pega’, já que os críticos têm criticado a trama?

Existe um ou dois que estão criticando. Eu acho que você pode achar defeito em tudo na vida, mas se você olhar para o espelho, você vai achar um defeito na sua cara, vai tentar corrigir porque você vai querer ficar cada vez mais bonito. Se temos problemas em alguns lugares, nós temos que corrigi-los. Eu não vejo problema nenhum em ‘Pega Pega’, porque é uma novela que está absolutamente dando para o público aquilo que ela se propôs a dar. É uma novela leve, das sete, com uma trama extremamente bem armada, interpretada, onde você tem quatro protagonistas, quatro histórias desses núcleos que estão em volta que o público ama ver, além de tudo é bem realizada – cenário, figurino, iluminação, direção, maquiagem, tudo que vale. O sucesso é sempre decorrente de uma união. Quando você junta as qualidades necessárias pra que o trabalho vá a cabo, você tem mais possibilidade de chegar ao sucesso. Eu acho que aconteceu isso com ‘Pega Pega’, que é um sucesso inegável, terceiro maior ibope da casa. Então, se um ou outro crítico acha que a novela tem algum problema, eu quero dizer a eles que infelizmente eles são minoria.

Quando a novela começou, o público já sabia quem eram os ladrões do hotel. Você, quanto a telespectador, tem alguma aposta sobre o acidente envolvendo a Mirella?

Eu não tenho! Todas as possibilidades existem na medida que elas sejam incríveis e possíveis. Uma novela é um novelo, você vai tentando descobrir o fio da meada, acha que é aqui, mas é ali. Não tenho um opinião formada porque eu não quero levar o público a pensar por aqui ou ali. Cada um tem que ter sua cabeça. A novela é igual escalação de jogo de futebol, e cada um acha que o técnico deveria agir dessa forma, não daquela. Eu quando estou fazendo um trabalho não vou na frente do autor, eu faço meu trabalho.

Você ouve muitos palpites do público em relação ao crime?

Acho bárbaro ouvir coisas absurdas que ouço. Dizem que foi a tia do Júlio, dizem que o cachorro entrou no carro pra pegar o brinquedo. As pessoas criam coisas inacreditáveis.

Seu personagem faz o público refletir sobre o que é, ou não a riqueza. Para você, o que é?

Eu acho que a riqueza é aquilo que você tem dentro de você. O dinheiro da noite para o dia pode sumir da sua vida, tá, aí o Pedrinho Guimarães. Tudo que você adquire como conhecimento, princípio ético, cultura; isso pra mim é riqueza. Sou o homem da cultura, das relações humanas e cada um vem ao mundo com uma função, a minha função como artista é provar que a riqueza imaterial é superior do que qualquer coisa que você pode adquirir com dinheiro.

Você pensa em escrever para novelas?

Já recebi convites para escrever aqui mesmo dentro da TV Globo, já escrevi duas novelas, mas novela é uma coisa que eu não quero mais fazer, porque eu acho que é uma coisa para profissionais da área e eu não sou, sei que tenho talento, mas não sou profissional. Não sou o Miguel Falabella, sou um Falabellinha, mas uma série, um programa ou seriado, é uma coisa que tenho vontade de fazer.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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