Astro de Top Gun

Val Kilmer conta sua própria história com a voz possível

Documentário Val é um retrato da vida e obra do ator, fora de atividade desde que foi vítima de câncer

Publicado em 10/09/2021

Uma vida de sucesso e glamour pode um dia virar um filme sobre a brevidade de tudo isso. O documentário Val, no Amazon Prime Video, é um retrato autobiográfico corajoso e aparentemente bastante honesto sobre o ator Val Kilmer, astro de Hollywood desde meados dos anos 80.

Afastado das telas por conta de um câncer de garganta, que foi curado  porém o deixou sem voz, Val Kilmer vem nos últimos tempos frequentando feiras de fãs, como as ComicCon.

Nestes locais, ele assina produtos derivados de filmes e dá autógrafo em fotos e pôsteres de produções que estrelou.

Mesmo cansado, sem muita disposição para estes eventos, aos 61 anos o ator provoca formação de filas. Ainda colhe, portanto, os louros que a fama pode lhe render.

Val Kilmer era um galã. Foi o vilão Iceman, o antagonista de Tom Cruise no blockbuster Top – Gun Ases Indomáveis (1986).

Val Kilmer em The Doors
O ator Val Kilmer vive Jim Morrison no filme The Doors de Oliver Stone Foto Reprodução

Seu papel mais desafiador e relevante da carreira foi quando viveu o cantor Jim Morrison no excelente filme The Doors (1991), de Oliver Stone.

No longa-metragem sobre a vida do líder da banda morto aos 28 anos no auge da carreira, sua entrega ao personagem foi impressionante, tanto fisicamente quanto na voz.

Ironia do destino, Val Kilmer não fez playback, cantando ele mesmo as músicas da trilha, num desempenho bastante elogiado.

Anos depois, ainda vestiu a desejada capa de um dos maiores super-heróis do cinema, em Batman – Eternamente (1996).

Seu rosto fotogênico, charme e porte físico abrigavam também talento, surgido ainda na adolescência em palcos nova-iorquinos.

Cenas de arquivo do próprio ator mostram este início com outros jovens promissores da mesma geração: Sean Penn e Kevin Bacon.

Sucesso meteórico, o ator foi buscar e encontrou seu amor do outro lado do Atlântico, ao se apaixonar pela atriz inglesa Joanne Whalley. O casamento durou de 1988 até 1996.

Teve dois filhos com ela (Jack e Mercedes) e uma carreira bem-sucedida.

Até que Val Kilmer ficou doente, praticamente perdeu as cordas vocais. O que o filme traz do início ao fim é a sua vontade de contar a própria história.

No entanto, o som de suas palavras não é exatamente sua voz, mas o que sai por um dispositivo tecnológico que permite transformar em palavras as vibrações da fala.

E a voz possível. O filho Jack, de 26 anos, também ajuda bastante como narrador.

Entre as melhores passagens do filme está o trecho de um monólogo que Val Kilmer levou por dez anos ao teatro, interpretando o escritor norte-americano Mark Twain.

Outro registro de interesse aos fãs de cinema é o dos bastidores de filmagem do sinistro A Ilha do Dr. Moreau (1996), com o ator Marlon Brando.

Val Kilmer até tentou abordar o ator com sua própria câmera de filmagem, mas não obteve muita reciprocidade.

Enfim, Val é um bom documentário para quem ama cinema! O trailer do filme pode ser visto a seguir:

* As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de sua autora e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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