Faltando amor

Todo mundo quer ser juiz ou inquisidor em A Fazenda 13

Em uma única semana, participantes da edição já destilam seus julgamentos sobre os outros

Publicado em 22/09/2021

Passada uma semana de confinamento, a maioria dos participantes desta A Fazenda 13, em reunião para formação da primeira “Roça”, parece ter assimilado a estética de tribunais.

Faltam amor, afeto, carinho, empatia e sororidade entre as chamadas subcelebridades. Vale tudo mesmo pelo prêmio de R$ 1,5 milhão e sobram acusações.

Sentados em bancos, lado a lado, cada um dando seu voto ou indicação, como se estivessem dando um testemunho de suas virtudes e pecados.

Em poucos dias, já vimos verdadeiros depoimentos de arrependimento, choro, com participantes se levantando até o mini palco para fazer o seu discurso de defesa ou acusação.

Cada um ali parece um pastor pregando pra si mesmo, inquisidor acusando os outros ou juiz julgando os demais de olho no público de fãs em casa.

Nego do Borel foi o mais catártico, derramando-se em lágrimas, como se estivesse em martírio pela consciência pesada e culpa. Ninguém ali pareceu se abalar.

Da apresentadora só ouvimos a voz nestes momentos de interação entre eles.

Adriane Galisteu, quando precisa sair do script, está cortando um dobrado — como se diz no interior.

Ela ainda consegue no ao vivo fazer interferências razoáveis diante de tanta emoção negativa.

No episódio desta terça-feira (21), com a indicação de desafetos à “Roça”, a discussão foi nível confronto direto. Bate-boca, acusações, fofocas. Enfim, a “treta” que muitos esperam e comemoram nas redes sociais.

Superprodução

A emissora das grandes novelas bíblicas segue em A Fazenda à risca um formato de sucesso, numa superprodução invejável, com um amplo espaço para o confinamento dos participantes.

O cenário disponível em Itapecerica da Serra é um show de locação, de dar até vergonha à comparativamente pequena casa do BBB, por exemplo.

As festas e comportamentos dos participantes também não são nada pudicos – todos se portam como se espera; afinal, estão num reality show.

Mas os competidores parecem querer fazer pregação aos telespectadores, já pensando nos votos que precisam conquistar para permanecer na atração.

As autênticas

Dayane Mello, Solange Gomes e Tati Quebra-Barraco, não por acaso todas já habituadas ao mundo do show-biz, nesse período já se destacaram do mar de falsas pregações.

Mais autênticas e originais, elas assumem os próprios atos e destoam dos demais participantes, pois vão adiante com suas convicções independentemente dos julgamentos.

Tomara quem sigam por mais tempo no programa.

De todos, espera-se alguma tolerância com o outro e menos julgamento e pregação, em prol de um entretenimento menos tóxico e mais saudável.

** Informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de sua autora e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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