sem fôlego

The Voice Brasil promove mudança cosmética e não consegue driblar cansaço da fórmula

O "quinto time" de Michel Teló não deve trazer grandes novidades ao formato

Publicado em 27/10/2021

Tentando driblar o inevitável cansaço de The Voice Brasil, que está no ar desde 2012 e já ganhou inúmeros “filhotes”, a Globo alardeou uma mudança inédita no formato: a presença de um quinto técnico. Depois de se tornar “invencível”, Michel Teló deixou a cadeira da atração e passou a atuar nos bastidores, criando um “time secreto”. Com isso, a emissora espera oxigenar a fórmula.

Porém, na estreia da nova temporada, esta “inovação” revelou-se inócua. The Voice Brasil começou com suas audições às cegas repetindo a mesma toada de sempre: aspirantes a cantores afinados, mas sem grande personalidade, mostram suas vozes aos quatro técnicos, que fazem caras e bocas antes de virarem (ou não) suas cadeiras.

Com Michel Teló atuando nos bastidores, as cadeiras de técnicos agora são ocupadas por Carlinhos Brown, Lulu Santos, Claudia Leitte e Iza. Ou seja, The Voice Brasil, que já tem clara dificuldade em se renovar, ainda peca ao insistir nos mesmos nomes de sempre. Os três primeiros, veteraníssimos, já se tornaram caricaturas de si mesmos. Iza ainda se mantém longe da afetação, mas até quando?

O fato de ter Teló montando um “time paralelo” em nada deve mudar o andamento do The Voice Brasil. A não ser que haja um “plot twist” secreto a ser revelado mais adiante, a tendência é que o novo time se torne, apenas, um quinto time. Ou seja, a grande diferença é que a final deve ser entre cinco, e não quatro times.

Em suma, a “inovação” prometida é apenas cosmética e não consegue esconder que The Voice Brasil sofre de severo desgaste. A Globo usa e abusa do formato, que agora emplaca três versões por ano, e o público, inevitavelmente, perde o interesse. Há quanto tempo o The Voice Brasil não revela um nome realmente expressivo? Mais: há quanto tempo o programa deixou de formar torcidas acaloradas para seus finalistas?

O desinteresse é nítido. The Voice Brasil está longe de mobilizar o público, como já fez um dia. A atual temporada servirá, “apenas”, como despedida de Tiago Leifert. E, mesmo assim, a presença do apresentador será menor, já que o profissional precisou se afastar e foi substituído por André Marques (sempre ele…). Ou seja, até mesmo no substituto do apresentador, The Voice não surpreende mais.

A única saída para que o formato tenha uma mínima chance de recuperar o fôlego seria uma reforma radical no elenco. A direção do programa devia aproveitar que Leifert está se despedindo e lançar, junto com um novo apresentador, um time de técnicos totalmente novo, que nunca passou por nenhuma das versões da franquia. Assim, ao menos, seriam evitados os excessos de caras e bocas que o atual time já está tão habituado a desfilar.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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