Tempo de Amar tem estreia ágil e promete agradar apesar dos clichês românticos

Publicado em 26/09/2017

Logo que as primeiras chamadas de Tempo de Amar foram ao ar, o que se via na tela era uma novela que parecia ter um pé no passado, e tem. A nova trama das 18h, escrita por Alcides Nogueira não apenas se passa há quase 100 anos, como também tem um enredo que remete às novelas de antigamente. O que muda é somente a narrativa, ágil, atual, numa edição quase videoclipada.

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Os elementos clássicos estiveram presentes no primeiro capítulo exibido nesta terça-feira (26). Maria Vitória (Vitória Strada), uma jovem portuguesa rica, órfã, criada por um pai benevolente, José Augusto (Tony Ramos), e por uma governanta má e autoritária, Delfina (Letícia Sabatella), se apaixona à primeira vista por Inácio (Bruno Cabrerizo), um rapaz pobre, que tenta ajudar financeiramente a tia, Henriqueta (Nívea  Maria), uma doceira que dá duro para sustentar a família.

Além do amor à primeira vista, há o choque de classes, devidamente ignorado pela mocinha e a presença de um dos vilões da história, que parece ter saído diretamente dos romances, Fernão (Jayme Matarazzo), o arrogante recém-formado médico que se apegou à ideia de se casar com Maria Vitória devido a um acordo firmado pelos pais de ambos quando ainda eram crianças, clichês românticos esses, que o público pode não engolir tão facilmente.

Num Brasil, onde acreditava-se em prosperidade, motivo do sonho profissional de Inácio,  está o núcleo que gira em torno da cantora de fado Celeste Hermínia (Marisa Orth). Uma cena na casa da cantora, chamou a atenção por usar a política de 1927 para retratar o que acontece na política nacional atualmente. Em apenas uma única cena, a vilã Lucinda (Andreia Horta) já mostrou a que veio, usando frustrações pessoais para descontar sua raiva nas pessoas a sua volta, mas a surpresa ficou por conta de Regina Duarte, como Madame Lucerne, cantando e dançando para apresentar ao público seu cabaré.

A direção de Jayme Monjardim garantiu uma fotografia excelente com enquadramentos precisos, e ótima utilização da luz solar. Diferente de outras tramas vistas anteriormente, não existe em Tempo de Amar um excesso de filtros coloridos. Um alívio para os olhos. O casal protagonista formado por atores novatos (no Brasil), foi bem com o texto que tinha em mãos. Se bem conduzida a trama tem tudo para agradar ao público do horário e manter todo o sucesso de Novo Mundo.

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