Sem ‘gorduras’, Cordel Encantado encerra reprise em alta

Publicado em 03/05/2019

Em sua curta reprise no Vale a Pena Ver de Novo, a novela Cordel Encantado se despede hoje (03) repetindo o sucesso de sua primeira exibição. Depois dos parcos resultados de Celebridade e Belíssima, a faixa de reprises da Globo deu a volta por cima com a reexibição desde clássico recente. Oito anos depois, a novela de Duca Rachid e Thelma Guedes mostrou que envelheceu muito bem e, mais uma vez, encantou o público.

Até hoje considerada a melhor novela da dupla, Cordel Encantado foi um sopro de vitalidade no horário das seis em 2011. As autoras foram felizes na mistura de um reino distante e cangaceiros, baseadas nas famosas literaturas de cordel. Com a ideia, elas puderam fazer um folhetim despudorado, afinal estavam narrando a trajetória de uma princesa perdida numa cidadezinha do interior do Brasil.

Assim, Cordel Encantado foi um divisor de águas na carreira de Duca Rachid e Thelma Guedes. Com a novela, elas imprimiram um estilo próprio, baseado em não economizar história. As autoras não adiavam nenhuma resolução. As tramas eram propostas e logo solucionadas, sendo substituídas por novas histórias. Isso ficou bem claro quando foi revelado que Açucena (Bianca Bin) era a princesa perdida, ainda logo no início da novela. Nas mãos de qualquer outro autor, a revelação poderia ter se arrastado por capítulos a fio.

No entanto, esta agilidade foi também um (pequeno) ponto fraco da narrativa. Em algum momento, Cordel Encantado não tinha mais para onde ir. Houve uma fase em que, semanalmente, o vilão Timóteo (Bruno Gagliasso) sequestrava Açucena. Jesuíno (Cauã Reymond) descobria e a salvava. Pouco tempo depois, tudo se repetia. Mas, felizmente, a reprise não causou esta sensação. A trama foi reeditada para o horário da tarde, e perdeu estas “gorduras”, ficando ainda mais envolvente.

Vale a Pena Ver de Novo

Com o fim de Cordel Encantado, assume a faixa a reprise de Por Amor, no ar desde a última segunda-feira (29). A saga de Helena (Regina Duarte) e sua filha, a mimada Maria Eduarda (Gabriela Duarte), foi exibida originalmente em 1997. Na época, penou um pouco na audiência, já que batia de frente com o fenômeno Ratinho, que começava a se destacar na Record. Porém, os anos a tornaram “cult”.

Considerada por muitos como uma das melhores novelas de Manoel Carlos, Por Amor já foi reprisada três vezes (uma vez na Globo, e duas no canal Viva). Isso mostra a força da trama, que segue mantendo o interesse do público, mesmo depois de mais de 20 anos. Mas mostra também que não há tantos clássicos recentes que merecem um repeteco. A Globo recorrer à uma novela mais antiga que as atuais do Viva é sintomático.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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