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Sem Cissa Guimarães, É de Casa se transforma em “laboratório de apresentadores” da Globo

Atração abre espaço para revelar novos talentos na TV

Publicado em 06/11/2021

O matinal É de Casa estreou em 2015 trazendo à frente os apresentadores Ana Furtado, Patrícia Poeta, Cissa Guimarães, Zeca Camargo, André Marques e Tiago Leifert. Em comum, todos eram comunicadores com ampla trajetória na Globo, mas que, com exceção de Leifert, estavam sem espaço na grade do canal. Ou seja, o É de Casa estreou como uma ferramenta de “resgate” de talentos da emissora.

Entretanto, seis anos depois, algo mudou no É de Casa. Tiago Leifert foi o primeiro a deixar o matinal, já que assumiu o BBB pouco tempo depois. Mais adiante, Zeca Camargo também deixou a atração e a Globo. Já André Marques vai e volta, dividindo-se entre o matinal e outros programas de temporada. E, na última semana, foi a vez de Cissa Guimarães deixar o elenco do programa e a emissora.

Cissa Guimarães era “prata da casa” e a principal veterana à frente do É de Casa. Na Globo, Cissa surgiu como atriz de novelas, mas se tornou popular mesmo no comando da fase mais áurea do Vídeo Show. Foi ali que ela desenvolveu uma maneira de se dirigir ao público que a tornou uma figura marcante do canal. E, justamente por ser “prata da casa”, Cissa tinha a cara da Globo.

Sem ela, É de Casa perde sua figura mais popular. Mas, por outro lado, o programa abre espaço para novatos mostrarem a que veio. Ao mesmo tempo em que perdeu Zeca Camargo, É de Casa ganhou Manoel Soares, que era repórter e se tornou apresentador. Agora, sem Cissa, Talitha Morete, que também era repórter e já vinha atuando como apresentadora substituta, ganha mais espaço.

Ou seja, É de Casa, atualmente, ocupa no entretenimento da Globo o mesmo espaço que Malhação já ocupou na dramaturgia: um celeiro para o lançamento e desenvolvimento de novos talentos. Por estar num horário “menos nobre” e contar com um elenco amplo de apresentadores, o É de Casa cria um contexto ideal para que nomes menos experientes sejam treinados, ganhando experiência e segurança. Afinal, o “novato” divide a cena, o que diminui a responsabilidade sobre ele.

Em suma, É de Casa se tornou um laboratório de apresentadores. A tendência é que a emissora continue usando o programa para lançar novos nomes que, depois, podem galgar novos espaços dentro do canal. Num momento em que a Globo promove uma ampla modificação em sua grade e perde importantes apresentadores, trata-se de uma estratégia oportuna.

Identidade

Por outro lado, a Globo tem corrido riscos ao deixar escapar tantos nomes importantes em sua história. Os apresentadores “veteranos” são o cartão de visita do canal. É através destes rostos “clássicos” que o espectador reconhece a emissora.

Cissa Guimarães, Faustão e Tiago Leifert, neste contexto, eram a “cara da Globo”, assim como vários outros talentos dispensados recentemente pelo canal. É importante que o canal abra espaço para novos talentos, mas também é fundamental valorizar nomes que ajudaram a construir a história da emissora.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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