Mexicanas

SBT pode e deve dar mais atenção às Novelas da Tarde

Faixa da programação da emissora de Silvio Santos deixa de lado títulos inéditos em prol de reprises precoces

Publicado em 28/07/2020

Atualmente, o SBT exibe em sua sessão Novelas da Tarde, entre 17h30 e 19h45min, três histórias estrangeiras. Uma em reprise, O Que a Vida me Roubou, e duas inéditas, Quando me Apaixono e Betty, a Feia em Nova York (na reta final).

Não é de hoje que os fãs de novelas mexicanas, ou estrangeiras em geral, se veem deixados de lado pelo SBT, ironicamente a emissora que popularizou as produções internacionais de outros países no Brasil. Há quase 40 anos, com Os Ricos Também Choram, o ciclo das novelas do México teve início por aqui.

E também produções de outras origens tiveram vez nas emissoras brasileiras, de Porto Rico à Venezuela, da Colômbia à Turquia, da Argentina à Coreia do Sul. A Band conquistou um público cativo com Mil e Uma Noites e outros títulos quando os transmitiu.

Mas voltando à emissora de Silvio Santos, essa relação duradoura dos espectadores brasileiros com as novelas mexicanas tem sido alvo de certo desdém nos últimos anos, seja ele reflexo de alguma estratégia, seja simples acomodação.

Após alguns anos de investimentos reduzidos em dramaturgia, tanto nacional quanto estrangeira, e com o êxito de reprises de novelas brasileiras como Pérola Negra e Esmeralda, o SBT lançou em 2013 a mexicana Cuidado com o Anjo na faixa vespertina.

Sortilégio, Coração Indomável, A Dona, Teresa… Vieram outros títulos, alguns não tão bem-sucedidos, outros de boa repercussão. Com isso, também as reprises, ao invés de novos títulos ainda inéditos para o público da emissora.

Lucero é a protagonista de A Dona (Divulgação / SBT)
Lucero vive Valentina Villaça em A Dona Divulgação Televisa

Não quero entrar nos méritos de sucesso da primeira exibição, nem do período de tempo entre exibições da mesma novela, porque isso sim é questão de estratégia e depende do momento vivido pelas TVs.

Mas ao invés de reprisar ainda frescos alguns títulos como Abismo de Paixão e Meu Coração É Teu, o SBT poderia ter trazido bem antes de quando trouxe novelas como Quando me Apaixono e A Que Não Podia Amar.

É certo que existem espectadores que saúdam reprises constantes das mesmas novelas, as preferidas. Haja vista as muitas exibições da trilogia das Marias de Thalía, ou de A Usurpadora.

Gaby Spanic interpretou gêmeas em A Usurpadora (Divulgação)
Gaby Spanic interpretou gêmeas em A Usurpadora Divulgação

É preciso também dizer que isso não se restringe aos fãs das mexicanas (nem ao SBT), ou o Canal Viva não veria comoção ao anunciar novas reprises de A Viagem, Vale Tudo e Por Amor quando já as havia exibido.

São sempre pelo menos duas faixas distintas dedicadas às Novelas da Tarde, ou até três, como agora, se os capítulos forem mais “normais” e não longos demais, mesmo para as inéditas, que por vezes passam de uma hora no ar.

Seria e é possível aliar necessidade de audiência com reprises, apostas em títulos novos e prosseguir na cultura de um filão que tem público fiel, como comprovou-se em diversas ocasiões.

Tão fiel que se mantém, mesmo com tantas mudanças de horário, reprises desnecessárias e precoces e títulos ansiados, mas guardados por anos a fio no SBT à espera da boa vontade necessária para exibi-los.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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