SBT ignora sua história na teledramaturgia ao abandonar seu acervo de novelas

Publicado em 15/01/2019

Na década de 90 o SBT foi muito feliz com sua dramaturgia. Elogiada pela crítica e sucesso de público, a emissora de Silvio Santos conseguiu marcar a vida de milhões de brasileiros com seus melodramas, sejam eles latinos ou não. Apesar de ter encontrado um nicho importante, que sustenta este setor e movimenta o mercado com todas as suas necessidades e percalços, como é o caso das infantis e/ou para a família – assim como a diretoria do SBT prefere chamar -, a emissora segue injustiçando sua história na teledramaturgia ao ter jogado para escanteio definidamente títulos clássicos e pedidos à exaustão por fãs e telespectadores do canal.

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Os Ossos do Barão, Amor e Ódio, Seus Olhos, Os Ricos Também Choram, Amor e Revolução, Revelação, Corações Feridos e Vende-se Um Véu de Noiva são apenas alguns dos títulos que ainda não foram reprisados pelo SBT. Algumas dessas tramas já perderam oportunidade única de figurarem na programação do SBT como estratégia. Amor e Revolução, por exemplo, poderia ter repercutido tanto quanto em sua exibição original caso tivesse ganho reprise em 2018, tendo em vista as eleições e todo o estardalhaço causado.

SBT precisa repensar seus valores na dramaturgia

Embora a emissora continue -mesmo que aos cambaleios- com exibições de tramas mexicanas e mesclando com reprises das mesmas, é fundamental que o SBT passe a respeitar mais a sua posição no mercado e usufruir melhor do que foi construído com sua dramaturgia. O lamentável caso da perda dos direitos da obra de Éramos Seis, trama produzida pela emissora em 1994, foi um fato de puro desleixo. E mesmo que a reprise constante e precoce dos títulos infantis sejam sucesso de audiência, em nada justifica ‘enterrar’ a história das tramas adultas que um dia foram motivo de orgulho e prestígio. É necessário que o setor, hoje encabeçado por Íris Abravanel, entenda sua história e reviva seu acervo, que segue bem carregado de boas opções e tramas que o telespectador adoraria rever.

 

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