Rock Story chega ao fim como a melhor novela das sete dos últimos anos

Publicado em 05/06/2017

Rock Story chegou ao fim na noite de hoje (05). Foi um capítulo sem grandes surpresas, já que toda a trama estava praticamente resolvida. O final reservou as punições dos principais vilões: Alex (Caio Paduan) morreu e Lázaro (João Vicente de Castro) foi preso ao ser responsabilizado pela confusão no show da 4.4, que acabou com a morte de um fã. Assim, o desfecho foi mais uma despedida em grande estilo dos personagens adoráveis que permearam a obra nestes sete meses de exibição, que fizeram um belo show ao lado de Milton Nascimento. E mesmo durando sete meses, a novela não cansou, tamanha a quantidade de ação injetada na trama, que marcou a estreia de Maria Helena Nascimento como novelista titular.

Como já dito neste espaço anteriormente, Rock Story se destacou pelo enredo muito bem construído, no qual a autora criou personagens e situações que funcionaram como “curinga”, uma carta na manga que ela tinha para utilizar no momento certo. Assim, a novela não economizou trama e foi propondo novos acontecimentos ao longo de toda a sua trajetória. Por isso mesmo, chegou ao final já sem um conflito grande, pois todos eles foram sendo resolvidos aos poucos, nas semanas derradeiras. Não é um demérito: é um sinal de que a trama funcionou. Tanto que não perdeu fôlego e nem audiência, muito pelo contrário.

Além do ótimo texto e de uma direção acertada de Dennis Carvalho, Rock Story teve um elenco da melhor qualidade. Não dá para apontar um nome que não tenha, no mínimo, cumprido bem a sua missão. E dois nomes, em especial, merecem menção: Vladimir Brichta e Alinne Moraes. Ele, por voltar às novelas em grande estilo, como um protagonista que merecia há muito tempo. Ótimo ator, cheio de recursos, Brichta construiu um herói meio anti-herói adorável. Não era fácil torcer por Gui Santiago, afinal, ele costumava resolver seus problemas no grito e na violência. Foi se tornando uma pessoa melhor ao longo da trama, fazendo o público testemunhar as suas vitórias pessoais e profissionais.

Já Alinne deu credibilidade a uma vilã tridimensional. Diana foi uma personagem multifacetada, pois armava para separar Gui de Júlia (Nathalia Dill), e também pegava muito no pé da filha Chiara (Lara Cariello). Mas, ao mesmo tempo, era uma filha amorosa, profissional dedicada e uma pessoa capaz de reconhecer seus erros e tentar repará-los.

Também merece menção o trabalho de Nathalia Dill, que convenceu tanto como a mocinha Júlia, quanto vivendo sua irmã gêmea, a malvada Lorena. As apostas em jovens vindos de Malhação, como Rafael Vitti e Nicolas Prattes também se mostraram acertadas, pois ambos estavam ótimos como Léo Regis e Zac. Enquanto isso, Ana Beatriz Nogueira, mais uma vez, roubou a cena como uma mãe meio controladora, a Neia. Herson Capri finalmente emplacou um personagem que fugia de ternos após anos fazendo tipos executivos, e esteve ótimo como Gordo. Viviane Araújo também se mostrou uma atriz madura e muito capaz, vivendo a simples Edith. Isso sem falar em Laila Garin (Laila), Alexandra Richter (Eva), Suzy Rêgo (Gilda), Leandro Daniel (William) e Paulo Verlings (Romildo), também ótimos!

Rock Story, assim, sai de cena vitoriosa. A trama apostou menos na comédia infantil que vinha se tornando uma constante no horário, o que deu um respiro interessante à faixa. Mais dramática que suas antecessoras, a história mostrou que há um público para isso às 19 horas. Pela trajetória linear, pelo texto maduro, pela direção acertada e pelo elenco em sintonia, Rock Story pode ser considerada a melhor novela das sete da Globo dos últimos anos.

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