Premiere MasterChef Brasil – 3ª Temporada – Análise

Publicado em 17/03/2016

Chegou à tela da Band na terça feira (15), a terceira temporada do reality-show MasterChef Brasil. Com baixa divulgação, se comparada às temporadas anteriores, o programada obteve 3,8 pontos de audiência na Grande São Paulo (que equivalem a 69 mil casas e 197,8 mil telespectadores) contra 5,1 pontos da temporada anterior, exibida em de 2015.

Mesmo após 4 temporadas (incluo aqui a primeira temporada Junior), a Band consegue dar pequenos tiros no pé, digo isso porque claramente é a emissora mais fraca no quesito entretenimento, e o MasterChef Brasil tem a maior audiência registrada no canal. Se valendo disso, seus executivos deveriam tratá-lo como ouro (e talvez eles até creiam que estejam fazendo isso), mas o que vemos na tela é ainda entretenimento de qualidade (inclusive tendo ganho prêmio de melhor programa de TV de 2015 pela APCA) prejudicado pelas decisões dos diretores.

Como todos os realities ao redor do mundo o Masterchef Brasil busca enaltecer a si próprio, mostrando como o programa é importante para manter vivo o sonho de milhares de pessoas, que abarrotam filas intermináveis para serem escolhidos a uma pré-seleção que lhes dará a chance chegarem perto de um troféu, que não seja ganhar, mas ao menos participar do programa. Acontece isso com realities de musicas, realities de convivência, e até realities de sobrevivência, mas diferente das edições internacionais, o nosso MasterChef sofre de um problema desde a primeira temporada, a falta de agilidade nessa apresentação, que às vezes se faz necessária por quem nunca acompanhou o programa, mas enfadonha para quem já o assiste. Exibir ano após ano, o que é o Masterchef, a força de seus jurados, com cenas eclipsadas do que ainda está por vir deixa ainda uma sensação um tanto morna, e o pior, consome um tempo precioso de tela.

Por falar em tempo, o segundo tiro no pé se trata justamente da duração do programa, que fica no ar durante 2 horas, de 22:30 à 00:30. Infelizmente um tempo muito longo preenchido por algumas repetições, e personagens que não serão mais aproveitados, e nem sequer tem algum apelo para merecerem serem escolhidos pela edição do programa. Dentre os jurados Paola Carossela, Henrique Fogaça e Erick Jacquin, nenhuma grande surpresa, senão a tentativa de humanizar os personagens escolhidos para ganhar o precioso avental. Dentre os quais se destacaram Dona Maria, uma simpática senhora italiana de 72 anos, que entre uma brincadeira e outra, e inclusive ignorar o tempo da prova estipulado pelos jurados, disse que não gostava das tatuagens do Chef Fogaça, e que diferente de 90% dos outros participantes, não desejava abrir um restaurante, e sim continuar sendo feliz cozinhando para sua família. Destaque também para a participante Gleice; a tímida garota de 19 anos teve o irmão assassinado na porta de casa uma semana antes da gravação do programa, e em diversos momentos aparentava tristeza, mas o que jurados não tinham conhecimento de algo que o público pôde saber minutos antes, que o irmão morto também faria a audição junto com ela. Grosserias à parte para alguns participantes, existem momentos que todas as falácias proferidas pelos jurados parecem previamente planejadas e jogadas para o candidato que eles acharem conveniente, soa forçado e pode gerar no público certa repulsa ou vergonha.

Sempre me perguntei a função de Ana Paula Padrão no MasterChef Brasil, já que nas edições anteriores ela se assemelhava a uma figurante de luxo. Nessa terceira temporada a jornalista está visivelmente mais solta, cumprindo um papel que se não fundamental, pelo menos consegue novamente a tarefa de humanizar o programa e levar ao público, desejos expectativas, e a crença no sonho dos candidatos, e até mesmo a função de acalmar, e extrair desses candidatos informações importantes ou que consigam compor a parte dramática do programa, como no caso da já citada Gleice.
Que nessa terceira temporada, o programa consiga manter o seu nível e acertar arestas, deixando a edição mais atraente.

OBS 1: Ainda fico incomodado com o baixa iluminação no estúdio das audições. A impressão que tenho é que estão gravando o programa na penumbra. Não é algo que fica esteticamente bonito na tela.

OBS 2: Essa temporada durará 6 meses, 2 meses mais que as temporadas anteriores. Que esse não seja outro tiro do pé, e não canse o telespectador que pode ficar esgotado com o formato, que existem diversos programas semelhantes na TV aberta atual.

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