Por que o GNT tem exibido reprises que deveriam caber ao Viva?

Publicado em 31/07/2018

Nos últimos meses, o GNT, um dos canais do Grupo Globo, passou a exibir reprises de atrações que, supostamente, deveriam constar na grade do Viva. Criado em 2010, o Viva sobrevive basicamente de novelas, séries e programas de variedades exibidos primeiro pela Globo.

Andréa Beltrão e Fernanda Torres em Tapas e Beijos (Reprodução/TV Globo)
Andréa Beltrão e Fernanda Torres em Tapas e Beijos ReproduçãoTV Globo

A saber, nas noites de domingo o GNT exibe maratonas do humorístico Tapas e Beijos, protagonizado por Fernanda Torres e Andréa Beltrão. Ainda no elenco, Vladimir Brichta, Fábio Assunção, Otávio Müller, Fernanda de Freitas, Daniel Boaventura e Flávio Migliaccio, entre outros. O programa foi ao ar nas noites globais de terça entre 2011 e 2015. No GNT tem sido exibido à razão de cinco episódios por domingo desde novembro de 2017.

“Ver É Rever”, a faixa do GNT que tem cara de Viva

Uma faixa do GNT intitulada “Ver É Rever”, exibida à meia-noite, já reprisou duas minisséries, sucessos recentes da Globo. A primeira, em fevereiro, foi O Canto da Sereia, de George Moura e Patrícia Andrade com supervisão de Glória Perez. Baseada no livro homônimo de Nelson Motta, teve Ísis Valverde no papel principal. E ainda Marcos Palmeira, Gabriel Braga Nunes, Camila Morgado, Marcos Caruso e João Miguel, entre outros. Foi ao ar na Globo em 2013 e, compactada, teve uma reprise em 2015.

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Amores Roubados
Amores Roubados ReproduçãoGlobo

Já nas duas últimas semanas de junho foi a vez de Amores Roubados. Também de George Moura e igualmente baseada num livro, foi exibida em 2014. A obra que a originou foi A Emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela. Ísis Valverde também a protagonizou. Com ela, Murilo Benício, Cauã Reymond, Patrícia Pillar, Cássia Kiss, Dira Paes e Osmar Prado, entre outros. O festival Luz, Câmera, 50 Anos, exibido em 2015 pela Globo, também a resgatou em compacto.

Que atrações mais o GNT vai “roubar” do Viva? Uma das explicações para essa fuga de conteúdos é a direção compartilhada pelos dois canais – e também pelo Mais Globosat. Por ela responde Daniela Mignani. Eminentemente feminino, o GNT pode exibir atrações variadas, tem chancela e público para isso. Mas a prioridade para determinadas produções não deveria ser do Viva, que desde o começo vive de repetecos? Ainda mais concorrendo com a faixa das novelas da madrugada do canal “irmão”?

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Quando o Viva exibia minisséries, e não o GNT

Protagonistas de A Casa das Sete Mulheres
Protagonistas de A Casa das Sete Mulheres divulgação

Embora isso não ocorra há alguns anos, o Viva já exibiu diversas minisséries da Globo, até mais de uma vez. A Casa das Sete Mulheres, Hilda Furacão e Desejo são algumas delas. As produções do formato iam ao ar antes do bloco de novelas, por volta das 23h, nos últimos tempos no ar. Seu horário alternativo era após os capítulos das três novelas, já quase às 3 da madrugada. Nem de longe são as melhores condições, mas ao menos os produtos estavam alocados no canal “de direito”.

O GNT pode, evidentemente, mas não precisa recorrer a reprises de clássicos – ou nem tão clássicos assim – da Globo para preencher sua grade com atrações de apelo junto a seu público. Inegavelmente tem programas consagrados e um potencial de produção própria muito maior do que o do Viva, que inclusive hoje nada produz de seu. Todavia, o GNT exibir minisséries e humorísticos da Globo ao invés do Viva fazer isso soa injusto. E desnecessário.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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