Fora de sintonia

Jurados do The Masked Singer Brasil não têm a menor noção

Rodrigo Lombardi, Taís Araújo e Eduardo Sterblitch parecem perdidos na atração; Simone é a melhor na bancada

Publicado em 01/09/2021

O The Masked Singer Brasil (TV Globo, terças-feiras, 22h30) é pura diversão em tempos tão difíceis e isso explica em parte o sucesso do formato no mundo todo.

Ivete Sangalo no comando está melhor a cada semana. Contudo, o mesmo não pode ser dito sobre o júri. Com exceção da cantora Simone, o corpo de jurados se mostra completamente deslocado do peso e da relevância do programa.

Como que sentindo o próprio drama, Eduardo Sterblitch na edição desta semana cravou: “Eu tô muito perdido”. E ele tem razão.

Apaixonamo-nos por atores e atrizes quase sempre pelo papel que desempenham no seu trabalho. Agora, quando interpretam a si mesmos como jurados, sem um script para seguir, é preciso ter originalidade, repertório, presença de cena e mostrar boas sacadas na hora de usar o microfone.

Ao apresentar o júri, no começo do programa, Ivete Sangalo define os colegas como “jurados carismáticos e divertidos do Brasil!”. Carismáticos? Divertidos? Nem tanto.

Simone, a melhor

Cabem elogios para a cantora Simone, ela sim a cada programa se mostrando mais à vontade, solta, improvisando e tendo sacadas maravilhosas. Nesta terça (31), o uso de uma lente de aumento para analisar os participantes foi uma delas.

A dupla de Simaria dá palpites certeiros de quem entende do jogo; afinal, ela analisa o que está em julgamento: a voz dos participantes. Já os demais integrantes da bancada de jurados estão ali meio que fazendo figuração.

Também a seu favor, até agora Simone foi a única que acertou um participante — o cantor Marrone, da dupla com Bruno. E todos os demais seguiram a artista, replicando a sua aposta.

Rodrigo Lombardi, sempre o galã de tantos papéis em novelas (do romântico Raj de Caminho das índias ao sexy Alex em Verdades Secretas, atualmente em reprise) ou o personagem do dramático Carcereiros, não se sai lá muito bem quando tenta fazer graça.

Pior, os seus palpites são tão aleatórios para os artistas embaixo das fantasias, que a gente se pergunta: Silvio Britto? Márcio Mendes do trio Los Angeles? Ao que será que Rodrigo Lombardi andou assistindo na televisão nos últimos 20 anos?

Taís Araújo, que já tem boa experiência de apresentação de programas de TV, é outra que não decolou no programa. Salvo uma ou outra tirada mais espontânea ou no campo da fofoca – quando por exemplo soltou que o artista fantasiado que gostava do Thiaguinho só poderia ser Fernanda Souza (ops, a ex-mulher do cantor!) –, a sua entrega não está à altura da artista que Taís é.

Eduardo Sterblitch, por seu lado humorístico, deveria se sobressair como um ponto fora da curva, com tiradas de comédia, mas também não está conseguindo.

Na hora de opinar sobre quem estaria dentro da fantasia da gata espelhada, uma figura que vemos no palco com estatura bem mais baixa do que Ivete Sangalo, Edu Sterblitch chutou o nome de Silvia Pfeifer, uma das atrizes mais altas (1m80) da TV brasileira! Sem noção é pouco!

Convidados

A presença de jurados avulsos convidados a cada semana pode ser interpretada como uma solução que a direção encontrou diante da furada que se mostrou esse time inicialmente escolhido para a bancada.

Na semana passada, Mariana Ximenes prometia algum ar de esperança para o grupo, sem muito resultado. Nesta semana, Gil do Vigor, ele sim carismático e cheio de repertório próprio, enfim jogou um pouco de gás na turma.

Esperamos que os jurados se esforcem um pouquinho mais até o final da temporada deste The Masked Singer Brasil, até para tornar sua presença mais marcante.

E fica a dica para quem for convidado a participar dos demais programas: tem de dar uma estudada nos programas passados da nossa TV ou nos atuais internacionais. É ver como astros e estrelas participam desses programas com performances, colocam suas marcas, mostram suas próprias características e se conectam com o público. A audiência agradece.

* As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de sua autora e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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