Globo erra ao diminuir espaço de Renato Aragão no Criança Esperança

Publicado em 20/08/2018

Neste final de semana, a Globo exibiu mais uma edição do show beneficente Criança Esperança. Sob a forma de uma maratona televisiva, adotada há alguns anos, o show conseguiu se renovar depois de muito tempo. O antigo show no Ginásio do Ibirapuera foi substituído pelas entradas do “mesão da Esperança” e pelo especial mais compacto e informativo exibido na noite do sábado. Isso deu fôlego ao especial, mas teve um efeito colateral grave: a ausência de Renato Aragão.

Foi o “eterno trapalhão” quem deu início à empreitada que a Globo abraçou nos últimos 33 anos. SOS Nordeste, o “embrião” do Criança Esperança, foi ao ar em 1985 e era uma ideia do próprio Renato Aragão. O primeiro Criança Esperança com este nome foi um especial que comemorou os 20 anos de Os Trapalhões. Mais adiante, o intérprete de Didi Mocó seguiu como o anfitrião da festa. Nos anos 1990, eram comum suas “estripulias”, como a caminhada rumo à Aparecida do Norte ou o beijo na mão do Cristo Redentor.

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Porém, nas edições mais recentes, a figura do “mestre de cerimônias” do Criança Esperança foi substituída pela dos “mobilizadores”. Lázaro Ramos, Leandra Leal, Flávio Canto e Dira Paes assumiram o comando. A partir daí, Renato Aragão passou a fazer participações pontuais, que foram diminuindo ano a ano. Em 2018, a participação dele foi tão restrita que chamou a atenção dos espectadores. Muitos comentaram nas redes sociais o pouco espaço do artista.

Mudança no formato do Criança Esperança

É perfeitamente compreensível que a Globo busque novos caminhos para o Criança Esperança. No entanto, o canal deveria ser mais cuidadoso com a história da campanha. Se não existe mais um mestre de cerimônias, a direção do programa deveria aproveitar Renato Aragão de uma outra maneira. Uma maneira mais afetiva, que respeitasse a importância do comediante na campanha. Afinal, foi ele quem começou tudo isso. A causa é nobre e maior do que tudo isso, é verdade, mas o respeito à memória é fundamental.

Sem Criança Esperança, Renato Aragão segue encostado na Globo

O Criança Esperança era uma forma de Renato Aragão se manter no ar, ao menos uma vez ao ano, na Globo. Afinal, desde o fim de Aventuras do Didi, o humorista nunca mais ocupou grandes espaços na grade da emissora. A princípio, ele faria diversos especiais ao longo do ano, mas eles duraram pouco. No ano passado, ele retornou na nova versão de Os Trapalhões, numa participação simpática. Mas só.

Sem espaço no Criança Esperança e sem uma nova temporada do novo Os Trapalhões, Renato Aragão fica encostado na TV. O que é uma pena. Se não cabe mais a ele um programa solo, a emissora poderia pensar em outras possibilidades, como um quadro num outro programa, ou novos especiais de fim de ano. É chato ver um artista desta importância sendo “cozinhado” desta maneira.

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