Na noite de ontem (21), a Globo estreou a sexta temporada de The Voice Brasil. Tantos anos de sucesso, claro, podem levar o formato ao desgaste. A competição, embora sempre divertida, já não traz mas tantas surpresas quanto nos tempos em que era uma novidade. Por isso, a renovação do cast sempre pode dar um gás novo, daí o acerto da direção do programa em convocar Ivete Sangalo para ocupar uma das cadeiras de técnico.
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Realities no estilo “talent show”, para funcionar, são bastante dependentes de seu corpo de jurados. Um bom elenco é fundamental para gerar a torcida do público. Entretanto, com o passar dos anos, é inevitável que os jurados acabem se tornando personagens de si mesmos. Isso acontece porque cada um vai desenvolvendo, naturalmente, um estilo de atuação e avaliação, assumindo então um papel bem específico na bancada. Mas, com o tempo, este estilo assumido tende a ficar cada vez mais evidente, chegando ao caso de ficar “over”. Felizmente, o formato do The Voice pede uma renovação de técnicos de tempos em tempos, e isto é fundamental.
Isso ficou evidente quando Michel Teló assumiu a cadeira anteriormente de Daniel. O cantor estreou ali em 2015 e, como era o mais novo ali, acabou soando um tanto mais natural que seus companheiros de palco. Lulu Santos, Carlinhos Brown e Claudia Leitte, os veteranos, já estavam com suas “personas” evidentes, aumentando a afetação e as caras e bocas. Não que eles fossem ruins ali, mas ficou bem claro que o tempo tratou de deixá-los com performances mais forçadas.
Sendo assim, a nova substituição veio em boa hora. Ivete Sangalo assumiu a cadeira de Claudia Leitte e, de cara, imprimiu um novo frescor ao formato. Divertida, espontânea e cheia de tiradas impagáveis, a cantora foi o grande destaque da estreia de ontem. Soma-se a isso uma boa seleção de participantes, com boas vozes e histórias (e com direito até a uma aparição de um casal de meninas, com cenas de carinho e tudo), o The Voice Brasil mostrou que ainda tem muita lenha para queimar.
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