crítica

Globo acerta ao exibir Aruanas na TV aberta

Produção original Globoplay já merecia TV aberta há tempos

Publicado em 28/04/2020

Produção original Globoplay, a série Aruanas ganhou um espaço na grade da TV Globo. Com a paralisação das produções em razão da pandemia de coronavírus, a série conquistou a vaga que seria de Segunda Chamada, que teve as gravações da segunda temporada interrompidas. Trata-se de uma decisão acertada, tendo em vista que Aruanas é uma das melhores séries exclusivas em cartaz no Globoplay, e que merecia há tempos um público maior.

A trama é protagonizada por ativistas sociais. Verônica (Taís Araújo), Natalie (Débora Falabella) e Luíza (Leandra Leal) são amigas de infância e fundadoras da ONG Aruana, que defende o meio ambiente. Quando elas descobrem que uma mineradora está poluindo os rios da região de Cari, no Amazonas, elas embarcam para enfrentar Miguel (Luís Carlos Vasconcellos), o comandante da empreitada.

Aruanas é interessante por tocar em pontos fundamentais da questão ambiental. Num momento em que nunca foi tão urgente rever políticas de preservação do meio ambiente, o texto de Estela Renner e Marcos Nisti se torna ainda mais contundente. A série explora os diferentes pontos de vista da exploração natural desenfreada, inclusive mostrando seus desdobramentos sociais e políticos. E o faz sem perder de vista o entretenimento, já que a produção não é panfletária, muito menos didática.

Roteiro esperto

Para conseguir tocar na questão ambiental sem parecer uma cartilha, o texto de Aruanas explora as diferenças entre suas protagonistas, indo a fundo em suas vidas pessoais e misturando-as aos trabalhos da ONG. Com isso, envolve o público, que enxerga humanidade nas heroínas (que estão longe de serem perfeitas, pelo contrário). Além disso, a espinha dorsal da série é, também, policial, o que garante muita emoção, reviravoltas e intensos acontecimentos.

Assim, Verônica é implacável, mas também carrega uma vida amorosa complicada. Já Natalie tem questões no casamento, enquanto Luíza não consegue se dedicar ao filho tanto quanto gostaria. E a jovem Clara, a estagiária que acompanha o trio principal, foge de um namorado que a persegue.

Ou seja, Aruanas vence qualquer resistência ao politicamente correto ao se colocar como entretenimento em primeiro lugar. Mas, ao mesmo tempo, provoca e faz o público pensar. Isso dá substância à história, com boas doses de emoção e aventura. Vale o ingresso.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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