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Final pouco emocionante foi ponto fora da curva em Ilha Record

Programa apresentado por Sabrina Sato deve desfecho pouco à altura

Publicado em 10/09/2021

Os reality shows gravados com muita antecedência devem gerar alguma dor de cabeça aos seus programadores. Afinal, são grandes as chances de o resultado vazar antes da hora e acabar com a surpresa da competição. Basta lembrar do primeiro No Limite, ou do primeiro MasterChef, cujo spoiler acabou jogando vinagre na emoção.

Assim, para evitar maiores desgastes, a opção pela final ao vivo se tornou a mais segura. Porém, se revela, também, a menos emocionante. Na Globo mesmo, o No Limite já foi sonolento a temporada toda. E sua final ao vivo foi o auge desta falta de tutano: de apresentador a participantes, todos pareciam muito incomodados de estar ali.

Ilha Record acabou sofrendo do mesmo mal. A final que consagrou Any Borges a campeã da primeira temporada não teve qualquer empolgação. Teve surpresa, claro, afinal, o elemento sorte é que definiu o campeão. Porém, o programa final em si foi arrastado, protocolar e não empolgou em nenhum momento.

Trata-se de um ponto fora da curva de um reality show que teve, sim, bons momentos de puro entretenimento ao longo da temporada. Ilha Record fez uma salada de tudo o que funciona nos principais reality shows do Brasil, injetou umas regras meio malucas e conseguiu surpreender um elenco que já parecia explosivo por si só. Além disso, teve como apresentadora Sabrina Sato, que obteve boa performance na condução do jogo.

Ao não abrir mão de nenhum de seus participantes, já que os eliminados passavam a compor o exílio, Ilha Record fundou uma espécie de “núcleo paralelo” dentro da narrativa do reality show. Os confinados na caverna passaram a viver uma vida própria, ao mesmo tempo em que davam pitacos na “narrativa principal”, e o resultado foi bem divertido.

Por ter sido um acerto em quase todos os momentos, Ilha Record merecia uma final mais emocionante. Sim, é difícil fugir da fórmula apresentada quando a intenção é realizar um desfecho ao vivo de um programa que foi gravado semanas antes. Os próprios participantes já perderam o “calor do momento” e parecem estar em outra vibe.

Ainda assim, vale o esforço de se buscar maneiras mais interessante de manter a temperatura alta que foi sentida ao longo de toda a temporada também no episódio final. Um desfecho à altura é o que se espera de um programa que teve uma trajetória feliz.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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