Eriberto Leão alcançou novo patamar na carreira com O Outro Lado do Paraíso

Publicado em 10/05/2018

O Outro Lado do Paraíso presenteou o público com grandes nomes da nossa dramaturgia em grandes atuações que marcaram a trajetória da exitosa trama de Walcyr Carrasco. Entre esses grandes momentos, destacamos nomes como Bianca Bin, Fernanda Montenegro, Marieta Severo, Laura Cardoso, Lima Duarte, entre outros. Mas entre esses grandes atores, tenho a satisfação de destacar o notável Eriberto Leão. Ele se entregou de corpo e alma ao personagem que tinha tudo contra – (no início ele era um pouco vilão e extremamente preconceituoso). Mas, Eriberto soube como ninguém ‘adocicar’ a trajetória de Samuel, que chega ao fim dessa aventura conduzida por Carrasco, como um dos grandes personagens da nossa dramaturgia.

Mérito de um texto preciso, de uma direção extremamente cuidadosa e de um ator dedicado, que se entregou de corpo e alma ao personagem em questão. Seu Samuel se tornou grande, e se não fosse o cuidado e entrega de Eriberto, poderia descambar para a caricatura. Mas não foi para esse lado, pois o notável ator humanizou o personagem.

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Poucos atores dessa geração têm o poder de falar com os olhos, e, no caso de Eriberto, é impressionante como o telespectador percebe uma angústia em sua retina, quando ele está dando vida ao psiquiatra gay. Angústia essa, que realmente acontece com milhares de pessoas que não aceitam a sua orientação sexual, e acabam vivendo em um mundo de mentiras, e, sendo eternamente infelizes. Além de ser um ator brilhante, Eriberto sabe que está representando e falando para milhares de pessoas que estão passando por dramas parecidos com o de seu personagem, e, se a sua atuação não for verdadeira, não toca diretamente o coração do telespectador.

O tema está sensibilizando milhares de pessoas que estão repensando os seus valores: “Ele (personagem) vai dar a volta por cima; eu também posso”. E nesse meio tempo, uma vida é salva. Sim, uma vida. Segundo pesquisas cerca de mil jovens gays, cometem suicido por ano no Brasil. E, um dos motivos é a falta de aceitação própria. Ter esse assunto retratado na TV aberta, no horário nobre, e, sendo representado por um ator que tem respeito ao seu público e à profissão que exerce, é um avanço imensurável. Sem dúvida nenhuma, o público conheceu um outro Eriberto Leão. E, descobriu que esse ator pode ir além dos personagens habituais. Sorte sempre nossa!

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

 

 

 

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