É bem possível que a direção da Globo tenha se conformado de que o Mestre do Sabor é um programa puramente comercial, sem a intenção de chamar a atenção ou gerar engajamento. Só isso explica o fato de a atração já estar em seu terceiro ano, mas sem demonstrar nenhum esforço em se mostrar mais atrativo junto ao público.
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Nesta terceira temporada, os problemas de Mestre do Sabor permaneceram intactos. Não há grande envolvimento do público com os participantes, as provas se mostram distantes e pouco atrativas e não há calor humano nos episódios. Tudo é extremamente encaixotado, protocolar.
Justiça seja feita, houve uma tentativa de inovar nesta terceira leva, com o quadro de humor apresentado por Edelson Ribeiro. Porém, é fato também que foi uma tentativa extremamente mal-sucedida. As narrações, que tinham a intenção de arrancar risadas do público, só conseguiram mesmo tirar um riso nervoso. Bem chato.
Mestre do Sabor conta com uma baita estrutura, um apresentador carismático e um bom time de chefs que atuam como jurados/técnicos. Se houve alguma evolução nestes três anos foi o fato de o “jeitão” de Claude Troisgros já ter sido melhor assimilado pelo público da Globo. Ele é simpático e manda bem no comando da competição.
Mas é isso. A disputa não foi capaz de gerar grande repercussão, nem mobilizar torcidas. Porém, Mestre do Sabor deve ter feito a alegria do comercial. O que, em tempos de crise, é algo a ser comemorado. Entretanto, o programa devia pensar em incrementar o formato para os próximos anos. É uma disputa que tem potencial para ir além do básico arroz com feijão que vem mostrando.
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