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Compacto de Amor de Mãe recupera a trama sem perder a emoção

Narração das protagonistas transformou o público em cúmplice

Publicado em 14/03/2021

Prestes a exibir seus derradeiros episódios inéditos a partir desta segunda-feira (15), Amor de Mãe ficou praticamente um ano fora do ar. Tempo suficiente para o público se esquecer de boa parte da história contada por Manuela Dias. Afinal, quem são mesmo Lurdes (Regina Casé), Thelma (Adriana Esteves) e Vitória (Taís Araújo)?

Sendo assim, a decisão de exibir um compacto em duas semanas para refrescar a memória da audiência não foi apenas acertada, mas necessária. Era preciso reconectar a plateia com as emoções da trama. Porém, desta necessidade, surgiu um desafio: como resumir 100 capítulos em 12?

No entanto, exibidos os 12 capítulos do compacto, foi possível perceber que tal desafio foi cumprido com louvor. Os 12 episódios de meia hora foram muito eficientes no sentido de não apenas resumir toda a trama, mas, principalmente, resgatar a emoção do enredo junto ao público.

O que poderia ser um resumo apressado se mostrou uma recapitulação inteligente. O principal acerto foi colocar as próprias protagonistas como narradoras. Lurdes, Vitória e Thelma contaram os acontecimentos de Amor de Mãe sob seu ponto de vista, trazendo elementos de sua personalidade para situar o público diante dos fatos.

Nas narrações, elas se mostraram conscientes de suas trajetórias, mas sem influir na trajetória alheia. Assim, enquanto Lurdes compartilhava com o público a angústia dos vários planos frustrados de encontrar Domênico, Thelma se penitenciava por ter ajudado a amiga, já que não sabia que Domênico era, na verdade, Danilo (Chay Suede).

Ou seja, as personagens transformaram o público em cúmplices de suas atitudes, trazendo-o de volta ao enredo de uma maneira original. Com isso, Amor de Mãe não apenas resumiu toda a trama até ali, mas também provocou uma nova imersão do espectador, aguçando a curiosidade para os capítulos finais.

Além disso, o recurso narrativo também permitiu com que algumas tramas paralelas fossem reinseridas fora da ordem cronológica, mas que fazia sentido dentro da proposta. Por exemplo, a saga de Lídia (Malu Galli) foi apagada dos capítulos iniciais, mas foi completamente recapitulada por Lurdes quando ela vai trabalhar com a ricaça, já nos capítulos finais do compacto.

Numa trama que propõe relações tão intrincadas, um compacto eficiente se fazia necessário. Neste sentido, Amor de Mãe encontrou um rumo e preparou o terreno para apresentar seu desfecho.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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