Carinha de Anjo faz estreia colorida e reforça a qualidade da teledramaturgia infantil do SBT

Publicado em 22/11/2016

Carinha de Anjo estreou nesta segunda (21) na tela do SBT. O remake da novela mexicana assim como suas antecessoras Cúmplices de Um Resgate, Chiquititas e Carrossel promete manter as crianças coladas na emissora de Silvio Santos, garantindo assim a continuidade do segmento perdido que ele reabriu há alguns anos, o de novelas infantis.

Dramaturgia infantil definitivamente não é algo simples de se realizar, visto que deve haver todo um cuidado ao se contar uma história sem pesar a mão no drama, e até mesmo em enredos que os pequenos não irão entender facilmente, por outro lado, a história não pode soar como bobinha demais porque isso afasta os pais dos telespectadores mirins, e se afasta os pais num primeiro momento, as crianças acabam também desinteressadas. A versão mexicana de Carinha de Anjo fez enorme sucesso no Brasil, fazendo o SBT e a Televisa lucrarem bastante inclusive com a venda de produtos que continham a marca da novela, ou referência à sua personagem principal Dulce Maria.

Leonor Corrêa sobre Carinha de Anjo: “Não é uma novela religiosa”

A estreia do remake nacional veio com o mesmo enredo principal da versão mexicana, a história da menina de 5 anos, que vive num internato católico depois que o pai se afastou de todos devido à uma depressão desenvolvida com a morte da esposa. Dulce está sendo bem representada pela atriz Lorena Queiroz, e por ter uma idade inferior aos protagonistas das novelas anteriores, seu desafio é ainda maior. A autora da trama Leonor Corrêa de forma perspicaz inseriu na trama, elementos novos e personagens que são mais característicos e identificáveis pelas crianças nos dias atuais, como por exemplo Juju, interpretada por Maísa Silva. A garota é uma Youtuber, que está sempre conectada com as redes sociais, e tenta ensinar à mãe um pouco de tecnologia.  O núcleo da personagem, que a princípio parece completamente desconectado com o restante, parece uma tentativa dos autores e produção de não perderem o público de crianças mais velhas, de 8 a 12 anos.

Todos os personagens foram bem desenhados para o público infantil, temos ali a criança que sofre a ausência do pai, a tia companheira, a freira que é amiga e cúmplice como uma espécie de fada madrinha, assim como a imagem de sua mãe interpretada por Lucero, que aparece para a menina em sonhos. Temos ainda a figura da vilã, e sua mãe interesseira, personagens que não vão deixar dúvidas sobre seu caráter.

Neste primeiro capítulo, a demonstração de valores morais, postura e educação foram uma máxima assim como as inserções gráficas entre as cenas.

“Carinha de Anjo é uma novela bem equilibrada no melodrama, humor e ação”, diz diretor Ricardo Mantoanelli

A novela teve sim, uma carga dramática maior que as anteriores, mas vem embalada em canções e coreografias (que não existiam na versão mexicana), para não desacostumar o telespectador mirim com tramas musicais e deixar tudo mais leve. A produção é bem-feita, e o visual “limpo” e colorido ajuda a gerar empatia com o público. Se depender do empenho e das qualidades da produção, certamente será um sucesso.

Observação  1: O triciclo que a personagem Rosana, de Angela Dipp apareceu em sua primeira cena, lembrou muito o carro usado pela personagem Penélope Charmosa no desenho Corrida Maluca. Em tempo, a atriz viveu na década de 90 uma personagem chamada Penélope no Castelo Ra-Tim-Bum

Triciclo cor de rosa de Rosana (Angela (Dipp) em Carinha de Anjo (Divulgação/SBT)
Triciclo cor de rosa de Rosana Angela Dipp em Carinha de Anjo DivulgaçãoSBT

Observação 2: Foi doce, e muito bonito ver como a morte de Teresa (Lucero) foi retratada, como um vôo para outro lugar, apenas sendo citada por outros personagens como trágica.

Observação 3: Destaque para Karin Hills que deu vida à uma freira cantora divertidíssima.

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