Bom Sucesso erra a mão com as maldades de Elias

Publicado em 23/12/2019

Uma das características que tornam Bom Sucesso uma boa novela são as cartas na manga que os autores Rosane Svartman e Paulo Halm sacam de tempos em tempos. Aos poucos, a narrativa vai incluindo novos personagens e novas situações para manter a temperatura da história em alta. Porém, uma destas cartas acabou por descaracterizar a novela das sete da Globo. A chegada do vilão Elias (Marcelo Faria), até então dado como morto, provocou uma reviravolta que não combina com a história até aqui.

Apesar de ser um folhetim tradicional, Bom Sucesso se construiu por meio de personagens mais próximos da vida real. Com exceção do grande vilão, Diogo (Armando Babaioff), que é só mau, todos os demais tinham suas qualidades e imperfeições. Mas Diogo ganhou um “parceiro” e tanto nas vilanias: Elias, ex-marido de Paloma (Grazi Massafera), ressurgiu para barbarizar. Mau caráter, ele chegou à história para doar sangue à filha Gabriela (Giovanna Coimbra) e salvar a vida da menina. Mas ele está cobrando para isso. E, enquanto a doação não acontece, ele se aproveita para atrapalhar a vida da heroína.

Bom Sucesso fez ótimo uso de personagens que entraram na história para incrementá-la. Foi assim com a participação de Jonas Bloch, como Feitosa, ou Lavínia Vlasak, que reviveu a Natasha, de Totalmente Demais. Isso sem falar na chegada de Vera (Ângela Vieira), que entrou em cena para dar novo rumo à história de Alberto (Antonio Fagundes). Entretanto, o surgimento de Elias não foi tão feliz assim. Foi uma manobra que serviu apenas para esticar o drama de Paloma e provocar uma tensão desnecessária. Poderia ter passado sem isso.

Histórico

Como muitos espectadores e críticos já apontaram, os autores Paulo Halm e Rosane Svartman estão se repetindo com a história de Elias. Em Totalmente Demais, novela anterior da dupla, houve um plot semelhante. Sofia (Priscila Steinman), que todos julgavam morta, ressurge no final da história para atrapalhar a vida de seus pais, Germano (Humberto Martins) e Lili (Viviane Pasmanter).

Todos os autores se repetem, é verdade. No entanto, a carreira de Paulo Halm e Rosane Svartman ainda é bastante curta para que repetições se tornem constantes. Obviamente, isso não tira o brilho de Bom Sucesso, sem dúvidas um grande acerto do horário das sete da Globo. Mas foi um ponto fora da curva em sua trajetória tão harmônica.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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