feno sem fogo

Após início arrebatador, A Fazenda mergulha no tédio e aborrece

Programa comandado por Marcos Mion entra num inexplicável marasmo

Publicado em 11/11/2020

É impressionante o que vem acontecendo em A Fazenda 12. Depois de um início arrebatador, com elenco explosivo, muita confusão e reviravoltas, a atração entrou num marasmo inexplicável. O programa que a Record TV exibe agora está bem diferente do que era visto em seu início. Por que será que A Fazenda caiu neste tédio?

O elenco da atual edição de A Fazenda foi muito bem selecionado. A direção do programa acertou ao não recorrer aos ex-BBB’s e, ainda, deu um “presente” aos fãs mais antigos de realities ao incluir Mateus Carrieri e Luiza Ambiel, figuras da primeira e terceira edição de Casa dos Artistas. Nesta mistura entrou ainda Jojô Toddynho, que faz sucesso nas redes sociais, e personagens que pareciam não ter muito a perder, como JP Gadelha e Juliano Ceglia. Deu “liga”.

Além disso, figuras controversas, como Biel, ou meio misteriosas, como Lidi Lisboa, conseguiram fazer de A Fazenda uma grande fofoca. As ações vistas no programa ganharam repercussão entre os espectadores, e A Fazenda se mostrou tão envolvente quanto o BBB20, sucesso do início do ano.

Neste contexto explosivo, o público participou ativamente, apontando erros e situações que culminaram numa semana de reviravoltas em A Fazenda. Na ocasião em que foi identificada uma quebra de regras por parte de Biel, seguida de um erro de cálculo na prova do fazendeiro, A Fazenda explodiu de vez. Enquanto Marcos Mion se emocionava, o público acompanhava, avidamente, o desenrolar de uma roça excepcional, feita toda num único episódio.

Porém, A Fazenda foi perdendo figuras essenciais no meio do caminho. A grande perda foi de Luiza Ambiel, que se tornou o principal motor da atração em suas primeiras semanas. Ao deixar o programa, deixou um vácuo que não foi preenchido. Biel joga em banho maria, tentando recuperar uma imagem combalida. Já Mirella parece ter levado a sério o recado do carro de som e se conteve. Raíssa também se apagou.

Até mesmo Jojô Toddynho, que ao menos garantia as risadas do programa, parece ter perdido o viço. A saída de personagens importantes, somado ao desgaste das relações, parecem ter cansado os peões remanescentes. Não há alguém ali com “sangue nos olhos”, disposto a chacoalhar novamente o jogo.

O que é uma pena. O programa começou promissor, mas se revelou um tiro de curto alcance. Cabe agora à produção investir em surpresas na dinâmica do jogo que sejam capazes de tirar os peões de suas zonas de conforto. O que parece uma tarefa bastante difícil. A Fazenda 12 corre o risco de se arrastar até meados de dezembro. Tomara que não.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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