Ameaçado, Bem Estar merece reformulação e nova chance

Publicado em 13/02/2019

Dentre tantas informações sobre mudanças na grade diária da Globo, o programa Bem Estar surge no olho do furacão. Há quem aposte no fim da atração, que poderia se tornar um quadro de outro matinal, tal qual aconteceu com o Vídeo Show. No entanto, neste momento de reestruturação da programação, Bem Estar surge como um produto que traz um diferencial à grade. E, por isso, merece sobrevida.

No ar desde 2011, Bem Estar parecia um programa de vida curta. Ao focar unicamente em saúde e qualidade de vida, o programa comandado por Fernando Rocha e Mariana Ferrão parecia segmentado demais para sobreviver por um longo período. Afinal, trata-se de um programa monotemático, e suas pautas poderiam, rapidamente, cair na repetição.

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Isso de fato aconteceu. A equipe do programa sempre se desdobrou para trazer novidades dentro de um cenário no qual praticamente todo tipo de assunto sobre qualidade de vida já foi mostrado. Ou seja, para tornar o Bem Estar interessante, havia a necessidade de se renovar, mas sem perder de vista sua proposta inicial. E isso se revelou um desafio dos mais espinhosos.

Brumadinho

Curiosamente, a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, fez com que Bem Estar saísse do lugar-comum. Em vez de insistir na velha fórmula “especialista + doenças + perguntas do espectador”, a atração deixou o estúdio e foi, in loco, cobrir os acontecimentos. O programa, então, aproveitou a cobertura jornalística do fato para tratar de assuntos de sua alçada. Num dos programas, por exemplo, Bem Estar abordou sobre quais doenças a população do local pode estar sujeita; em outro, falou sobre os perigos da contaminação da água; enfim.

Bem Estar, claro, não pode cair na armadilha de passar a cobrir tragédias e abrir mão de sua proposta. No entanto, faz bem ao aproveitar fatos que estão acontecendo e abordá-los sob seu prisma. Isso ajuda a trazer novos pontos de vista acerca dos assuntos discutidos, além de aproximá-los mais do espectador.

É importante que um programa sobre saúde não se prenda, apenas, a “telecursos”. A aplicação no cotidiano dos assuntos abordados faz com que as informações sejam mais bem assimiladas pelo espectador. É bem mais eficaz que aquelas maquetes todas que o programa gosta de usar como ilustração.

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*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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