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A Vida da Gente: trajetória de amadurecimento de Nanda é um dos acertos da trama

A personagem de Maria Eduarda de Carvalho se transforma ao longo da trama

Publicado em 30/06/2021

Entre as tantas envolventes tramas paralelas de A Vida da Gente, todas muito calcadas em conflitos familiares que são tão prosaicos quanto intensos, a história de Nanda (Maria Eduarda de Carvalho) é um dos grandes destaques. A trama da personagem chega em seu auge no atual momento da edição especial da novela.

No início da história, Nanda é a típica “ovelha negra da família”, como canta o tema musical da personagem. Jovem de espírito rebelde, ela vive para desafiar as normas politicamente corretas que o pai Jonas (Paulo Betti) tenta enquadrar. Nesta fase, todas as suas atitudes têm como principal objetivo provocar o advogado.

Além disso, Nanda é verborrágica, frasista e um tanto inconsequente. Mas tem um lado doce, sobretudo na relação de amizade que nutre com o irmão, Rodrigo (Rafael Cardoso). Isso imprime humanidade no tipo, fazendo de Nanda uma personagem de contrastes, mas com um inegável carisma.

Crescimento

Sua trajetória muda de rumo quando Nanda decide morar na Inglaterra e se envolve com Lui (Marat Descartes). O músico leva uma vida mais pacata, o que faz com que ela se abra a um casamento mais convencional. O relacionamento dá início ao processo de amadurecimento da personagem, que deixa de ser inconsequente e se rende a uma parceria que a coloca em outro lugar. Mas sem perder sua adorável sinceridade exacerbada.

E este processo de amadurecimento é acelerado no atual momento da novela de Lícia Manzo, quando Nanda vive o luto após a morte de Lui. A jovem tem que lidar não apenas com a dor de perder a pessoa amada, mas também com a culpa por não ter sabido lidar com Francisco (Victor Navega Motta), o seu enteado.

A morte de Lui representa um confronto entre a “velha” Nanda e a “nova” Nanda. A “velha” Nanda não se sente capaz de cuidar de uma criança, e acha que o melhor a fazer é entregar Francisco ao avô. Mas a “nova” Nanda traz o senso da responsabilidade e do vínculo familiar que foi criado entre ela e o garoto. E é este confronto que desemboca na crise existencial da jovem.

Nanda atravessará esta crise e conseguirá acertar o passo com Francisco, o que culmina com o seu amadurecimento total. Ela finalmente deixa de ser uma menina inconsequente e impulsiva, e se rende às responsabilidades e afetos da vida. É uma bela trajetória, coroada pelo texto impecável de Lícia Manzo e pelo excepcional trabalho de Maria Eduarda de Carvalho. Um lindo caminho.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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