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A Noite É Nossa não cumpre promessa de resgatar programas clássicos de auditório

Atração de Geraldo Luís parece uma reedição do Programa do Gugu

Publicado em 17/02/2021

Ao anunciar a estreia de A Noite É Nossa, seu programa das noites de quarta-feira, o apresentador Geraldo Luís prometeu fazer uma grande homenagem aos programas de auditório das décadas de 1970, 1980 e 1990. Mas, passado um mês da estreia, já é possível afirmar que o animador não conseguiu cumprir a promessa.

Afinal, os programas de auditório destas décadas eram verdadeiros shows de variedades. Nomes como Flavio Cavalcanti, Bolinha, Chacrinha e Silvio Santos, expoentes deste gênero, apresentavam games, musicais, sorteios, apresentações e concursos para uma fervorosa plateia.

O clima quente e de “vale tudo” imperava neste tipo de atração, que perdeu força na última década em função da proliferação de formatos importados que passou a ser a nova realidade da TV brasileira. Além disso, a figura do animador, que era o dono do espetáculo, arrefeceu. Antes, o nome do apresentador era maior do que o programa. Hoje não é bem assim.

Ou seja, para A Noite É Nossa conseguir cumprir a promessa, seria necessário aumentar a temperatura no palco. O espaço no estúdio, além de promover aglomeração desnecessária, pouco é usado para o andamento do programa. Até porque as matérias externas são uma marca de Geraldo Luís desde que ele se tornou apresentador da Record TV. Assim, na prática, A Noite É Nossa não é bem um programa de auditório.

Semelhança com Gugu

Na verdade, A Noite É Nossa lembra demais um outro programa que a Record exibiu nas noites de quarta-feira: Gugu. Última versão do programa de Gugu Liberato (1959 – 2019) antes de passar a apresentar formatos, o programa Gugu, exibido de 2015 a 2017, também era um programa de auditório que pouco acrescentava ao gênero.

As principais atrações do programa Gugu eram as entrevistas externas, no qual o saudoso animador conversava com artistas sobre assuntos polêmicos. A atração também investia em outras matérias externas, feitas pelo próprio apresentador e por uma equipe de reportagem. No palco, Gugu apenas anunciava as matérias, fazia merchandising e apresentava uma ou outra pauta de curiosidade.

O próprio Geraldo Luís também fazia algo parecido em seu programa anterior, o Domingo Show. A diferença é que A Noite É Nossa tem um tom mais alegre que o extinto dominical, que costumava abusar de histórias chorosas. Mas o formato em si não muda muito.

Ou seja, A Noite É Nossa ainda não conseguiu cumprir sua principal missão, que era de resgatar o clima dos clássicos auditórios. O que mostra que a TV brasileira perdeu a mão de vez neste tipo de programa. Já é um formato praticamente extinto.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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